Capítulo 19 - Karaokê

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Sim, como o título sugere, eu fui em um karaokê. Um karaokê com Vini, Mat e Jô, já que meu amor não pode ir. Fiquei triste a principio mas aí lembrei que nosso gosto musical é tão diferente que uma só ficaria vendo a outra cantar com cara de tacho. Nem precisei de Sam para me arrumar dessa vez. Coloquei qualquer roupa do armário e fui (de uber mais uma vez). Chegando lá os meninos já estavam cantando aquela música do Gustavo Lima e você. Cantamos muitas, muitas músicas mesmo. Cantei até Mina do condomínio (provavelmente a única música brasileira que sei de cor) e arrasei, diga-se de passagem. Comemos uns petiscos e cantamos parabéns pro vini, já que era seu aniversário. Comprei para ele um lindo sketchbook e um kit de 15 canetas MUJI. Ele adora desenhar e desenha muito bem. Aproveitei e comprei também um kit de aquarela profissional. 

— Gente... — João começou enquanto comíamos bolo de cenoura com chocolate. — Posso mandar a real?

— Hum? — Mat resmunga com um generoso pedaço de bolo em sua boca.

— Manda amor. — Vini diz tentando abrir uma Paçoca.

— Sinto que vocês vem escondendo algo de mim. — Ele comenta de cabeça baixa.

Todos paramos o que fazíamos instantaneamente e o encaramos. Quase cuspi o suco de caju que bebia, Matheus engole lentamente seu pedaço de bolo e Vinícius derruba a paçoquinha no chão.

— Sei que vocês dois tão namorando, podem assumir. — Ele então continua, olhando para eu e Mat. Sim, EU E MAT.

— O QUE??? — Mat grita com algumas migalhas de bolo voando por aí conforme ele abre a boca. Vini começa a rir baixinho, para João não ver. — ENDOIDOU DE VEZ FOI!? POR QUE VOCÊ ACHA ISSO?

— Para de tentar me enganar. — Jô responde. — Vocês vivem saindo juntos, ficam de cochicho e passam a maior parte do tempo no zap conversando!

— É POR QUE SOMOS AMIGOS! A-MI-GOS! —
Argumento elétrica conforme chaqualho seus ombros. Como João pode pensar algo assim? Sem ofensas Mat, mas não.

— É Jô, somos amigos, tem nada a ver isso aí. — Mat completa, após respirar fundo.

— É amor. — Vini assente com a cabeça. — Bea só é mais próxima do Mat, mas eles não tem nada romântico.

— Bom, se vocês insistem, vou "acreditar". — Ele faz aspas com os dedos enquanto cerra os olhos encarando a Mat e a mim. — Mas tô de olho em vocês dois, hein. Vamos, bora cantar mais que o aluguel dessa sala foi uma fortuna.

Conforme João sugeriu, cantamos mais umas 4 músicas. Eles são muito desafinados, a propósito. Depois fomos pra casa pois o nosso horário acabou. Ainda bem que Jô é horrível com deduções, se fosse Vini eu estaria ferrada.

Quando saí do karaokê percebi que ainda tava cedo, então decidi ir conversar um pouco com as meninas. Faz um tempo que não vejo elas, tirando  Sam que vi semana passada. Quando cheguei na casa de Laura (onde elas sempre se encontram para gravar, ensaios e tal) vi as 3 indo em direção a uma Fiat Toro marrom com seus instrumentos nas costas.

— Oxi, que cu é esse? — Queixono saindo do carro. — Foram expulsas de casa ou algo assim?

— Não? Estamos indo pra um show, Trizteza. — Ama responde, quanta criatividade pra apelidos.

— Alguém PAGOU pra vocês tocarem? — Eu e essa minha boca grande. Preciso pensar mais antes de falar.

— Pagou sim. Quer ir conosco? — Lau pergunta gentilmente enquanto entrava no banco de trás do carro.

— Puff, a altezinha aí não aguenta nem 30 minutos de show. E aposto que canta igual a sua namorada Lau, parece um galo sem metade da língua. — A insuportável da Samatha diz me encarando com um sorrisinho fajuto. Perai, a Laura namora?

Salada CaesarOnde histórias criam vida. Descubra agora