MUDANÇAS

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VINCENT FONTANA GONZÁLEZ

- merda - sussurro vendo que fiz um micro corte em mru dedo médio.

Os primeiros dias da tentativa de reabilitação de Geórgia foram uma montanha-russa emocional, que estava me deixando entre o entusiasmo da sua melhora e também seu desafio.

Ela estava tendo dias difíceis, o que a deixava instável e em alguns momentos violenta e isso estava me deixando disperso demais.

E o pior era a fragilidade que ela se encontrava, quando enfim saia de seus lapsos de violências e se dava por si percebendo o que fez, ela desabava por fazer isso comigo.

Mas mal ela sabe que eu faria quantas vezes ela precisasse.

Mexo a panela na cozinha, preparando um omelete, essa noite foi difícil e ela sofreu muito pela madrugada, achei que fazendo algo que ela gostasse a animaria.

Conrinuo mexendo ate escutar barulhos de passos vindo da escada e já vou pegando os dois pratos para nosso café da manhã, pois sei que ela já está vindo até mim.

— Bom dia! —  disse, com um sorriso caloroso, ao vê-la entrar na cozinha linda como sempre, com uma calcinha de renda e uma camiseta minha que para ela é como um vestido — Como você está se sentindo?

Ela hesitou por uns instante, mas depois deu um sorriso minimo, passando a mão pelos cabelos desalinhados.

— Melhor... eu acho. Mas é estranho. — Geórgia mordeu o lábio, sentindo o peso do dia que se estendia à sua frente.

A observei com atenção, percebendo a luta interna que ainda a consumia.

— Um passo de cada vez, certo? — Eu a ofereci, um pouco de café em uma caneca.

— Um passo de cada vez - ela diz sorrindo para mim pegando a xícara. Quando eu a puxo para dentro de meus braços a mantendo quente em um abraço caloroso.

Beijo o topo de sua cabeça e sinto seus braços me apertarem mais quase nos unindos.

— Vamos nos concentrar em coisas pequenas que podemos fazer juntos. - falo a olhando nos olhos, e ela acena a cabeça em meio a um sorriso, me dando um selinho rápido e pegando a caneca que eu tinha em minha mão para ela.

O café estava quente, sinto ela relaxar em meu colo enquanto toma seu café, sentando em meu colo com a cabeca encostada em meu peito, desfrutando de carinhos que faço ao topo de sua cabeca.

Tomo um café e sinto o aroma reconfortante nos ajudando a se sentir um pouco mais centrados depois dos dias difíceis que tivemos.

Durante o café da manhã, consegui falar com ela conversas sobre coisas triviais, tentando manter o clima leve.

Mas a mente de Geórgia estava a mil por  hora.

- aqui ja esta chato- digo nos levantando do sofa e escutando um gritinho seu.

- o que ?  Pergunta rindo enquanto a levo no colo até o quarto.

- isso mesmo - a deposito no chão- va se vestir que vamos sair um pouco - falo dando um tapinha na bunda dela a fazendo me olhar com um olhar safado.

- Vamos nos mover um pouco. Isso pode ajudar! — disse, tentando animá-la.

- Ok, só um pouco — respondeu Geórgia, hesitante, porém indo até o closet se trocar.

O parque era um lugar que sempre me acalmou, mas agora tinha um significado diferente, tinha a missão de a deixar confortável.

Diferente dos locais onde eu vivi, esse era pacífico, rodeado de pessoas normais, sem histórico de milhões na conta, ou várias vidas em suas mãos.

Georgia sorri olhando em volta enquanto caminhamos.

Ela fecha os olhos e deixa o rosto em contato  direto com a luz do sol como se aquilo fosse essencial a ela nesse momento...

Os raios Filtrava-se através das árvores, e a brisa leve era refrescante fazendo seu lindo cabelo esvoaçar.

- voce é linda - falo e a vejo abrir os olhos brilhando e me encarando com um sorriso.

A puxo e selo seus labios com os meus nos deixandos conectados por minutos.

Sinto seus dedos acariciando meu rosto com muito carinho.

- para onde vamos - diz animada.

- surpresa - a respondo sorrindo.

Caminhamos em silêncio por um caminho curto, cada passo uma batalha interna para Geórgia, e um motivo de alegria para mim.

— Olha, vamos começar por aqui — digo, apontando para um lencol grande c uma cesta de piquenique linda sob uma sombra convidativa. — Sente-se um pouco.

Ela se deixou cair no chão coberto pelo lençol, cansada da caminhada.

- aqui é uma paz - diz olhando para os lados e vendo apenas nos naquele grande jardim.

O mundo ao seu redor parecia barulhento, os pássaros cantando, os barulhos das árvores e folhas a distraiam de seus próprios pensamentos.

— Geórgia, você está aqui comigo ? - pergunto chamando sua atenção- Isso é o mais importante —  digo, sentando melhor ao lado dela. — Fale comigo sobre o que está pensando - digo vendo seu olhar cair em uma profundidade novamente. - vamos fazer o que fazemos todos dias - digo tendo seu olhar no meu - vamos vencer essa juntos - digo e ela dá um sorriso mínimo.

— Eu sinto como se estivesse perdendo o controle — ela respondeu, os olhos perdidos em algum lugar no horizonte. — E é assustador, diz e eu seguro suas mãos.

— Eu entendo. É um processo. —  beijo  suavemente sua mão. — E eu estou aqui para te apoiar - digo tirando um sorriso grande seu.

- Não sei o que faria sem você- diz e seus olhos fixam no meus como ímã.

— mas... - ela para um momento- Vincent, e se eu não conseguir? E se eu acabar recaindo? — seu olhar era de pura angústia.

A puxo para mais perto, com uma voz suave e reconfortante.

— Então, nós tentaremos novamente. Não se esqueça de que você não está sozinha. Eu não vou deixar você cair. Nunca.

Ela então me puxa para um beijo, que me faz querer ficar preso nesse momento para sempre.

Sinto sentar em meu colo e minhas mais correrem em direção de sua cintura a apertando.

Sinto sua respiração falhar quando meus beijos descem perigosamente de sua boca em direção a seu pescoço.

Não sei o que mais Geórgia faz eu agir como se estivesse com meus quinze anos em meu primeiro beijo.

Nosso beijo se intensificam mais e mais ate por um breve momento para respirar nos afastamos.

Vejo o lindo sorriso dela e sinto suas mãos segurando firme meu rosto.

— O que eu faço? — ela murmurou me tirando um sorriso, meu e intensificando o dela.

- me deixa te fazer ficar bem, e feliz!

O HERDEIRO - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora