Meu Amigo Erick

Episódio 37 - Adeus, Erick.

Ele olhou para mim, pela última vez, com seus olhos, azul de um lado, castanho de outro, com uma cicatriz no olho direito.

- Me beije, antes de nossa morte. - Disse para mim.

Então nos aproximamos, ele envolveu suas mãos em minha cintura, e me beijou, novamente.

Sua boca tinha sabor de cereja

Língua á língua.

Então ele caiu no chão, eu senti suas mãos sem vida me deixarem, abri meus olhos, não vi ele mais lá, então olhei para o chão, o Erick estava caído, com um buraco imenso na cabeça, ensanguentado.

Havia levado um tiro na cabeça.

Eu AINDA me abaixei para vê - lo uma última vez.

- Adeus, Erick.

[...]

Eu fiquei lá em cima, sentindo o vento frio balançar meus cabelos, sentada no concreto, vendo o corpo morto de alguém que já fora meu amigo.

Então os policiais, chegaram, a Lizzie estava com eles. Eu estava a salvo! Finalmente!

Ele me levaram para baixo, onde estavam vários carros de Polícia, lá estava a delegada Rachel, todos me acudiram, me examinaram, para ver se eu tinha algum ferimento.

Naquela mesma noite, eu fui para o hospital, fiquei aliviada ao saber que meu pai estava vivo. Ainda precisava de um acompanhamento no hospital, precisa fazer algumas cirurgias reconstrutivas para que ele possa melhorar.

[...]

Três dias depois, o meu pai estava se recuperando da cirurgia, logo logo estaria de alta. Eu fiquei acompanhando o meu pai por todos esses dias. Porém minha mãe se ofereceu para ficar com ele neste dia de sábado.

Eu disse que estava tudo bem, porém ela insistiu, então aceitei, mal sabia ela que estava caindo em uma armação, uma armação Boa dessa vez.

Eu voltei para casa de Táxi, cheguei a porta da minha casa, saquei as minhas chaves, e abri a porta.

- AARRHG! - Me assustei, o Vitor estava lá! Sorrindo, então a face dele mudou de expressão rapidamente.

- Ah, meu Deus! Eu me esqueci, Jane me desculpa, não era para eu ter feito esse tipo de surpresa! O Erick...ele...aparecia do nada né? Aí meu Deus eu quase infartei seu coração, você se lembrou dele, algum gatilho? Eu te causei algum gatilho es...

- VITOR!

- Oi?

- Tá tudo bem.

- Aí, que bom! - Disse aliviado.

Fechei a porta após mim, e olhei para o Vitor. Ele estava vestindo um terno cinza, estava tão bonito naquela cadeira de rodas.

- Você...aceita jantar comigo? - Disse sem jeito.

- De dia? - Perguntei, rindo.

- Tem hora para tudo né? - Riu.

- Isso, é um encontro?

- Depende, você quer encontrar - se comigo, Marnie? - Disse, segurando uma rosa á sua frente.

Eu estava com vergonha, era a primeira vez que eu iria para um encontro, ainda mais dentro da minha casa. Eu tenho certeza que minhas bochechas ficaram vermelhas.

Eu olhei para ele timidamente dizendo: - Vamos lá!

- Vem! - Disse ele, estendendo a mão.

Eu a segurei, enquanto ele me levava para a cozinha.

[...]

Duas semanas depois, O Vitor me pediu em namoro, ele é muito corajoso! Eu disse sim, e estamos juntos.

Eu e minha família, permanecemos em paz, por muito tempo, agora nossa família cabia mais um, o Vitor.

Eu nunca vou me esquecer das pessoas que sacrificaram suas vidas por mim, como a mãe do Erick, espero que ela esteja em um lugar melhor, e finalmente livre, como ela sempre mereceu ser.

Eu decidi minha profissão, não será nenhuma dos meus pais, e sim, vou ser psiquiatra, quero estudar os problemas mentais que o Erick tinha, quero salvar famílias, salvar mães e esposas, salvar filhos, salvar a quem puder, salvar pessoa de problemas como o Erick foi para mim.

Eu meio que me tornei amiga da Lizzie, não da Rachel, pelo amor, mas creio que a Lizzie, preencheu o espaço que faltou da Jane.

Sempre vou me lembrar da Jane com carinho, sempre estará em um pedaço do meu coração, lembranças dela, inclusive eu abri o presente que ela me deu na caixinha.

Era uma bailarina de vidro, bem pequena, juntamente com uma carta.

"Querida Marnie

Minha melhor amiga, eu não pude te dar um presente digno de você, mas acho que vai aceitar, feliz aniversário minha amiga, eu sempre vou estar aqui para te apoiar e ser amiga! Nem que algo nos afastasse, eu sempre estaria aí, de alguma forma, como essa bailarina

Com amor, Jane"

E é neste texto, que terminou minha história, obrigado por você que me acompanhou até aqui, não se deixe ter seus sonhos apagados, e sua voz diminuída, faça tudo como deve ser, da maneira certa, e seja uma pessoa boa, justa e feliz. Tchau galera!