Capítulo XVII

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HELENA DUARTE

Aquela manhã parecia um borrão. Desde o momento em que Matteo mencionou a cerimônia de iniciação, senti uma onda de ansiedade tomando conta de mim. A palavra "iniciação" soava fria, cruel, carregada de significados que eu não conhecia, mas que, de algum modo, temia. Matteo havia dito que eu participaria, que não havia escolha. Ele estava claro em suas palavras — como sempre. Não havia espaço para minha vontade ou minhas emoções. O Conselho havia decidido, e ele, como líder, não me daria qualquer saída.

O carro avançava pela estrada, e eu olhava para o vazio, o corpo rígido, mas por dentro, minha mente estava em um turbilhão. Matteo não deu detalhes, mas a forma como falou sobre o ritual, sobre ser um teste de lealdade e submissão, deixou claro que não seria algo simples. Eu já tinha me moldado à vida com ele, aos seus desejos, à sua autoridade, mas havia algo na ideia de ser testada por outros que me deixava inquieta. Eu sabia que não podia falhar — não diante dele, não diante do Conselho.

Minha única opção era obedecer.

Quando ele falou que eu não tinha escolha, que não importava o que eu sentisse, era como se ele estivesse reafirmando tudo o que eu já sabia. Minha vida não era mais minha desde o momento em que fui trazida para ele. Eu aprendi a cumprir cada ordem, a seguir cada passo com precisão, como ele havia me ensinado. Matteo nunca esperou menos do que perfeição, e falhar não era uma opção.

Eu sabia que seria difícil. Ele disse que seria doloroso. Não apenas fisicamente, mas algo que eu teria que suportar sem quebrar. Uma parte de mim queria perguntar mais, saber o que aconteceria, mas outra parte sabia que isso era inútil. Matteo não se preocupava com minhas dúvidas, e eu não podia deixar que o medo transparecesse.

Quando finalmente chegamos à mansão, senti o peso de tudo que estava por vir. Matteo saiu primeiro, e eu o segui, como sempre, em silêncio, obediente. Cada passo meu ecoava na minha mente, como se eu estivesse me preparando para algo maior, algo que eu não sabia se poderia suportar.

Mas eu tinha que suportar. Eu não tinha outra escolha.

Chegamos à entrada da mansão, e Matteo se virou para mim rapidamente, seus olhos frios e calculistas fixos nos meus por um breve segundo.

Não disse nada. Apenas virou de volta e continuou andando.

Entramos na mansão, e Matteo desapareceu em direção ao seu escritório, deixando-me sozinha no grande salão. Meu coração estava acelerado, mas minha expressão continuava a mesma, impassível, como ele havia me ensinado. A cada dia, eu tentava esconder melhor as emoções que insistiam em vir à tona, especialmente o medo. O medo de falhar, de falhar com o Matteo, me assustava.

Subi as escadas, sentindo o peso crescente das expectativas e da incerteza que pairava sobre mim. O som dos meus passos ecoava pelo corredor vazio enquanto minha mente corria, tentando imaginar o que aquele ritual realmente significava. Eu nunca tinha ouvido falar dele, mas a forma como os homens do conselho falavam sobre o assunto, e como Matteo havia me alertado, deixava claro que não seria algo fácil.

Chegando ao quarto, fechei a porta atrás de mim e encostei a cabeça na madeira fria por um momento. A mansão estava silenciosa, mas dentro de mim, o caos. Eu sabia que não poderia demonstrar fraqueza, que não podia me deixar desmoronar, mas por dentro, o medo rastejava, crescendo a cada instante.

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