Meu Amigo Erick

Episódio 3 - Marnie

Depois daquele dia, passamos a nos encontrar mais vezes. Nós brincávamos de muitas coisas. Ele tinha um comportamento frio e fechado, dava poucas risadas, mas era meio que um amigo pra mim.

Eu sabia que ele jogava aquele jogo de vestidos, sempre que me encontrava com ele, estava tá com o tablet, jogando. Em um momento, eu resolvi instalar aquele jogo novamente, para jogar com ele nem que fosse uma ou duas vezes, não queria tanto, mas mataria a saudade.

Percebi que o nome de personagem dele, era "guest" e alguns números. Quando entrei no jogo, não usei o mesmo nome de quando jogava aos onze anos. Antes jogava no celular dos meus pais, nessa época havia acabado de ganhar o meu próprio.

Porém achei meio familiar um garoto da mesma idade que a minha jogar aquele jogo, ainda com o nome "guest". Pedi pra ele me mostrar o chat online, vi que ele conversava com uma garota de codinome "marnie31600"

- Essa sou Eu! Disse abismada
- Eu sabia. Ele respondeu tranquilamente.

Espera ai, primeiro, eu estava pessoalmente com aquele garoto com quem eu jogava junto aos onze anos e não sabia! Segundo, ele sabia de tudo É nunca me falou?

- Se você e essa jogadora tem o mesmo nome, é claro que não seria diferente. Disse calmamente.

- Não pensou que poderia ser outra Marnie? Perguntei curiosa.

- A única Marnie que eu conheço me dizendo que já jogou esse jogo a onze anos, mesma idade que nos conhecemos online? Outra impossível. - Disse, esboçando frieza na minha cara.

Eu parei pra pensar, ele tinha razão, Não tive essa capacidade cognitiva, ele deve ser muito inteligente, apesar de sua mãe me dizer que as notas deles são medianas. Eu achei aquele fato interessante, fiquei feliz por saber quem ele realmente era, mas, fiquei com um pouco de medo também, porque ele nunca me disse que sabia que eu era a "Marnie"?

Os tempos de passavam, nós brincávamos de tudo, pique - pega, esconde - esconde, mesmo parecendo não esboçar reação nenhuma, ele brincava comigo, era minha compainha, eu não tinha uma amiga ora brincar, pelo menos não conhecia nenhuma no bairro.

Até que uma vez, nós combinamos de eu contar, e ele se esconder na brincadeira. Contei fielmente até quinze, sai á procura dele. Eu fiquei quase meia hora procurando ele, naquele dia havia desaparecido.

"É, ele sabe se esconder muito bem" pensei, quase desanimada e cansada para procurar. Nunca havua ocorrido isso, confesso que fiquei com raiva. Finalmente havia encontrado ele atrás de uns arbustos grandes em um campinho próximo.

Ele estava meio parado, estranho, pouco trêmulo, parecia estar profundamente abalado, mas ao mesmo tempo, inspirado, como se tivesse descoberto algo inovador.
Ele veio à mim segurando alguma coisa, abriu as mãos, era um passarinho, morto, parecia um pouco amassado.

- Aí meu Deus! - Disse aflita, nunca havia visto um pássaro morto na minha vida. - Onde você achou ele?

- Achei ele caído no chão. Respondeu seguramente.

Aquele dia foi estranho no entanto. Fiquei um pouco perturbada. Passei bastante tempo pensando naquele passarinho antes de dormir, pensei que não conseguiria descansar, acho que estava sensível demais.