Capítulo 19

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Capítulo 19: Furtividade

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Akin e Kenji seguiam sua corrida frenética pelos telhados de madeira em Mexian. Seus pés quase não tocaram as superfícies de madeira enquanto saltavam de uma casa para outra. A adrenalina corria em suas veias, e o vento da noite fria batia contra seus rostos, misturando-se com a adrenalina da perseguição. A cada salto e aterrissagem precisa, Akin sentia uma sensação de liberdade que há muito tempo não experimentava.

Enquanto corriam lado a lado, uma lembrança do passado veio à tona. Ele se lembrou de quando eram mais jovens, correndo pelas ruas e telhados de Braisan, competindo para ver quem era mais rápido, mais ágil. Naquela época, tudo parecia mais simples, e o riso de Kenji, que agora ecoava enquanto se moviam, o transportava de volta àqueles dias despreocupados.

Akin lançou um olhar de canto para Kenji, vendo o brilho nos olhos de seu amigo. Mesmo em meio ao caos e ao perigo que enfrentavam, aquele brilho mostrava que Kenji também estava desfrutando daquele momento, assim como antigamente.

— Não te disse que eu ainda sou mais rápido? — Kenji gritou por cima do ombro, um sorriso desafiador no rosto.

Akin sorriu de volta, balançando a cabeça em descrença, mas sem deixar de sentir o calor da nostalgia.

— Nos seus sonhos, amigo!- Akin respondeu convencido enquanto acelerava seus passos, ele correu com um pouco de sua velocidade normal e saltou por cima de Kenji o ultrapassando. Akin olhou para trás, ainda correndo, e viu Kenji tentando recuperar a distância, com o mesmo espírito competitivo que sempre tivera. Por um momento, parecia que estavam de volta aos tempos em que a maior preocupação era quem chegaria primeiro ao outro lado da vila.

Mas aquele não era um simples jogo de crianças. A realidade se impôs rapidamente quando Akin ouviu um som à distância, algo diferente do ritmo constante de suas pegadas e da respiração ofegante. Akin parou um momento e Kenji chegando logo atrás dele, Kenji com uma respiração pesada secando o suor de sua testa.

— O que foi, Kenji? Quer que eu abane você ou traga uma água?- Brincou Akin fazendo Kenji dar uma risada curta, ainda recuperando o fôlego, mas não perdeu a oportunidade de retrucar:

— Pode ser, mas só se você também trouxer uma rede e me carregar até o próximo telhado! — respondeu Kenji, com um sorriso malicioso no rosto.

Akin soltou uma gargalhada, mas seu sorriso logo desapareceu quando seus sentidos aguçados captaram algo.

— Espera... você ouviu isso? — Akin perguntou, seus olhos vasculhando as sombras ao redor.

Kenji franziu a testa e ficou em silêncio por um momento, tentando identificar o que havia alarmado Akin. O som metálico que Akin ouvira antes se repetiu, mais claro agora. Era como se uma arma estivesse sendo preparada, o clique inconfundível de uma lâmina saindo da bainha.

— Sim, ouvi... — Kenji murmurou, sua expressão mudando para uma de alerta.

— Parece que chegamos no ninho das cobras...- Disse Akin olhando para baixo, alguns membros da Irmandade de Ferro estavam de prontidão.

— É... e então, como voce que fazer isso, parceiro?

— Quantos membros da Irmandade existem em Mexian?- Pergunta Akin com um olhar malicioso para Kenji. Ele tinha algo em mente.

— Ah... uns mil, por que?- Kenji pergunta tentando adivinhar qual era o plano de Akin, mas pelo olhar dele, era óbvio o que eles iriam fazer.

— Acha que se setenta ou oitenta membros sumirem, vai fazer falta?

Eu sou um Renegado - Arthur M.C. SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora