Capítulo X

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HELENA DUARTE

Saímos do banheiro, ainda envoltos naquela tensão latente que Matteo sempre trazia consigo. A cada passo, eu sentia o peso do seu olhar em mim, como se ele estivesse me marcando de novo, mesmo sem dizer uma palavra.

Ele me guiou até o closet, e quando chegamos lá, Matteo se dirigiu diretamente às prateleiras e gavetas, sem sequer me perguntar o que eu gostaria de vestir. Suas mãos, firmes e decididas, selecionaram uma lingerie branca delicada, seguida por um vestido azul claro, soltinho, que ia até um pouco acima dos meus joelhos. Observando as peças que ele havia escolhido, eu senti um nó se formar em minha garganta. Não era apenas sobre o que eu iria vestir; era sobre o fato de que, mais uma vez, eu não tinha voz.

Tentei desviar o olhar, mas ele se aproximou de mim, estendendo as roupas com uma expressão que não admitia recusas.

_Vista-se — ordenou, e não havia como desobedecer.

Eu segurei a lingerie e o vestido com mãos trêmulas, e hesitei por um segundo, olhando em direção ao banheiro. Talvez, se eu pedisse com cuidado, ele me deixasse ao menos me trocar longe de seus olhos. Mas antes que eu pudesse formular a frase, Matteo cruzou os braços, me observando com aquela expectativa inabalável. Qualquer pedido morreria em meus lábios.

Com um suspiro resignado, comecei a me vestir ali mesmo, sob seu olhar intenso. Senti suas pupilas percorrendo cada centímetro do meu corpo conforme eu vestia a lingerie e depois deslizava o vestido sobre a pele. Estar tão exposta assim, sem qualquer resquício de privacidade, era uma sensação que eu ainda não conseguia suportar, mas, ao mesmo tempo, sabia que resistir só tornaria tudo pior.

Depois de vestir o vestido, caminhei até a penteadeira para pentear meus cabelos ainda úmidos. Eu tentava ignorar o fato de que Matteo continuava a me observar, ainda completamente nu, enquanto me arrumava. Era como se ele quisesse me lembrar, a cada segundo, que ele tinha total controle sobre mim, até mesmo naqueles pequenos momentos de intimidade que deveriam ser meus.

Meus dedos deslizavam pelos fios ondulados, tentando arrumar cada mecha com a calma que eu não sentia. Sabia que ele estava ali, fixo, atento a cada movimento meu. Quando terminei, ainda sem ousar olhar diretamente para ele, ouvi o som de seus passos se afastando em direção ao armário. Só então arrisquei uma respiração mais profunda, tentando acalmar o tumulto dentro de mim.

Matteo se vestiu rapidamente, e assim que ele saiu do closet, alguém bateu na porta. Ele se aproximou, abrindo-a com um movimento brusco, revelando uma das empregadas. Ela estava ali para nos chamar para o jantar, e ele apenas acenou com a cabeça antes de dispensá-la.

Depois que terminei de arrumar meu cabelo, senti os olhos de Matteo em mim, como uma sombra constante. O silêncio no quarto era quase palpável, cada segundo estendido por sua espera impaciente. Quando finalmente terminei, soltei um suspiro aliviado, mas breve. Matteo, sem dizer uma palavra, apenas estendeu a mão em minha direção, indicando que era hora de descermos para o jantar.

_Vamos — disse ele, sua voz baixa, mas carregada de autoridade.

Caminhei ao seu lado, sentindo a tensão aumentar a cada passo que nos aproximava da sala de jantar. Sabia que ele controlava cada detalhe, até mesmo onde eu me sentaria. E quando chegamos, Matteo fez questão de me colocar à sua direita, onde ele poderia me vigiar de perto.

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