Capítulo XIII

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HELENA DUARTE

O ar parecia ter sido arrancado dos meus pulmões. Eu mal conseguia respirar enquanto olhava para os corpos da minha mãe e do meu padrasto, agora imóveis, envoltos em poças de sangue. A visão me deixava nauseada, o estômago se revirava a cada segundo, mas não havia como escapar daquilo. Matteo estava ali, me observando, o rosto impassível, quase satisfeito. E eu? Eu mal conseguia processar o que tinha acabado de acontecer.

Meus olhos ardiam pelas lágrimas que eu não conseguia controlar. Tudo estava fora de foco, mas a realidade era brutal demais para eu conseguir ignorar. Minha mãe... Mesmo que eu nunca tivesse sentido um vínculo real com ela, vê-la naquele estado, sem vida, sem chance de redenção, foi como um golpe devastador. E o meu padrasto... Por mais que eu o odiasse, por mais que ele fosse responsável por tantas das minhas feridas, eu nunca imaginei que terminaria assim.

“Eu só quero ir embora.” A frase ecoava em minha mente, mas era como se minha voz tivesse se calado para sempre. Eu queria gritar, implorar por uma saída, mas nenhum som escapava dos meus lábios. Matteo me olhava como se esperasse algo de mim, como se quisesse ver até onde eu aguentava antes de quebrar completamente.

Eu senti o gosto de bile subir pela garganta quando o sangue dele, que ainda manchava a mão de Matteo, respingou no meu rosto, sujando minha bochecha. Um enjoo profundo tomou conta de mim. A cada segundo, eu sentia como se estivesse afundando em um pesadelo do qual não havia como acordar.

As palavras dele voltavam à minha mente, me perfurando como facas: "Eles tiveram o que mereciam." Mas... Será? Minha mãe... Ela não deveria ter estado ali. Ela não merecia morrer. Por mais falhas que tivesse, por mais que fosse omissa, a morte não deveria ter sido o fim dela.

_Matteo... por favor — murmurei, mal reconhecendo minha própria voz, rouca e fraca.

Mas ele não respondeu, apenas me observava, impassível, como se estivesse esperando mais uma reação minha, mais dor. Eu não sabia o que ele queria de mim, mas sabia que qualquer resistência seria inútil.

Matteo se aproximou lentamente, um sorriso frio no rosto. Ele parecia deliberadamente calmo, como se estivesse apreciando cada momento daquela cena horrível. Seu olhar percorreu o espaço, e então se fixou em mim.

_Helena — começou ele, a voz carregada de um tom que me fez sentir um calafrio —, você não acha que a cor do seu vestido contrasta bem com o sangue deles?

Eu olhei para baixo, para o vestido vermelho que estava manchado de sangue. O contraste era tão cruel quanto a situação em si. A cor vibrante do tecido parecia ainda mais chocante contra o fundo escuro e sombrio da cena.

_E — ele continuou, dando um passo mais perto —, você obedeceu às minhas ordens? Está realmente sem nada por baixo do vestido?

Senti um frio na espinha ao ouvir a pergunta. O vestido, que já parecia uma tortura por si só, agora me lembrava da totalidade da humilhação. O fato de ter cumprido sua ordem não fazia com que eu me sentisse melhor. Apenas reforçava o controle cruel que ele exercia sobre mim.

_Sim — respondi, minha voz quase inaudível. — Eu fiz o que você pediu.

Ele pareceu satisfeito com a resposta, um sorriso sádico se alargando em seu rosto.

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