Capítulo VIII

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HELENA DUARTE

Quando acordei, o peso familiar do braço de Matteo ainda estava sobre mim, segurando-me firmemente contra ele. Meu corpo estava cansado, dolorido, e minha mente flutuava entre a realidade e os pesadelos que me assombravam. Senti sua respiração quente e constante na minha nuca, e um frio na espinha percorreu meu corpo. Queria fugir, mas sabia que não havia escapatória.

Os eventos da noite anterior vinham à tona com uma clareza dolorosa. A lembrança de sua força me mantendo presa, a incapacidade de me mover, e o medo paralisante que dominava cada fibra do meu ser. Eu tentei resistir, mas foi inútil. Matteo era implacável, inescapável, e eu estava completamente à mercê dele.

Senti um nó se formar na minha garganta ao perceber que, por mais que quisesse chorar ou gritar, nenhuma dessas coisas me ajudaria. Ele me obrigou a comer, ignorando completamente meus protestos, e agora me mantinha cativa, como um brinquedo quebrado que ele ainda se recusava a largar.

Lentamente, tentei mover meu braço para me afastar um pouco, mas Matteo apenas apertou seu abraço, murmurando algo inaudível no meu ouvido. Meu corpo se encolheu involuntariamente. Não era apenas o toque físico que me prendia; era a sombra opressiva de seu poder sobre mim, a certeza de que não havia nada que eu pudesse fazer para mudar a situação.

Eu não conseguia mais suportar o toque dele, mas também não tinha forças para lutar. Sentia-me fraca, impotente, como se minha vontade tivesse sido completamente destruída. Ele me obrigou a ceder, a aceitar, a ficar calada. A única coisa que eu podia fazer era tentar afastar a mente da realidade, mergulhar nos recantos mais profundos da minha imaginação, onde ele não pudesse me alcançar.

Mas mesmo ali, a sombra de Matteo se estendia, e o medo me impedia de escapar. Eu sabia que, no fundo, não havia lugar onde ele não pudesse me encontrar. E essa realidade me esmagava, me sufocava, enquanto eu tentava desesperadamente manter o pouco de sanidade que ainda me restava.

O telefone de Matteo começou a tocar, um som insistente que parecia invadir o silêncio sufocante do quarto. Eu senti seu corpo tenso ao meu lado, mas ele ignorou o toque inicial, mantendo seus braços ao redor de mim como se eu fosse um objeto que ele se recusava a soltar. Meu coração acelerou, a esperança de uma breve distração que pudesse me dar algum alívio começando a surgir, mas logo afundando ao perceber que ele não tinha a menor intenção de atender.

No entanto, o telefone continuou a tocar, sem dar trégua. Após alguns segundos que pareceram uma eternidade, Matteo soltou um suspiro irritado e, com um movimento brusco, liberou-me para pegar o aparelho. Aproveitei a pequena brecha, meu corpo agindo por instinto, escapando rapidamente de seus braços. Mal ele começou a falar no telefone, e eu já estava em pé, com a mente fixada em um único objetivo: o banheiro.

Entrei no banheiro e fechei a porta atrás de mim, trancando-a com as mãos trêmulas. O alívio foi imediato, mas fugaz. Minha mente ainda estava no que poderia acontecer quando ele terminasse a ligação. Me apoiei na pia e olhei para o espelho. Meu reflexo parecia de outra pessoa, alguém machucada e destruída, mas havia uma coisa mais urgente que precisava de minha atenção. O sangue.

Verifiquei rapidamente, sentindo um leve sangramento. Não era muito, mas o suficiente para me preocupar. Peguei um dos absorventes que Giovanna havia deixado para mim e fiz o que pude para me arrumar antes de entrar no chuveiro. Deixei a água quente escorrer pelo meu corpo, tentando lavar não só a sujeira física, mas também as lembranças e a dor que não me deixavam.

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