CONEXÃO

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GEÓRGIA

A cozinha estava envolta em um aroma reconfortante de ervas e especiarias enquanto estava cozinhando.

Fazia tanto tempo que não fazia isso, não fazia algo normal.

Mexia um molho em uma panela, com minha mente vagando entre pensamentos e memórias, que nao sei se deveriam estar ali.

O som suave da panela borbulhando era um alívio calmante para mim, uma pausa dos desafios do dia.

Estava concentrada, mas a mente sempre voltava para Vincent e para o que as últimas semanas tinham trazido.

- meu Deus Geórgia chega desses pensamentos- resmungava brava comigo enquanto mexia as panelas.

Vincent entrou na casa e tomei um leve susto,seus ombros tensos e sua postura cansada parecia que havia acontecido algo que nao o agradou.

Ele havia passado mais uma longa jornada no trabalho, ja que tinha ficado muitos dias comfianado aqui comigo.

Cada passo parecia pesar-lhe ainda mais. Ao perceber a minha presença, ele se dirigiu lentamente até a cozinha e se apoiou na bancada, com uma de suas mãos massageando a base das  suas costas.

— Oi — disse ele, sua voz revelando um cansaço palpável. — Como está? - pergunta sorrindo, com o sorriso que so ele sabe dar - Precisa de alguma ajuda?

Olhei para ele, com um sorriso minimo e suave surgindo em meus lábios.

A visão de Vincent assim, tão exausto e vulnerável, tocou um lugar profundo dentro de mim.

— Estou bem, só terminando o jantar. - digo simples -  Você parece cansado. — noto o esforço dele para parecer menos fatigado do que estava, mas me surpreendo por estar puxando conversa com ele, depois que imaginei que me fecharia a ele depois do incidente.

Vincent se aproximou, a proximidade acendendo uma faísca entre nos.

Engulo seco sentindo minha respiracao pesar.

Nossos olhos se encontraram e, por um momento, a química que sempre estivera latente entre nós parecia brilhar intensamente.

— estou bem - fingiu -. Não quero te atrapalhar, mas… se precisar de algo, me avise — disse ele, com seus olhos demonstrando uma intensidade que não podia ser ignorada.

Seu cheiro estava me.deixando inebriada, como que so isso, me fizesse sentir seus toques e beijos novamente.

Balanço a cabeça, com um sorriso simples e ele me retribui com um sedutor brincando em seus lábios.

— Está tudo bem, realmente. Só estou terminando aqui.  - digo com a foz falhando, enquanto engulo seco - Vou para o quarto depois que terminar. — me inclino levemente, o calor do fogão fazendo com que o cheiro de comida se intensificasse, mas mesmo assim não diminuía o aroma delicioso e inebriante de seu cheiro.

Vincent me observava, a um olhar entre a admiração e o desejo.

O que sentiamos um pelo outro era inegável, aquele calor e atração, e mesmo quando tentei manter a conversa casual, a tensão no ar era palpável.

— A casa é sua, você sabe —disse, de repente, enquanto me virava para enfrentar Vincent chamando sua atenção.

- eu sei Geórgia - disse rindo de lado com sua voz suave e sedutora.

— Se quiser, podemos dividir a cama. Não quero que você fique no sofá mais uma noite. - falo quase inaudível com medo de me arrepender.

Meu peito subia e descia pelo nervosismo e outro sentimento que não sabia explicar.

Vincent me olhou com surpresa e uma pitada de desejo.

— Não quero te deixar desconfortável — respondeu ele, sua voz carregada com a tensão entre nos.

Dei um passo em sua direção, não sei com qual coragem, mas tendo um olhar direto e determinado.

— Você não vai me deixar desconfortável. Desde que não invada o meu espaço, está tudo bem. — Seus olhos eram claros e desafiadores, assim como o meu.

Vincent sorriu, um sorriso que misturava alívio e desejo.

— certeza ? - perguntou e o vejo engolir seco.

- sim - digo tendo a mesma reação.

- Então está combinado. — Ele assentiu, e se dirigiu ate o sofa pegando suas coisas.

Desliguei a panela e o acompanhei ao quarto juntos, com o intuito de delimitar ate onde poderia ficar.

Depois de eu lhe mostrar seu espaço descemos para jantar.

- está divino parabéns - ele me diz ao saborear a comida.

- Obrigada- fazia tanto tempo que não escutava um elogio assim

- fazia tempo que não comia tanto - disse e eu ri involuntariamente.

Ele se ofereceu para lavar a louca então subi ao quarto para me acomodar para dormir.

Mas o nervosismo era visível em mim.

O quarto estava à meia-luz, a luz suave criando um ambiente acolhedor e íntimo.

Depois de um tempo o escutei chegar, ele se aproximou e retirou sua camisa ficando com sua calça de dormir e se aconcehgando as cobertas.

O espaço entre nos estava sendo cuidadosamente mantido.

Porem o desejo era insuportávelmente palpável, uma tensão silenciosa que preenchia o espaço, mas ambos estavamos decididos a resistir.

Virei de lado, olhando para o teto, enquanto Vincent observava o contorno de meu rosto com uma expressão mista de desejo e respeito.

Nenhuma palavra era dita.

Estava de costa para ele mas podia sentir seu olhar em mim.

Apesar do desejo, ambos conseguimos manter a compostura.

Finalmente, com um suspiro, me virei para Vincent, minha voz suave, quase um sussurro.

— Boa noite, Vincent.

Ele me olhou com um sorriso cansado e afetuoso.

— Boa noite, Geórgia.

O silêncio se instalou, mas era um silêncio carregado de sentimentos não ditos. Ambos estavam conscientes da proximidade e da química que existia entre nos, mas também estavam determinados a dar um passo cuidadoso em sua relação.

Naquela noite, a conexão que compartilhavamos se aprofundava, não com palavras ou toques, mas com uma compreensão silenciosa e um respeito mútuo.

O HERDEIRO - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora