Eu e Babi estamos bem. Melhor do que bem, na verdade, estamos ótimas! Melhor do que nunca. Depois da festa, beijar Bárbara Álvares virou rotina para mim. Na aula de física...
— Professor, posso ir ao banheiro?
— Pode sim Muller, só não demore.
Com certeza vou demorar professor, visto que em menos de 5 minutos Babi apareceu por lá.
No almoço...
— Aff, não temperaram minha salada do jeito certo! Vou ter que ir lá trocar. — Me levanto com minha saladinha perfeitamente temperada na mão.
— Vou com você, quero pegar uma sobremesa. — Babi diz quase de imediato, se levantando também.
Corremos juntas até o balcão de almoço,
Nos escondemos em algum canto dos corredores que ninguém ligaNo banheiro...
— Acha que ninguém vai estranhar virmos toda hora nesse banheiro? — Era uma dúvida genuína.
— Esse é o lado bom de sermos duas meninas. — Babi pensa um pouco apoiada na porta da cabine. — Não tem nada de estranho duas meninas saírem juntas do banheiro.
— É, faz sentido. — Mesmo se não fizesse eu ia concordar e me trancar lá dentro com ela.
E especialmente, no teatro. Nunca fiquei tão feliz de fazer parte de uma peça antes. É praticamente um passe livre para beijos, sem desculpas esfarrapadas.
Já estamos nessa a duas semanas, mas passou tão rápido que eu mal percebi. Para mim, aquela roda gigante foi ontem.
— Professor.... — Levanto a mão. — Não tô conseguindo decorar essa parte. Será que Babi não pode ir ensaiar as falas comigo?
— Claro, podem ir lá no camarim. — Ele aponta para a parte de dentro do palco. — Os outros vão continuar ensaiando suas falas aqui, temos apenas mais 1 mês de ensaio.
Caso você esteja confuso com essa linha temporal, estamos tendo ensaios nas férias, pois a apresentação será quando voltarmos. Almoçamos todos juntos e vamos. Sobre as aulas de Física, isso foi no último dia definitivo, que foi segunda.
Enfim vou voltar para o presente, porque é nele que minha mente está focada. Puxo Babi camarim a dentro e sento em uma mesa de maquiagem (agora) livre. Puxo ela para perto de mim e nos beijamos mais uma vez. Prendo sua cintura com minhas pernas, em uma espécie de cinto e sorrio dando um longo beijo na lateral de sua boca.
— Sabe, — Beijinho. — ontem eu tava escutando uma música... — Beijinho. — e lembrei de você.
— Sério? — Pergunto tirando uma mecha de cabelo que caia em seus olhos e dando mais um beijinho. — Qual música?
— "Mulher se fases". — Bitoquinha. — Combina muito com você.
— Acho que não conheço. — Bitoquinha — Mas vou ouvir depois.
Agora chega de beijinhos. Ela me puxa a gola de minha camiseta, me levando para um beijo longo e apaixonado, colocando sua mão por baixo da minha roupa, na altura da costela. Deixo minhas pernas mais justas, puxando seu corpo ainda mais para perto do meu, a ponto de quase cair em cima de mim. Consigo sentir seu coração batendo, acelerado, descontrolado, junto de sua (e minha) respiração. Coloco uma de minhas mãos em sua bochecha e deslizo a outra por todo seu tronco, parando em sua cintura. Meu corpo arrepia conforme sua mão fria sobe de minha costela ao meu sutiã. Ela se apoia no feicho, quase o soltando...
— EU SABIA QUE VOCÊ NÃO ERA HÉTERO! — Pulo como um gato que viu um pepino e me deparo com Vini apontando seu dedo indicador para mim. Ele caminha em minha direção, parando entre mim e Babi. — ACHO BOM VOCÊ NÃO ESTAR APENAS USANDO ELA, OUVIU MULLER? ESPERO QUE VOCÊ REALMENTE GOSTE DELA!
— Eu gosto! — Digo completamente vermelha, confusa e meio sem fôlego. Minha voz até falha.
— NÃO OUVI DIREITO. — Ele aponta seu dedo no meu rosto.
— EU GOSTO! — Grito ainda sem entender bem o que ele está fazendo aqui.
— Vini deixa disso. — Babi tenta intervir.
— A quanto tempo isso... — Ele aponta para nós duas. — Tá acontecendo?
— Sei lá, umas 2 semanas? — Babi responde a Vini.
Não me atrevo a me meter na conversa dos dois. Se não tivesse tão corada e com marcas de batom por todo meu corpo, sairia de fininho sem chamar a atenção.
— 2 SEMANAS? — Desse jeito o clube de teatro inteiro vem aqui. — ENTÃO ESSA ERA A SOBREMESA QUE VOCÊ COMIA TODO DIA?
— Ei! — Me senti ofendida, tá chamando quem de sobremesa?
— Quieta Muller. — Vini pede.
— Ok.
— Por que não me disse, Babi? — Ele respira fundo e volta ao seu tom de voz normal.
— Vini, se fosse por mim eu te contaria. Você sabe que é meu melhor amigo. Mas a Bea me pediu para eu não contar.
— É! — Vou dar um apoio pra Babs. — O único que sabe é o Mat!
O silêncio é tão pesado que dá quase para pegar na mão. Acho que vacilei, já que Bárbara me envia o olhar reprovador mais feio que já me foi enviado.
— O MAT SABIA E EU NÃO? — Ih, fiz merda mesmo.
— Em minha defesa, nem sabia que ele sabia. — Babi levanta os braços, como se estivesse se rendendo para a polícia.
— Eu contei pra ele sem querer! — Tento me justificar.
— Fica quietinha, Bea. — Dessa vez foi a Bárbara quem pediu.
— Ok.
— Olha Vini, você sabe que se fosse qualquer outra pessoa eu te contaria. Mas esse não é um segredo só meu. — Ele suspira e se senta em uma cadeira que eu nem tinha notado.
— Eu sei, é só que... não quero que você se machuque de novo.
— Não vou. Fora que quando a gente namorasse você ia ser o primeiro a saber. — Namoro, já? Tô achando isso meio rápido demais (não é uma crítica, universo!)
— Aposto que você ia contar pro Jô primeiro. — Vini acusa rindo um pouco e se levantando para abraçar Babi.
— Que? Claro que não. Você e o Mat são os únicos que sabem, e pretendo manter assim. — Além Sam, Laura, Amabel e possivelmente Yasmin, mas eles não precisam saber disso.
— Ah, o professor tá chamando vocês. — Ele observa nós duas todas desarrumadas, capengas e continua. — Vou falar que vocês já tão terminando, tentar enrolar ele.
— Valeu Vini. — Ele sai e ficamos a sós de novo, nos encarando em silêncio por alguns instantes.
— Vamos continuar? — Falo já puxando-a para perto de mim mais uma vez e fazendo biquinho de beijo. Mas ela não me beija.
— Sai dessa Muller, temos que voltar pro ensaio. — Ela se solta de mim e começa a caminhar até o palco principal. — Vê se limpa esse seu rosto lindo e me encontra lá fora.
Como ela mandou, me arrumei e fui até lá, um tempo depois dela para não ficar tão suspeito. Confesso que preferia mais uns beijos ao invés de ensaiar falas e mais falas, mas fico feliz só de passar um tempo com Babi.
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Salada Caesar
Novela JuvenilA salada Caesar é uma das saladas mais populares em todo o mundo e servida em uma variedade de restaurantes, desde pequenos cafés até restaurantes de luxo. Ainda sim, aposto que não consegue citar uma pessoa que a tenha como prato favorito. Bem, eu...