CONFUSÃO

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VINCENT FONTANA GONZÁLEZ

-Merda- estava ajustando minha calça enquanto saía do apartamento, tentando recuperar a compostura depois do tumulto de agora.

A porta se abriu, revelando meus pais no corredor.

Puxo o ziper e vejo ambos ali, minha mãe, Aurora, estava com um sorriso que tentava esconder a diversão, já  meu pai, Matteo, mantinha uma expressão séria e inabalável, obviamente não gostou de nada que viu.

-Vincent - Matteo começou, com um tom de voz que não admitia respostas evasivas, -precisamos conversar - deu merda.

Me aproximou, tentando manter a calma.

-Sobre o que, pai?- tive a cara de pau ainda de perguntar isso.

- Sobre o que ? - diz rindo de nervosismo e minha mae vai ao seu lado-  aconteceu o que  na noite passada? - Meu pai questionou, com seu olhar fixo em mim. - Você está envolvido com uma garota cheia de problemas. - fala mais alto - É irresponsável e potencialmente perigoso. - continua - Você se envolveu com ela sem pensar nas consequências?- fala sério.

Franzi a testa.

-Pai, isso não foi nada planejado. Aconteceu. Eu estou apenas tentando ajudar, não me aproveitando dela.- digo antes que essa conversa venha a tona.

- Isso não muda o fato de que você está lidando com uma situação complicada - restruca serio,insistindo. -Você realmente entende o que está envolvido? Não é só sobre o agora, mas sobre as implicações a longo prazo - fala e sei muito bem no que estou envolvido.

- Eu sou adulto, pai. Sei muito bem o que estou fazendo. - digo e ele me olha sério-  Não preciso da sua aprovação para tomar minhas próprias decisões, no âmbito de relacionamento-  respondi, c minha voz cheia de frustração.

Matteo suspirou, a expressão de preocupação não diminuio, mas a de minha resposta aumentou

- ah sabe muito bem lidar. Nao precisa de minha opinião  - disse e bufo.

- pai voce entendeu o sentido que disse - continuo.

- Você pode achar que está tudo bem agora, mas e quando os problemas surgirem? Você está lidando com alguém que pode trazer complicações sérias para a sua vida. Eu só quero que você esteja ciente disso. - diz e fixo quieto - e quando os problemas delas resolverem como vai resolver isso, e se essa relação for o que complica tudo- continua.

Aurora minha mãe interveio, tentando suavizar a tensão.

- Matteo, calma. Vincent, entendo que você queira ajudar e suas intenções são boas. Só sugiro que vocês tomem cuidado para não complicar algo que poderia ser simples. Se vocês realmente estão envolvidos, isso pode até tornar o romance mais convincente - ela diz e meu pai o olha confuso.

- você está do meu lado ou dele ? - pergunta sério e não evito rir da cara que minha mar fez.

- do lado certo - diz firme - Mas é importante que não deixem que isso se torne algo maior do que precisa ser - Aurora acrescentou. - Vocês têm que ser responsáveis e claros com o que estão fazendo. Não adianta se meter em uma situação se isso só vai criar mais problemas.- ela me olha tentando dar um conselho- ser for deixar sério, leve a sério- acrescentou e meu pai só bufou colocando a mão sobre a testa.

Observei meus pais, sentindo uma mistura de alívio e cansaço.

-Entendi. Vou ter isso em mente.- digo enfim.

Com uma última troca de olhares entre eu e meus pais, voltou para dentro do apartamento.

Encosto na porta e penso em tudo.

Será que fiz uma grande merda ?

Ao trancar a portar e entrar, noto que a bagunça havia sido limpa. Geórgia havia feito um esforço visível para arrumar o caos que nos haviamos deixado.

Mas se ela estava aqui limpando, deve ter escutado a conversa.

Em um respiro fundo, tento processar a conversa difícil que acabara de ter, mas preciso saber se ela presenciou já que em parte dela, era sobre o erro de eu estar me relacionando com ela.

Caminho até o quarto, pronto para falar com Geórgia e esclarecer a situação.

Ao tentar abrir a porta do quarto, noto que estava trancada.

- porra - resmungo. Ela escutou!

Um sentimento de apreensão me atingiu.

Bato na porta suavemente e  a chamo: -Geórgia, sou eu. Podemos conversar?-

Do outro lado da porta, a voz de Geórgia soou abafada e tensa.

-Eu ouvi parte da conversa. Já entendi tudo, melhor eu me colocar no meu lugar e so aceitar a ajuda que estao me dando- Esperei do lado de fora, a ansiedade crescendo enquanto o silêncio se arrastava.

- Geórgia por favor abre a porta - digo e não escuto nada.

Sabia que a conversa com meus pais havia sido difícil e que Geórgia provavelmente estava processando tudo o que ouviu.

Esperei, esperei e a porta não se abriu, mas eu não sai da porta estava determinado a esclarecer as coisas.

O HERDEIRO - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora