SAÍDA PARA O GALPÃO

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GEÓRGIA

Respiro fundo com grande animação ao sair da casa de Vincent.

A sensação de liberdade era quase avassaladora, e isso estava tãofrequente, nossas saídas juntos, noite juntos, era tão bom que estava começando a me assustar.

Depois de alguns dias enclausurada, pela visita do irmão da minha vítima ficamos receiosos em sair, ainda mais colocando a vida de Vincent em perigo por me acompanhar.

Isso me aterrorizava.

A ideia de acompanhar Vincent ao galpão hoje me animava demais, a muito tempo que nao sei o que é estar próximo a esse meio, sentir essa adrenalina.

Caminhamos de mao dadas e o olho sorrir para mim, com uma expressão de cumplicidade em seus rostos, e tanto alívio.

— finalmente saindo - diz e eu sorrio para ele.

- isso é muito bom - fala entrando dentrl do terreno onde o galpao de localizava uma area restrita.

- Vamos lá, você vai adorar isso — disse ele, puxando-a levemente pelo braço.

O galpão era um dos muitos locais que ele usava para seus negócios.

- cuidado com onde você pisa - diz e descemos umas escadas assim que adentramos a uma porta de ferro.

Curiosa, começo a olhar todos os cantos observando cada detalhe, até para em uma sala que leva a vários corredores.

- Geórgia vou ter que me ausentar por uns instantes tabom - diz e eu o encaro- mas você pode ficar andando e olhando o que quiser om- diz e sorrio acenando.

- se cuida tabom, qualquer coisa me avise - diz ele se aproximando e me dando um selinho rapido - Tornerò presto, mia bella. (Volto em breve, minha linda) - ele diz sussurrando para mim em italiano e me derreto.

- sabe que estamos no México nao sabe  - falo o fazendo sorrir.

- infelizmente nao consegui perder meu charme italiano mi amore - diz novamente  se aproximando de meu ouvido - Pero puedo hablar el idioma que quieras en tu oído (porem posso falar em seu ouvido o idioma que quiser).

Sinto minha pele arrepiar e ele sorri  pela maneira que me deixa.

Observo ele caminha desaparecendo conforme os passos, e mordo o labio imaginando quando chegarmos em casa.

Começo a andar pelos corredores, admirando a estrutura robusta e o movimento constante dos soldados.

Era um ambiente diferente, pulsante, e cada passo a deixava mais intrigada. Quando avistou uma porta marcada como com um x em vermelho,  e minha curiosidade aumenta, um impulso me faz entrar.

Abro a porta com cuidado, sem fazer sons e encaro o ambiente.

Lá dentro, quatro soldados se moviam com precisão, seus corpos grandes e fortes se defendendo e se golpeando em um intenso treinamento.

Um deles, um homem alto com um olhar desafiador, estava super focado ate perceber minha presença.

Ele então para, chamando a atenção dos demais que me encaram querendo provavelmente saber o que faço nessa sala, sem a permissão que não tenho.

Ou tenho e não sei como expressar, afinal Vincent me deixou livre para andar por aqui.

— Ei, você! — gritou ele, atravessando a sala. — Você não deveria estar aqui. Pode se machucar.

Ergui uma sobrancelha.

Aquela atitude era um tanto certa, mas no fundo me incomodava.

Porque eu me machucaria? Não posso ser treinada também...

— Eu sei muito bem lutar. Só estou aqui para observar— respondi, com firmeza.- apenas enquanto um conhecido termina de resolver seus negócios- digo não querendo que me olhem estranho por estar acompanhada de seu chefe.

Os outros soldados riram, trocando olhares cúmplices de pura zombaria.

Um deles, mais ousado, que ate agora apenas me olhava como se qualquer movimento fosse me fazer correr, deu passos se aproximando.

— Se você é tão boa assim, por que não mostra? Vamos ver do que você é capaz! - fala e os demais ri.

- sério isso ? - pergunto com as mãos na cintura - pura demonstração de testosterona? - falo e ele me encara sério.

- se está com medo princesa, de meia volta e saia- fala e os demais ri.

O tom dele e o desafio ecoou na sala me dando um mesclado de adrenalina  e raiva ao mesmo tempo, fazendo subir  um sorriso desafiador em meu rosto.

- se é o que deseja - digo tirando o casaco - okey - Sem hesitar, me posiciono, o chamando com minha mão.

A ONIX pode ter algumas pequenas falhas, mas uma coisa que não falha é no treinamento de seus assassinos.

O soldado avançou, mas eu estava pronta.

Esquivei com agilidade, aproveitando a distração dele, e desferi um golpe preciso que o deixou desequilibrado.

Ele balançou a cabeça querendo voltar a consciência e me olha com muita raiva.

- só isso que sabe fazer - diz me dando dos golpes ao quais desviei.

- na verdade nem comecei- falo correndo em sua direção e deslizando no chão, dando uma rasteira e o derrubando.

Ele cai mais segura minha perna me puxando.

Forma um murro e lança em minha direção ao qual desvio e ele acerta o chao parecendo nem sentie dor.

Ele lança varios de movimentos ágeis e golpes certeiros, e consigo desviar de quase todos.

Já estou cansada assim como ele, mas mantenho o sorriso em meu rosto porque sei que vai o irritar.

Em poucos momentos, o desarmo. O derrubando no chão, o imobilizando com uma técnica que havia aprendido durante anos de treino.

Ele lutou para se soltar, mas a força e a determinação minha nesse momento era implacável, e sabia que ia desistir.

- conta até 3 e aceita que perdeu- falo apertando mais o deixando sem fôlego.

- não- diz com o restante que possui.

- anda é a melhor...

Nesse instante, a porta se abriu e Vincent entrou.

Ao ver a cena, seu rosto mudou de surpresa para uma expressão divertida.

— Geórgia! — chamou ele, rindo. — Temos que ir embora! - Diz e solto o rapaz no chão o deixando vermelho.

Os demais possuem uma postura seria por ter o visto, e seu comportamento comigo também deu uma grande mudança.

Me levantei sorrindo, tirando a poeira da roupa, enquanto o soldado ainda tentava se desvencilhar.

— Você precisa aprender a não subestimar uma mulher — disse Vincent, olhando para o homem no chão, que agora estava mais pálido.

Ao escutar não pude evitar sorrir mais ainda.

Ao sairmos do galpão, Vincent se virou para mim, ainda com um sorriso nos lábios.

— Lembre-me de nunca te desafiar ou irritar — disse ele com um tom divertido.

- irei te lembrar- falo o escutando gargalhar, enquanto abre a porta do carro para mim.

Sorrio, sentindo mais viva do que nunca. A liberdade e a autoconfiança que havia encontrado em mim mesma eram mais do que apenas uma luta; eram uma nova fase em minha vida, que estava conseguindo  ao lado de Vincent.

O HERDEIRO - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora