Capitulo 14 - O quarto do Erick

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Então eu tive que regular minha respiração, arrumar rapidamente meu cabelo, me recompor. E usar da arte de sair do banheiro como se nada tivesse acontecido.

Voltei a sala de jantar, o Erick não estava lá, somente a mãe dele. (Foi nesse momento que eu pedi o shampoo que ela usa).

- O Erick foi pro quarto dele, pediu para que você subisse lá. - Disse pra mim.

Ok, mais uma camada de bizarrice.

Subi as escadas, nessa parte, a iluminação não tão boa, cheguei no corredor dos quartos, cheguei ao quarto dele, pois tinha o nome dele na porta, como se fosse a porta de uma secretaria de uma empresa.

Não sabia o que iria encontrar após a porta, mas era tudo ou nada, segurei a maçaneta e pensei "Seja o que você quizer Deus". Então avancei para dentro, lá estava ele, sentando na cama.

O quarto dele não era tão grande, porém nem tão pequena, era algo sensacional, e por mais que fosse diferente do quarto que um dia eu conheçi, anos atrás, a vibe do quarto era a mesma!

Parecia que tudo estava posicionado no mesmo lugar, era como uma viagem no tempo, então comecei a fazer como eu fiz naquele mesmo dia.

Fui mexendo nas coisas dele, uma a uma, Erick se levantou rapidamente, e foi em direção a um grande piano que tinha lá. Era como um clipe músical, a intensidade da sonoridade do instrumento, me acompanhava no que eu fazia.

Eu nem sequer imaginaria que o Erick tocava! Quantos segredos ele tem? Então passei pela coleção de carrinhos, mas ainda faltava o carrinho dourado que ele tanto queria.

Abri o guarda roupa, fiquei petrificada, lá estava o mesmo estilingue, posicionado no mesmo lugar. Parecia que aquilo tudo era proposital somente para me assustar. Eu lentamente peguei o estilingue, o levando para fora do guarda roupa, na mesma intensidade que o Erick segurou aquele passarinho sem vida.

Com uma expressão de medo, me virei a ele, e a música do piano terminou. Ele olhou pra mim, não era possível, estava tão lindo naquela noite. Arqurou as sobrancelhas e me perguntou:

- Está com medo?

Eu não sabia o que responder, não queria dizer nada, minha garganta deu um nó, então disse qualquer coisa que saísse da minha boca.

- Você ainda tem esse estilingue.

- Sim.

- Porquê?

- Me lembro do meu avô. Ele matava passarinhos com isso. - Ele olhou pra mim, de cima a baixo: - Está muito tensa, quer um vinho?

Ele se levantou, foi em direção a um FRIGOBAR que tinha ao lado de sua cama, pegou um vinho, duas taças próximas, e preencheu as o líquido púrpura.

Erick pegou as duas taças, me oferecendo uma. ELE BEBE VINHO?! Na moral, me diga que isso é suquinho de pacote na garrafa de vinho.

- Eu, não bebo essas coisas. - Afirmei.

- Que pena, é uma delícia.

Ele me olhou com os seus olhos, que me preencheram por completo, mas como se ele me despisse inteira, aquilo não tava sendo nada legal.

Mas por algum momento, me deu um pico de coragem, eu estava sendo vítima nisso tudo! Eu tinha o direito de questionar, porquê ele me escondeu tudo isso! Porquê seu comportamento, era tão abissal e duvidoso?!

- Porquê você tá fazendo isso comigo?! - Perguntei, brava.

- Isso o quê?

- Você tá mentindo pra mim! Você tá me escondendo algo, qual foram as suas intenções em me chamar aqui?!

- Você não confia em mim?

Não tive coragem de dizer não, ele era meu amigo, as coisas não poderiam acabar assim.

- Desculpa, eu me exaltei - Respondi.

- Calma Marnie, tudo o que você tem que fazer, é relaxar, você está muito tensa, tome um vinho.

Porquê ele começou a falar mais do que costumava?

Meu Amigo ErickOnde histórias criam vida. Descubra agora