Capítulo 8 - Não tão ruim assim

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Hoje, sexta-feira, fui para casa mais cedo, almocei lá. Tomei um belo banho, lavei o cabelo. Passei meu perfume de sempre e escolhi uma ótima roupa da Prada. Fiz uma maquiagem básica e estava pronta, linda, bela e cheirosa. Coloquei o cinto e dirigi até o endereço que ela me mandou pelo Insta. Dessa vez, coloquei Alien Blues no carro e fui curtindo a vibe. Estacionei na frente de sua casa e toquei a campainha. Enquanto esperava por alguns segundos a porta se abrir, continuava cantarolando a música.

- Entra aí. - Bárbara diz ao abrir a porta. Vestindo uma camisetona e um shorts.

Quando entrei vi 3 bebês brincando no chão da sala. Babi foi na cozinha e voltou com um copo de suco de laranja. Ela me segue minha visão até as crianças.

- Eles são meus primos.- Começa a me explicar, não sei porquê, não perguntei.- Enzo, Valentina e Felipe. Têm 1 ano e pouco. Minha tia não aparece a tempos então cuidamos deles.

- Ah, entendi. São muito fofos. - Mentira. (Funfact #8: Odeio crianças)

- Meu primo mais velho vai cuidar deles enquanto a gente estuda, não se preocupe. - Como essa mulher me lê tão bem? Não sou exatamente do tipo expressiva. - Vamos lá pro meu quarto.

Subimos as escadas e chegamos em seu quarto. Na verdade, nem sei se posso chamar aquilo de quarto. É um espaço minúsculo com uma cama, um guarda-roupa e uma pequena escrivaninha. Não tem nem uma TV! Que tipo de quarto não tem TV? Sentei me em sua cama e ela se sentou em uma cadeira daquelas de escritório, mas uma bem pobrezinha.

Passamos a tarde treinando nossas falas. Por mais que odeie admitir, parece que esse plano maluco do Sr. Sem Nome vai funcionar. Quando estava descendo as escadas com Bárbara na minha frente, uma senhora a chamou.

- Babi, vem me ajudar com a janta! - Ela disse se virando para nós - Oh perdão querida, não sabia que tinha companhia. Que linda moça, você.

- Obrigada, Senhora Álvares. - Lhe envio um sorriso envergonhado. Estranho quando alguém que não quer te comer te elogia.

- Não se preocupa mãe, ela já tá de saída. - Bárbara é seca, indo até a porta.

- Ah, deixa disso! A janta vai ficar pronta em um instante. Não quer jantar conosco querida? Se sua família não se importar claro. - Meus olhos brilham com a proposta. Uma companhia no jantar, além dos funcionários lá de casa, não é má ideia.

- Mãe, como eu já disse, ela já está de...

- Posso mesmo senhora? - Interrompo Bárbara, pegando nas mãos de sua mãe.

- Claro! Aqui em casa sempre cabe mais um. - Ela diz, após encarar nossas mãos. Pude vê-la um pouco confusa por alguns instantes, mas então abriu o maior sorriso.

Ela volta a cozinha, com um pano de prato nos ombros. Deixando eu e Babi sozinhas mais uma vez. O que eu estou fazendo? Nem ao menos gosto dela. E ela com certeza não gosta de mim. Estou sendo uma idiota invadindo seu espaço assim.

- Você... se incomoda se eu ficar? - Quebro o silêncio entre nós, coçando meus próprios dedos.

- Não, só... acho um pouco estranho. - Ela franze a testa olhando para o chão. Em seguida levanta a cabeça e respira fundo, se balançando com os pés. - Sabe que tipo, eu ainda não gosto de você né?

- Não se preocupe, Álvares. - Rio um pouco por essa interação rotineira. - O sentimento é recíproco.

Ela sorri por alguns instantes, até sua mãe voltar a sala e interromper nossa (falta de) conversa.

- Vem me ajudar logo, menina. Qual é o nome de sua amiga? - Ela pergunta puxando Babi até onde estava.

- Beatriz. - Ela me encara. - E não somos amigas.

Salada CaesarOnde histórias criam vida. Descubra agora