Eu sou um Renegado - Arthur M.C. Silva

Capítulo 11

Confusão
⤛☾⤜
A mente de Akin estava em um frenesi de preocupação e urgência. O pensamento de que Black pudesse ter sido capturado e dopado por caçadores no mercado negro fazia seu coração acelerar. O Jagerlot não era apenas um companheiro valioso, mas também uma parte essencial de sua vida, e a ideia de perdê-lo era inaceitável. Ele abordou alguns vendedores, suas perguntas rápidas e urgentes, tentando obter qualquer informação sobre um possível Jagerlot à venda. A maioria dos vendedores o olhou com desconfiança e indiferente, mas alguns, ao verem a intensidade de seu desespero, ofereceram dicas vagas ou indicaram direções gerais. Enquanto Akin corria pela feira, Kenji tentava acompanhar, observando a busca com um olhar preocupado. Ele sabia que a situação estava se tornando cada vez mais desesperadora, e também tentava obter informações com alguns contatos que conhecia.

— Akin, calma! Vamos por aqui! — Kenji gritou, tentando chamar a atenção de Akin e guiá-lo para um setor mais afastado da feira, onde os mercadores mais suspeitos costumavam se reunir.

Akin seguiu Kenji, os dois encontrando uma área da feira onde as barracas eram mais simples e os vendedores, menos escrupulosos. O ar estava carregado com um cheiro de especiarias e uma mistura de odores menos agradáveis, e havia uma sensação de furtividade no ambiente. Akin e Kenji se moveram com mais cuidado agora, observando as pessoas ao redor com mais atenção. Mas mal percebiam que um olhar curioso os acompanhava em todo lugar, desde que chegaram até o momento que saíram de El Refugio.

Finalmente, uma pequena barraca, quase escondida entre outras, chamou a atenção de Akin. Havia um homem de aparência áspera e olhos furtivos que parecia estar escondendo algo. Akin se aproximou com determinação, Kenji ao seu lado.

— Você tem algo que possa me interessar? — Akin perguntou, tentando manter a voz calma e controlada, mas seus olhos mostravam a urgência da situação.

O homem na barraca olhou para Akin e Kenji com um misto de curiosidade e nervosismo, e parecia hesitar.

— Eu não vendo nada especial aqui, apenas itens comuns. — O homem respondeu rapidamente, a tensão em sua voz visível.

Akin não acreditava na resposta e decidiu adotar uma abordagem mais direta. Ele se inclinou para frente, os olhos fixos no homem.

— Eu sei que você tem algo. Um felino grande, preto, com marcas distintas. Se você sabe onde ele está, diga-me agora, ou as coisas podem ficar muito complicadas para você.

O homem parecia desconfortável, olhando ao redor como se procurasse uma saída. Então, com um suspiro derrotado, ele apontou para uma pequena sala nos fundos da barraca.

— Não sei do que está falando, rapaz.... Por favor vão embora.- Insistiu o homem fazendo Akin perder ainda mais a paciência.

— Tá bom, agora eu já me cansei.- Akin nocauteou o homem discretamente,  colocando-o desacordado no chão. Kenji arqueou a sobrancelha como se perguntasse se aquilo fosse nescessario. Akin o ignorou e entrou no local, parecia um beco estreito com poucos feixes de luz, eles se perguntam como conseguiram entrar com um Jagertlot daquele tamanho em um lugar tão apertado, ao chegarem lá, percebem do por que a maioria das pessoas não gostar daquele reino. O ambiente era mais estranho do que do lado de fora, jogatinas, o cheiro fétido de cerveja barata e homens asquerosos, o barulho de gargalhadas e gritos, penas de aves e gaiolas espalhadas no local... era um cenário perfeito para tráfico ilegal de animais raros. Os dois foram recebidos por duas mulheres, eram duas moças morenas gêmeas que pareciam estar à vontade naquele local. À vontade demais para o gosto de Akin, e se tratando da forma como estavam vestidas, ou melhor, nem tão vestidas assim, pelo olhar de forma intensos, avaliando Akin e Kenji de cima a baixo, como predadores observando suas presas.