Capítulo 22

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 Onde nós estamos?

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Akin abriu os olhos lentamente, sua vista ainda falhando, ele viu uma figura feminina andando em uma praia, semelhante a Jaina, seus cabelos negros como a noite voando ao vento... não, não, aquilo não era real, ele apertou os olhos e sentiu algo arenoso sobre o seu rosto, ele havia encalhando em uma praia. O gosto salgado do mar ainda estava em sua boca, e seus pulmões ardiam com o esforço de respirar novamente. Ele tentou mover os dedos, sentindo o grão áspero da areia escorrendo entre eles. Por um momento, ele não sabia onde estava. Tudo ao redor era silêncio, exceto pelo som suave das ondas quebrando na praia.

Ele levantou a cabeça e se ergueu sobre os cotovelos, sentindo a dor intensa em cada músculo. Tudo que ele se lembrava era do clarão cegante da explosão, o choque das águas, e o som de sua própria respiração enquanto era engolido pelo oceano. Mary, Zara, Sam, Felipe, Kiran, Kenji, Black, o navio... tudo havia sumido, ele olhou ao redor e viu pedaço de tábua do navio espalhados, provavelmente trazidos pelas ondas.

Akin se levantou um pouco tonto, embora seu corpo resistisse. Cada movimento parecia um esforço monumental, mas ele sabia que não podia ficar ali deitado. Ele precisava descobrir onde estava e se havia alguma chance de que seus companheiros tivessem sobrevivido.

Enquanto caminhava lentamente pela praia, uma sensação de desolação começou a tomar conta dele. Ele olhou para suas espadas, que ainda estavam presas firmemente em suas costas. As lâminas, que outrora brilharam com o poder da tempestade, agora pareciam apagadas, como se tivessem perdido sua força.

Ele se perguntava quanto tempo havia passado desde a batalha. Dias? Horas? O sol, que brilhava fraco no céu, não dava respostas.

Akin continuou andando, seu corpo lutando contra a exaustão, a sua frente havia uma selva, suas árvores altas e retorcidas, cobertas por vegetação espessa. Ele podia ouvir o som de pássaros e criaturas desconhecidas ecoando entre as árvores, um contraste marcante com o silêncio desolador da praia.

Ele parou por um momento, olhando para a selva densa e sombria. Seu corpo estava à beira do colapso, mas ele sabia que não tinha outra escolha. Ficar na praia significava aceitar a morte lenta, seja pela fome, sede ou outro perigo que pudesse surgir. A selva, apesar de perigosa, oferecia pelo menos a promessa de recursos, água e possivelmente respostas.

Sem a sua bússola, sem Black e somente com a companhia da solidão e de suas espadas, então sem muitas opções, ele adentrou na selva.

Cada movimento era meticuloso, seus sentidos aguçados por anos de experiência em combate, prontos para qualquer ameaça que pudesse surgir. O chão sob seus pés era escorregadio, coberto de folhas úmidas e raízes salientes. O ar estava mais pesado aqui, abafado pelo calor e pela umidade, e o cheiro de terra molhada preenchia seus pulmões.

Enquanto avançava pela vegetação densa, Akin se perguntava se a selva guardava algum sinal de civilização.

Talvez aquela explosão tivesse jogado ele e a tripulação em uma ilha remota, longe de qualquer rota conhecida. Ou talvez esse fosse algum lugar que ele já deveria ter conhecido, mas a selva parecia indiferente aos seus pensamentos.

O cansaço ainda tomava conta dele enquanto caminhava, seu corpo implorando por descanso, sua garganta gritava por água potável, mas a mente estava alerta e o forçava a continuar, ele avistou frutas maduras no topo das árvores, eram Taumárias, frutas conhecidas por sua cor vermelha vibrante e sabor doce, mas também por suas propriedades hidratantes e energéticas. Akin as reconheceu imediatamente, lembrando-se de histórias sobre como antigos guerreiros as usavam para se manterem de pé durante longas jornadas pela selva. Seu corpo ansiava por aquele sustento.

Eu sou um Renegado - Arthur M.C. SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora