Capítulo III

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MATTEO RUSSO

_Senhor, a senhorita Duarte já está a caminho. No entanto, devo informar que causou um grande alvoroço na cafeteria e não veio por vontade própria.

Mantenho o telefone preso ao ouvido, o olhar fixo na janela do meu escritório, observando a cidade que se estende além. O silêncio que se segue é pesado, enquanto absorvo a notícia com uma frieza calculada.

_Entendo — digo, a voz controlada e sem emoção. — Garanta que ela seja trazida até aqui sem mais incidentes. Quero que tudo corra conforme o planejado. A última coisa que preciso é de mais problemas.

A comunicação é interrompida e o silêncio da sala é interrompido apenas pelo som do vento que passa pelas frestas da janela. Meus pensamentos são dominados pela imagem de Helena, sua resistência e a agitação que causou.
A situação está se tornando mais complexa do que eu havia previsto, mas isso só intensifica meu desejo de controlá-la. Eu a quero completamente submissa, a vontade dela moldada pela minha.

Vejo a sombra da noite começar a se formar sobre a cidade e me dou conta de que, a partir de agora, nada mais será deixado ao acaso. Cada detalhe será meticulosamente planejado para garantir que ela se encaixe perfeitamente no que eu desejo.

No fundo, o desejo de domínio sobre ela é tão forte quanto a necessidade de ordem em minha própria vida. Helena Duarte pode ter causado um tumulto, mas agora, ela está a caminho de enfrentar uma nova realidade — uma onde a liberdade dela será uma lembrança distante.

O tempo parece se arrastar enquanto aguardo a chegada dela. Eu me levanto e começo a caminhar pelo escritório, verificando os detalhes finais na disposição dos móveis e no ambiente. Cada elemento deve transmitir a autoridade que eu exercerei sobre ela. A atmosfera deve ser intimidadora, mas controlada, um reflexo exato do poder que tenho.

Finalmente, a porta do escritório se abre e dois homens entram, trazendo Helena com eles. Ela está visivelmente abalada, os olhos vermelhos e o corpo tremendo. Sua presença no meu escritório, no entanto, é quase um espetáculo que reafirma minha dominância.

Eu a observo com um olhar que mistura curiosidade e determinação. A resistência que ela mostrou quando a trouxe aqui agora está misturada com medo, e isso é exatamente o que eu esperava.

_Senhorita Duarte — começo, minha voz firme e controlada. — Como pode ver, sua resistência não foi muito eficaz. Agora, estamos em um lugar onde você deve aprender a aceitar a realidade de sua situação.

Ela ergue o olhar, os olhos cheios de lágrimas, e tenta manter a compostura, mas sua voz trai sua angústia.

_Quem é você e por que me trouxe aqui? O que quer de mim? — sua pergunta é entrecortada pelo choro que lentamente desliza pelo seu rosto.

Eu me aproximo dela, o olhar fixo e imperturbável, e respondo com uma calma gelada.

_Meu nome é Matteo Russo. E você, pequena feiticeira, está aqui porque agora pertence a mim. Eu a quero para mim e somente para mim.

Ela tenta processar as palavras, o choque e o medo se misturando em seus olhos. Seu corpo treme de maneira quase imperceptível, mas a resistência é visível em sua postura tensa.

_Não precisa entender tudo imediatamente — continuo, a voz inflexível. — O que você precisa entender é que, agora, suas opções se resumem a aceitar sua nova realidade ou enfrentar as consequências de sua recusa.

Dou um passo em direção a ela, o poder e a autoridade que emito sendo palpáveis. O ambiente ao redor parece se fechar ainda mais, tornando a atmosfera opressiva.

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