Episódio 4 - A casa dele

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Exatamente no dia seguinte, eu fui para a casa dele brincar, jogar, conversar, ele me mostrou o seu quarto. Tinha muitos pôsteres e brinquedos, aparelhos eletrônicos e itens de colecionador.

O Erick é daqueles que colecionam coisas, ele gosta de colecionar carros em miniatura, eu achei um máximo sua coleção. Ele aparentava estar bem concentrado em adquirir toda a coleção, o mais desejável a ele, era o carrinho Dourado.

Nesses dias, eu já era quase uma amiga íntima dele, mexia nas coisas dele pelo quarto, ele não se importava. Então abri o guarda - roupa dele, só pelo momento, e vi um estilingue.

Porquê será que ele tem um estilingue? De repente, veio em minha memória, o pássaro morto em suas mãos. Eu fiquei em choque, será que ele tinha o costume de machucar esses bichinhos?

Me virei para ele e disse: - Você tem um estilingue?

- Sim, não tá vendo? Disse, apático.

- Você não usa isso pra machucar passarinhos, ou usa? Minhas sobrancelhas arquearam - se.

- Não, quem me deu isso foi o meu avô. Ele tinha o costume de matar pássaros com isso. Mas eu nunca matei um até então. Respondeu.

- Mas você não pretende matar alguma vez em sua vida pretende? Perguntei me sentando na cama, ficando ao lado dele.

- Qual o seu problema em matar passarinhos? Perguntou.

Eu fiquei um pouco abismada, respondi: - Eu só não acho certo.

- E você acha certo eles fazerem cocô em nossas cabeças? - Perguntou novamente.

- Não, quer dizer... eles não estão vendo quem estão lá em baixo... - Minha garganta deu um nó, o clima no quarto começou a ficar pesado. Eunão sabia se confiava ou não nele, por mais que nunca me machucou, mas seria capaz de machucar passarinhos?

- Oi crianças! Disse a mãe dele, dona Rosângela, na porta. Ela estava sorrindo plenamente, mas tinha um tapa olho gigante no olho direito dela, como um curativo.

- Oi tia! Respondi desconfortável: - O que foi isso no seu olho?

- Você acredita que eu tropecei no chão, me desequilíbrei e bati o rosto na quina da mesa? Disse, lúdica.

- Sério?! Nossa, deve ter doido muito! - Fiz cara de dor.

- Doeu sim Marnie, doeu... - Ela concordou.

Além de Erick e Rosângela, tinha o pai da família, o senhor Resnick, ele não era muito de falar comigo, não era aquele tio legal, nunca conheci ele direito. Parecia frio, que nem o filho, mas pelo menos o Erick era mais sociável.

[...]

Naquela noite, eu acordei, eram onze horas da noite no relógio que ficava ao lado da minha cama, em cima de um pequeno armário. Eu me sentia um pouco perturbada, Acho que foi a ida da casa de Erick que me deixou assim.

Prometi a mim mesma, que não pisaria lá novamente, mas isso não me trouxe o sono de volta, meu coração batia forte, não sabia o que fazer. Eu me levantei para assaltar a geladeira, confesso que ainda faço isso de vez em quando.

Passei pelo quarto dos meus pais, a porta estava fechada, mas a luz de dentro estava acesa, dava para ver pela abertura pequena em baixo. Meus pais estavam conversando, encostei meu ouvido na porta para escutar.

Eles estavam conversando sobre uma possibilidade, de uma vizinha estar sofrendo violência doméstica, me lembrei na hora da mãe do Erick.

Meu Amigo ErickOnde histórias criam vida. Descubra agora