Capítulo 18 - Primeiro Encontro

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Eu ouvi a música que Babi me disse. Sabe, aquela "Mulher de fases". Não achei nada parecido comigo. Pelo contrário! Não sou nem um pouco complicada, apesar da parte do perfeita estar certa. Não sei o que Babi viu em comum entre aquela música e eu, mas fiquei feliz em saber que ela pensa em mim. E até que a música não é tão ruim.

Na quarta, me encontrei com ela antes do ensaio. Ela me chamou pra almoçar no shopping Morumbi, tipo um encontro. Acho que é nosso primeiro encontro de verdade. Sim, eu tô nervosa com isso mesmo depois de já ter beijado-a VÁRIAS vezes. Mas não ao ponto de passar meu perfume especial, só o Giovanna Baby de sempre. Talvez um pouco mais que o normal, mas apenas isso. Na hora da roupa, fiquei muito em dúvida sobre o que vestir (para variar). Aí chamei Sam porquê... bem, é isso o que eu faço quando não sei o que fazer.

— Acho que você devia usar... aquele vestido da Gucci ali. — Ela diz comendo uma generosa colherada de açaí e sentada de forma muito deselegante em meu puff.

— Não, já usei vestido nos nossos dois últimos encontros. — Respondo com a mão no rosto, analisando aquelas milhares de roupas de meu closet. — E se você sujar alguma de minhas roupas com esse açaí, você vai limpar com a língua.

— Tá, tá! — Eu juro que se vir um pinguinho desse troço roxo no chão... — Você não disse que era o primeiro encontro de vocês?

— Ah, oficialmente é sim. Mas considero o nosso primeiro beijo e o dia da festa como encontros também. — Afirmo testando dois looks em cabides para ver como ficam em meu corpo. Nenhum fica bom. Bufo frustrada e jogo as roupas no chão, junto com uma pilha de outras que não ficaram boas.

— Não vai bater a cabeça no armário hein.

— Tarde demais. — Encaro a como um cachorrinho triste.

Ela resmunga, revira os olhos e se levanta de meu puff, deixando sua tigela de açaí pra trás. Ela deveria praticar algum esporte, é muito alta. Mas visto seu porte físico, tenho certeza que isso não ocorre.

— Deixa disso, alteza. — Ela diz enquanto põe a mão em meu ombro e fica ao meu lado na frente do espelho. — Tenho certeza que Babi vai te achar linda de qualquer jeito.

— Você acha mesmo? — Desapoio minha cabeça da porta do armário e a viro para Sam.

— Claro! — Se joga em meu puff mais uma vez e volta a comer o açaí. — Confia em mim, sei tudo sobre mulheres.

— Tá falando da menina que te largou ou da melhor amiga que não te quis? — Puxo um cabide qualquer e o que vem é um suéter branco, meh da para o gasto.

— Haha. Tô falando da sua mãe, aquela gostosa.

Além do suéter, vesti uma saia preta e um cinto da Gucci. Admito, experimentei alguns dos looks que tinha jogado no chão, mas preferi algo mais casual mesmo.

— E aí como eu tô? — Pergunto dando uma voltinha para ela ver minha roupa direitinho.

— Tá linda. — Não senti firmeza.

— Acha que ela vai gostar? — Insisto pegando minha bolsa branca em minha cama.

— Se ela não gostar, ela é doida da cabeça! — Samantha responde, terminando seu açaí, levantando em um único salto e saindo atrás de mim.

— Mas que porra! — Reclamo tentando virar a chave na ignição pela vigésima nona vez.

— Ih, que estresse majestade. — Sam veste óculos escuros ridículos, nem está sol. — O que é que houve, hein?

— Essa merda desse carro! — Desculpa filho, nunca mais te chamo assim. — Não pega de jeito nenhum!

Ela começa a rir escandalosamente. Que desnecessária essa menina. Nem tem motivo para tudo isso. Nunca viu um carro não pegar?

Salada CaesarOnde histórias criam vida. Descubra agora