Eu sou um Renegado - Arthur M.C. Silva

Capítulo 14

Capítulo 14: Ajuda sempre bem vinda
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Akin ainda tentava absorver tudo o que tinha visto, aquela profecia ainda era muito confusa para ele, como é possível que ele derrotaria um exército como aquele? E por que ele? Por que ele quem enfrentaria o exército sombrio de Sikkari?
Kenji, percebeu o quanto Akin estava abalado, a confusão e a dúvida eram visíveis em seus olhos. Ele sabia que Akin sempre foi um guerreiro forte e determinado, mas o peso daquela profecia era diferente de qualquer batalha que já haviam enfrentado juntos.

— Akin, eu sei que isso tudo parece impossível agora — disse Kenji, sua voz firme mas carregada de compreensão. — Mas pense em tudo o que você já enfrentou. Desde que éramos crianças, você sempre foi aquele que nunca recuava, aquele que sempre encontrava um jeito de superar os desafios, mesmo quando as probabilidades estavam contra nós.

— Isso é diferente agora, Kenji...- Respondeu Akin ainda encarando a paisagem lá fora. - Nós lutamos contra homens gananciosos, bandidos e assassinos, na maioria das vezes eu estava no controle, eu sabia o que esperar... agora vamos enfrentar forças além da compreensão humana, o que é pior, eu posso acabar sucumbindo ao Garra da Morte e condenar a todos nós ao invés de ajudar.

— Você não tem certeza disso...- Kenji respondeu se sentando ao seu lado com sua voz firme e cheia de convicção.

— Se lembra daquela missão em Sildhaven, Kenji?

— Claro, foi uma de nossas missões mais difíceis.- Respondeu Kenji ao recordar dessa missão, eles teriam que assassinar o irmão tirano da atual imperatriz de Sildhaven.- Tínhamos que assassinar aquele imperador, teria sido fácil se a comitiva dele não tivesse aparecido.

— Exato, uma coisa é enfrentar uma dúzia de homens, mas isso... monstros, demônios, um homem cujo o poder o mundo jamais viu antes...- Akin suspirou em sinal de derrota e frustração, ele sabia que os pesadelos dele tinham relação com o que estava por vir, ele não estava mentalmente preparado para isso.- E o pior, parece um prato cheio para o Killerclaw despertar mais uma vez... eu sinto a lua cheia se aproximar e você sabe o que isso significa...

— Sei que isso é muita coisa para absorver, meu amigo. Mas temos que ter fé- Disse Kenji colocando a mão no ombro de Akin, dando-lhe força.- Fé em nós mesmos, fé no que já superamos, e principalmente fé de que você, mais do que qualquer um, pode controlar o Killerclaw

Akin permaneceu em silêncio, seus olhos ainda fixos na paisagem do lado de fora da caverna. Ele sabia que Kenji estava certo, mas as memórias de suas transformações, do rastro de destruição que ele deixou, o assombravam. A linha entre o controle e a perda completa de si mesmo para aquela besta que habitava seu interior era fina demais

— Eu não sei se fé é o suficiente desta vez, Kenji. — Akin murmurou, finalmente desviando o olhar da janela e encarando o amigo. — Não estamos mais falando de lutar para sobreviver. Estamos falando de salvar o mundo de algo que pode acabar com tudo... ou pior, algo que pode me fazer acabar com tudo.

Kenji apertou o ombro de Akin, um gesto pequeno, mas cheio de significado.

— Nós sempre tivemos batalhas difíceis pela frente, Akin. Eu estava lá quando você enfrentou aqueles soldados em Braisan, e também quando derrotamos o cartel. Eu vi o que você é capaz de fazer pelo bem dos outros. Sotto acreditava em você, e assim como ele, eu aposto minha vida em você.

— É, ele tem razão, do jeito que vocês lutaram contra aqueles caçadores, um exército é fichinha pra vocês!- Respondeu Zara saindo da caverna e amarrando seus cabelos, Akin e Kenji se olharam incrédulos, como ela havia se soltado?