Capítulo 15

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Confiança
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Depois de longos minutos de história, Akin explicou a Mary a razão de sua viagem, a capitã estava sentada na cadeira de sua cabine com a pernas cruzadas e parecia não demonstrar nenhuma reação, seu olhar fixo em Akin e atenta a cada palavra que saia de sua boca, para ela a história era tão mirabolante do que os relatos de viagem de seu pai.

— Então, vocês dois bonitões são mercenários super perigosos que estão em uma missão suicida para salvar o mundo? — Mary interrompeu com uma pitada de sarcasmo, arqueando uma sobrancelha enquanto cruzava os braços. Seu tom era cético, mas com um leve sorriso se formando no canto de sua boca.
Kenji soltou uma risada contida, percebendo a ironia na pergunta dela.

— Não somos exatamente "bonitões" — Kenji respondeu com um sorriso torto —, mas sim, é mais ou menos isso. Só que, neste caso, não se trata apenas de salvar o mundo. É mais pessoal do que isso.
Akin manteve sua expressão séria. Ele sabia que Mary precisava de mais do que um simples discurso para ser convencida.

— Eu sei que parece uma história exagerada — Akin admitiu, olhando diretamente para Mary.

— Ah não, não é exagerada... soldados das trevas, monstros, demônios, profecias e bravatas heróicas são bem reais.- Mary ironiza em um tom sarcástico.
Akin respirou fundo, reconhecendo o sarcasmo de Mary, mas não se deixando abalar. Ele estava acostumado a enfrentar ceticismo.

— Não estou aqui para fazer bravatas heróicas, Mary. — Ele respondeu, seu tom firme e sem desvio. — E não espero que acredite apenas nas minhas palavras. Sei que o que estou dizendo soa absurdo, mas você verá com seus próprios olhos quando as sombras começarem a se mover. Mary arqueou uma sobrancelha, o sarcasmo ainda evidente, mas agora misturado com um leve interesse.

— Digamos que eu acredite em vocês, o que eu ganho nisso tudo? Não posso simplesmente sair em uma missão maluca sem nenhuma garantia que tenha valido a pena.- A fala de Mary fez Akin e Kenji se olharem em sinal de compreensão porque sabiam o que ela almejava.- E pelo antigo ramos de vocês dois, cavalheiros, sabem do que eu estou falando.

— Ouro...- Akin e Kenji respondem uníssono fazendo Mary balançar a cabeça confirmando a resposta, Zara por sua vez fez uma expressão de desaprovação.

— Ouro. — Mary repetiu, um leve sorriso se formando no canto de seus lábios. — Isso sim é uma linguagem que eu entendo. E posso garantir que, se for o bastante, vou dar a vocês o melhor que o meu navio tem a oferecer.

Akin assentiu, entendendo que aquele era o preço que precisavam pagar para garantir a ajuda dela.

— Não temos muito ouro que possa cobrir suas expectativas, Mary. Mas garanto que você receberá o que merece assim que completarmos essa missão. Zara, que havia permanecido em silêncio, não conseguia esconder sua frustração.

— É disso que se trata? Dinheiro? — Ela murmurou, lançando um olhar desdenhoso para Mary. — Estamos falando sobre salvar vidas, não encher bolsos.

— Fácil falar quando você não tem um navio pra sustentar ou uma tripulação faminta esperando por pagamento. — Mary respondeu sem perder a compostura, lançando um olhar duro para Zara. — Cada um tem suas prioridades, garota. Eu não vou arriscar minha vida e a de meus homens de graça.

— Prioridades, hã? Isso vem da boca de uma mulher que bebe mais que um bucaneiro gordo?- Zara continuou, sua voz carregada de ironia e raiva. — Prioridades são realmente muito relativas, não acha?

Eu sou um Renegado - Arthur M.C. SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora