Capítulo 23

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Raphael narrando

A puxei e tomei seus lábios. Parecia que eu ia deixar meu coração para trás, que dor insuportável.

- Vou sentir saudades de você todos os dias. - Ela falou e olhou em meus olhos. - Quando eu não suportar a dor vou olhar para o céu, me abrace de onde você estiver.

- Cuida do meu coração, está bem? Estou deixando ele com você. Te amo, Starbucks. Pode deixar que estarei olhando para o céu, todos os dias, esperando por você.

- Posso tirar uma foto nossa, eu preciso saber  que você é real. - Ela tirou uma do celular dela e eu tirei uma do meu celular.

- Esse número vai ficar inativo assim que eu pisar na Espanha, ok? Vou olhar para seu rosto perfeito todos os dias, isso vai me dar forçar para prosseguir. - A beijei novamente e caminhei para o embarque.

Cada pisada era um pedaço do meu coração que caía. Engoli o choro e tentei ser forte, não podia desabar perto dela.
Entrei no avião e lembrei do dia em que ela viajou ao meu lado, lembrei de sua cabeça deitada no meu ombro.
Tirei uma foto e mandei para ela, mandei da minha família também e expliquei quem eram.
Nem tive chance de conhecer a dela e nem ela a minha.

As lágrimas caíram incansavelmente, estou miseravelmente destruído.

Melissa narrando

Aguentei a dor até Raphael entrar no avião. Após ele sumir do meu campo de visão, me abaixei e em permiti chorar.
Eli colocou a mão no meu ombro, me consolando.

- Fica calma, está bem? Não vai ter um treco aqui. Ele está se sacrificando por vocês, então se mantenha viva caramba! - Ele estava visivelmente nervoso.

- Desculpe, Eli. Mas deixa eu chorar agora, não posso guardar isso. - Eu estava abraçada com meus joelhos, abaixada no chão. Chorei por alguns minutos e me levantei.

- Está melhor? Vem vou te levar para casa. - Ele me abraçou pelo pescoço, como bons amigos fazem.

Entramos no carro e Eli dirigiu, deitei no banco de trás e fui chorando em silêncio.
Paramos em frente a minha casa.

- Obrigada Eli. Você é um ótimo amigo. Raquel é muito sortuda por ter encontrado você.

- Eu tenho um pequeno trauma guardado, eu sei o que sofrer por estar longe de alguém. Mas no meu caso, fui traído. Me dediquei o máximo que pude e no final levei chifre como pagamento. - Ele sorriu.

- Como uma pessoa trai alguém como você? Eu sinto muito. - Limpei as lágrimas com as mãos, tentando dar atenção a ele.

- Não sinta, já passou. Só que isso me bloqueou um pouco, não sei como me declarar para Raquel. Estou tentando deixar bem claro para ela, de todas as maneiras. Mas essa coisa aqui dentro me trava.

- Eu vou te ajudar, pode deixar. - Sorri.

Descemos do carro mamãe veio abrir o portão.

- Oi minha filha, que rostinho é esse? - Ela me abraçou. - Está tudo bem?

- Está sim, tive que me despedir do meu paciente.

- O que houve? Ele faleceu? Mas você falou que ele estava se recuperando. - Ela colocou a mão na altura do coração.

- Não, ele não faleceu. - Sorri, achando graça da reação da minha mãe. - Ele teve que voltar para seu país. - Queria poder falar que ele era meu namorado. Mudei logo de assunto, antes que começasse a chorar. - Eli, vem.

- Ah, Eli está aí? - Minha mãe colocou a cabeça para fora do portão. - Oi meu filho, vem aqui me dar um abraço.

- Oi senhora Elis. Como a senhora está? - Eli caminhou até nós. Minha mãe o puxou e o abraçou.

- Estou bem meu filho. Entrem, vem. Raquel está na sala, deve estar ansiosa para te ver. - Mamãe segurou a mão de Eli de um lado e a minha de outro.

Era engraçado ver minha mãe tão animada com Eli, ela gostou dele desde o primeiro dia que o viu.
Estamos felizes por Raquel ter conhecido um cara tão gente boa.
Mamãe diz que é coisa do destino, que sente que Eli poderia ser filho dela, só porque o nome deles se parecem. O dela é Elis e o dele é Eli.

Eli se sente bem a vontade aqui em casa. Pedi para ele ver alguns apartamentos, vou comprar um de presente para minha amiga, ela tem que sair da casa que vive.

A noite já esteva chegando, Eli foi para casa, Raquel foi deitar no quarto de hóspedes, papai chegou do serviço jantou e foi com a mamãe se preparar para dormir.
Fui para meu quarto e desbloqueei o celular, abri as mensagens e vi as fotos que Raphael me mandou.
Sua família é linda, passei a mão na tela, na direção do seu rosto. A foto dele sozinho no avião, a tristeza estava estampada em seu rosto.
Chorei vendo suas fotos.

O celular acendeu com uma outra mensagem, era outra foto dele. Raphael estava em outro avião, ele estava com um casaco branco ao lado do rosto. Tinha uma legenda na foto.

Trouxe seu casaco, preciso sentir seu cheiro para aliviar minha dor.
Ps: Te amo, Starbucks <3

Meus olhos estavam embaçados por tanto chorar.

- Estou morrendo de saudades, volte logo para mim. Se mantenha bem.

Mandei uma foto minha deitada na cama, com a cara cheia de lágrimas.

-Tente distrair a mente. Fique bem, por favor.

- Prometo tentar. Te amo, meu Rapha.

- O avião já vai decolar. Me espera, já volto. Te amo, Starbucks.

- Estou aguardando ansiosamente. Te amo, meu Rapha.

Dormi abraçada com o celular, após muito choro.

Acordei e olhei o celular, tinha mais algumas fotos de Raphael e mensagem de eu te amo, uma mensagem dizia que ele estava chegando em solo espanhol, certamente não carregaria as mensagens daqui por diante.

Mandei mensagem para ele, mas não carregou. Isso era sinal que ele estava em seu país.
O celular dele tinha um bloqueio para não ser rastreado.
Mas de agora em diante não poderia se arriscar mandando mensagens para mim, as pessoas que ele estava lidando não eram qualquer uma, eram traficantes de mulheres e crianças. Pensar nisso me deu arrepios, orei para que Raphael ficassem bem.

Levantei, tomei banho e me arrumei. Sentei para tomar café da manhã, meus pais estavam lá e Raquel também.

Raphael James Chevalier - Triologia Fake Love 3° Onde histórias criam vida. Descubra agora