Capítulo 17 - Jogo incerto

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Scarlett sentia a cabeça girar, seus pensamentos emaranhados enquanto Taehyung a olhava fixamente. O silêncio entre os dois era tão denso que parecia quase palpável. Ela precisava sair daquele ambiente antes que algo acontecesse, mas, antes que pudesse se mover, sentiu uma pressão suave em seu ombro.

— Scarlett... — A voz de Taehyung era um sussurro, suave, quase um pedido. Seus dedos tocaram levemente o braço da alfa, sem força, mas com um convite claro. — Sente-se, por favor.

Scarlett, hesitante, permitiu que ele a guiasse até a cadeira próxima. O gesto, embora suave, carregava uma insistência silenciosa, um pedido que ela não conseguiu negar. Seus joelhos vacilaram ao se sentar, o coração batendo descontroladamente no peito. O ar entre eles estava pesado, carregado de palavras não ditas e emoções mal resolvidas.

Taehyung, sem dizer mais nada, moveu-se com uma graça calculada, sentando-se devagar no colo de Scarlett. O toque dele era suave, mas firme, seu corpo quente contra o dela. A alfa tentou controlar a respiração, mas o peso confortável de Taehyung em seu colo fez seu coração acelerar ainda mais.

Ela abriu a boca para protestar, para dizer algo, mas as palavras não saíram. Taehyung, percebendo a hesitação de Scarlett, inclinou-se lentamente. O toque inicial foi delicado — lábios roçando a pele do pescoço dela com cuidado, quase como uma pergunta. Scarlett sentiu o calor subir por seu corpo, o perfume inebriante de Taehyung preenchendo o ambiente, misturado ao seu aroma natural. Ele estava tão próximo, tão perto, e ainda assim, ela não conseguia se mover.

Então, em um movimento quase ritualístico, Taehyung soltou o nó do roupão que vestia, permitindo que o tecido caísse suavemente de seus ombros. Ele não disse nada, mas Scarlett podia sentir a intensidade do momento — a proximidade, a vulnerabilidade. Seu corpo contra o dela, a nudez da pele quente de Taehyung pressionando-se levemente contra a dela, como se estivesse testando os limites.

Ele continuou a beijar seu pescoço, cada toque dos lábios enviando ondas de calor por seu corpo. Os dedos de Scarlett se apertaram contra os braços da cadeira, a tensão entre o desejo e a resistência se intensificando. Ela sabia que isso estava além do que deveria permitir, mas o calor, a proximidade, os beijos suaves de Taehyung a estavam consumindo por dentro.

— Você não precisa lutar contra o que sente. — Taehyung murmurou contra sua pele, com uma voz que era ao mesmo tempo suave e determinada. — Eu sei o que você quer... e eu também sei o que eu quero.

Scarlett engoliu em seco, sentindo o corpo dele se encaixar no dela com uma perfeição assustadora. Mas sua mente ainda tentava lutar, tentava manter a clareza em meio ao caos de sensações que a inundavam. Para sua completa loucura, o ômega retirou suas mãos dos braços da cadeira, as guiando até as curvas esbeltas e bem desenhadas do seu corpo jovem, em um ato impensado a alfa precionou seu toque contra a pele de porcelana, fazendo com um gemido satisfatório saísse pelos lábios do ômega, que apenas sorriu ainda mais com o gesto.

— Taehyung... — Sua voz era baixa, quase um sussurro. — Isso não está certo...

Mas ele a interrompeu com um toque suave nos lábios, seus dedos acariciando o rosto dela enquanto ele sussurrava:

— Não precisa ser agora... Mas você sabe que, no fundo, não pode fugir para sempre.

Scarlett sentiu o coração disparar com aquelas palavras, mas, antes que pudesse responder, Taehyung se levantou lentamente de seu colo, deixando-a com a respiração descompassada e o coração batendo acelerado. Seus olhos felinos observavam as curvas envolventes de seu corpo, sua cintura fina, suas coxas grossas, a pele palida e alva sem alguma marca, o pescoço longo e bonito que parecia implorar para carregar sua marca.

Taehyung era um pecado na terra, um dos pecados mais sombrios no mundo.

Ele era o seu pecado.

Ao notar o efeito que teve sobre a alfa que amava. O ômega precisava dar o seu último aviso, o seu truque final.

Se apoiando sobre a mesa, deitando seu peito contra a madeira fria, bagunçado completamente os papeis sobre ela. E só então ao notar a forma como os olhos felinos lhe olhavam com devoção, como as presas sempre contidas apareceram repentinamente, a forma como o volume evidente se fez presente nas calças da mulher mais velha, que uma sensação de satisfação encheu seu corpo.

— Ah, Scarlett, vamos é só me foder agora e você saberá se é apenas um desejo momentâneo ou terá a certeza que me quer de verdade — A alfa não respondeu, mas sua respiração descompasada e suas mãos trêmulas falavam por si — Você vai ser a primeira alfa a estar aqui dentro... A não ser que considere estrupo como sexo — Taehyung riu levemente ao notar a forma como a violência que sofreu afetava a alfa — Naquele dia eu gritei o seu nome, para que viesse me salvar, mas você nunca apareceu... Eu contei todos os segundos, todos os dias, meses e anos, mas você nunca veio.

Um peso diferente atingiu o coração da alfa, o peso da culpa por não estar lá corroía sua alma, mas seu corpo insistia em reagir aquele ômega em uma posição que a estava fazendo perder o limite.

— Uhum... — Em um ato de provocação, o ômega afastou levemente as bandas das nádegas redondinhas e exitantes, dando uma visão privilegiada de sua entrada que já escorria sua lubrificação natural, Taehyung sorriu ao notar a forma como as mãos grandes estavam se levantando oara agarra-lo, mas se retraiam. Em um último ato, deixou que um de seus dedos deslizasse pela pequena entrada e o invadisse um pouquinho, fazendo com que suas pernas vacilassem e alguns gemidos saíssem por seus lábios — Aah, não me deixe brincando sozinho, mamãe... Vamos, só enterre seu pau dentro de mim, aposto que você vai gostar mais do que imagina. Um ômega puro, que a única pessoa que deseja é você, que só quer você, que precisa do seu pau dentro de si para tudo. Me ajude com isso, por favor... — Os movimentos rápidos de seus dedos brincando com seu íntimo havia sido a chance perfeita para hipnotizar a mais velha, o choque ao ser chamada daquela forma pareceu acordar levemente sua consciência.

Aquilo era perturbador.

— Brinque comigo até eu quebrar e você se sentir satisfeita, me encha com os seus filhotes até que eu não possa nem mesmo caminhar — As palavras saiam entre cortadas por seis lábios, misturadas a um gemido pela imaginação que nutria em sua mente, ela já estava na ponta de um precipício pronta para se atirar em direção aos seus braços — Me marque como seu, me deixe subir ao altar com você, me deixe ter os seus filhos e por fim me deixe morrer ao seu lado. É isso que eu mais quero, por favor, só me diga que você quer também.

Scarlett não conseguia processar as palavras de Taehyung, sua mente fazia questão de imaginar cada cenário feliz ao lado daquele ômega.

Parecia um final tão bom, um final que ela desejava mais que nunca.

Mas ela não podia, não com ele.

— Taehyung... Eu não... Posso... Pare por favor, vista algo descente, por favor — Vê-la implorar parecia música para seus ouvidos, em um movimento devagar seus dedos se retiram de sua entrada que piscava para a mais velha, a fazendo cravar suas unhas na cadeira onde estava.

Se abaixando lentamente para pegar o tecido leve para cobrir sua nudez, ele ajustou o roupão de maneira casual, como se nada tivesse acontecido, e sorriu de leve.

— Quando estiver pronta para admitir o que realmente sente, Scarlett... — Ele deu um último olhar, carregado de significados ocultos. — Eu estarei esperando.

Com isso, ele se afastou, deixando Scarlett sozinha na sala, confusa e desorientada. Ela ficou ali por mais alguns instantes, respirando fundo, tentando processar tudo o que havia acontecido. Seu corpo ainda tremia com a proximidade de Taehyung, mas sua mente lutava para se recompor.

Ela sabia que precisava sair dali, precisava de distância. E, acima de tudo, precisava descobrir o que fazer com os sentimentos conflitantes que Taehyung despertava nela — sentimentos que, até aquele momento, ela havia tentado negar com todas as suas forças.

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