Capítulo 16

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Raphael narrando

Conversei bastante com meu amigo e ele foi para casa, pegar algumas roupas, tinha que voltar para o hospital para acabar de tratar o estômago, a dor estava voltando.
Era quase de madrugada, recebi uma mensagem de Melissa, dizendo que estava indo para o hospital com a amiga, ela estava queimando de febre. Disse que devia ser por causa da costela fraturada, ela pediu para eu ficar em casa, falou que se precisasse me ligaria.
Esperei por duas horas, levantei do sofá e fui para o quarto, pegar um casaco. Ao entrar no quarto, escutei a buzina do carro.

Olhei pela câmera e vi que era ela.
Apertei o botão no controle, para abrir o portão de garagem, tinha um carro preto atrás do meu, esperando Melissa entrar. Ela entrou e ele seguiu viagem. Apertei para o portão fechar,
caminhei até a porta para recebe-la. Ela desceu do carro com o semblante abatido.
Fui até ela e a abracei, caminhamos para dentro de casa.

Acabamos de entrar e Melissa me obrigou a sentar, pelo jeito ela também é super protetora.

Quando se gosta de alguém, nossa atenção fica toda voltada para isso.
Por isso Igor demorou a se relacionar, não se permitiu gostar de ninguém, pois isso divide nossa atenção.

Sentei na cadeira, perto da ilha e ela ficou em pé, de frente para mim, no meio das minhas pernas.

-  Estava morrendo de saudade de você. - Ela passou a mão no meu rosto e me deu um selinho.

- E eu de você. Já ia atrás, estava indo para o quarto para pegar o casaco e sair.

- Ainda bem que cheguei antes. - Minhas mãos estavam repousadas em sua cintura.

- Está tudo bem com sua amiga? Que rostinho é esse? - Passei a mão em seu rosto.

- Sim, na medida do possível. O médico disse que é normal a febre, mas ela está com muita dor. Isso me machuca muito, ver quem eu amo sofrer. - Uma lagrima rolou em seu rosto.

- Sei como é. - Passei a mão em seu rosto, secando a lágrima.

- Um policial fez o corpo de delito, o novo amigo dela foi quem o levou. Por isso vim para cá, ele pediu para ficar lá com ela.

- Mas ele é de confiança?

- Ele é militar também, eu acho que é sim de confiança. Não costumo errar, sou boa em analisar pessoas. - Ela sorriu para mim. - Parece que eles sofrem da mesma coisa que nós. Amor a primeira vista. - Ela sorriu. - Minha amiga tem sofrido tanto, estou feliz que ela está tendo um momento de alegria.

- Fico feliz. Então você é boa em analisar pessoas? - A puxei para mais perto. - O que o meu rosto fala sobre mim? - Fiquei sério e olhei em seus olhos.

- Que você é um cara honesto, sincero, amável, superprotetor, alegre, um bom filho, um bom amigo, dedicado, esforçado. Que é lindo, mas não dá bola para qualquer uma. - Ela sorriu.

- Estou surpreso. Só faltou uma coisa.

- O quê? - Ela sorriu ao perguntar. - O que eu esqueci?

- O mais importante de tudo você esqueceu. - Ela franziu a sobrancelha. - Um cara apaixonado, louco por você. - Sorri. Que também é muito ciumento, desconhecia esse sentimento, até você entrar na minha vida. Então se eu agir de alguma forma desagradável, me avise por favor. Talvez eu não saiba separar ciúme de superproteção. Promete que me avisa?

- Claro que sim. Faço de suas palavras as minhas. Me avise por favor se eu passar do limite. Não quero que nada estrague isso que estamos vivendo, me sinto em um conto de fadas.

- Realmente, você é minha princesa, Princesa Melissa Starbucks. - Sorri.

- Eu amo seu senso de humor. - A puxei para mais perto e a beijei.

- O único amor que eu conhecia era da minha família. - Passei a mão em seu rosto. - E eu já achava isso mágico, ser cercado de pessoas que te protegem e estão dispostas a fazer tudo para te ver feliz. Mas descobri novos tipos de amores, isso é mais do que mágico. Tenho um melhor amigo e sinto que podíamos ser irmãos, me machuquei protegendo meu amigo e não me arrependo. Agora tenho você, que quis amar com muita intensidade, desde que a vi pela primeira vez. Esses três meses de convívio, só confirmou o que senti há dois anos e alguns meses.

- O que foi confirmado? - Ela me olhou com olhos de profundo amor. - Que você me conquistou no primeiro momento? - Ela segurou o meu rosto com as duas mãos. - Nunca quis tanto alguém como quero você.

- Nem eu. - Eu a olhava. - A confirmação que tive é que quero te amar para sempre. Que você é perfeita para mim. Eu gosto de sentir isso por você, esse sentimento único, te amo Starbucks.

- Eu também gosto de amar você. Não teve um minuto que você saiu da minha cabeça, não teve um minuto que não me arrependi de ter perdido seu contato. Como orei para você me encontrar ou eu a você. Tive medo de você já estar com alguém, senti alívio quando  falou que não tinha ninguém, senti tanta tristeza quando pensei que você estava namorando. Eu te amo tanto, que nem consegui me afastar. Se fosse só para cuidar de você, mesmo sabendo que você tinha outra, eu aceitaria. Só para poder te ver todos os dias, poder tocar em seu corpo, ver seu sorriso e escutar a sua voz. Só Deus sabe a tristeza que vivi sem saber se te encontraria ou não.

- Melissa, eu só tenho você e é só você que eu quero ter. Grava isso por favor? - Me aproximei e falei olhando em seus olhos. Me afastei um pouco para continuar . - Eu entendo esse sentimento de tristeza, me senti assim por todo esse tempo sem você. Agora não vou te deixar ir, nunca mais. - Ela se aproximou lentamente e encostou a testa na minha.

- Te amo Raphael. Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. - Em seguida me beijou.

Que mulher incrível, nunca estive tão envolvido. Nunca abri brechas para isso, agora estou escancarando as portas e as janelas.
Quero ser todo de Melissa, deixar que ela me ame e ama-la com toda intensidade que eu puder.
Que sentimento maravilhoso, estou feliz que estou experimentando isso com a pessoas certa.

Jantamos, Melissa pegou a mochila de roupas, que trouxe para ficar com a amiga no hospital, e foi tomar banho para deitar.
Ela ficaria aqui novamente, dei a opção dela escolher um quarto. Fiquei feliz por ouvi-la dizer que ficaria no meu. Enquanto vou estudar, ela ficará deitada ao meu lado.

Fomos para meu quarto e sentei na cama com o notebook no colo. Melissa deitou ao meu lado e abraçou minha cintura, enfiando o rosto na lateral do meu quadril. Eu mexia no notebook com uma mão e com a outra fazia carinho nela.

- Está confortável? A luz do notebook está te atrapalhando?

- Não, está perfeito. Estou te atrapalhando?

- Não, pelo contrário, amo sua companhia. Vou acabar ficando mal acostumado, gosto de seus cuidados e carinhos. Tenho que pedir seus pais para te namorar, não acha?

- Apesar de eu ter vinte e seis anos, acho fofo.

- Posso ir amanhã mesmo, se você quiser.

- Está bem. É bom que você já conhece a todos, minha amiga vai receber alta amanhã, só ficou no hospital para estabilizar. Quero apresentar para todos o meu namorado. - Ela levantou o rosto para me olhar. - Rapha, amo você. Obrigada por ser um cara incrível, me sinto protegida e segura ao seu lado. Obrigada por ser respeitador, por respeitar limites.

- Você vai me desconcentrar. - Sorri. Vejo tanta sinceridade nela. - Te amo, Starbucks. Obrigado por não ter desistido de mim. Você é a melhor companhia que eu poderia ter, farei o que eu puder por você. Obrigado por confiar em mim. - Me inclinei para frente e a beijei.

Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3° Onde histórias criam vida. Descubra agora