Capítulo 32 - Erro

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Eu me sentia horrível

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Eu me sentia horrível. Pode-se dizer, que eu até mesmo estava me odiando... Como eu posso deixar isso acontecer comigo tantas vezes? Como que eu permito que o Nicholas me machuque repentinas vezes?

Sendo sincera, eu nem sei como cheguei em casa. O caminho inteiro eu fui derrubando lágrimas de arrependimentos e de dor. Se eu estava chorando, foi porque eu permiti. Tudo o que eu mais queria fazer era chegar em casa, deitar na minha cama e chorar, chorar, até que eu esquecesse de tudo o que Nicholas já me fez e me disse.

"Erro do caralho". Eu não esqueceria disso nem tão cedo...

Mas, aparentemente, o universo estava contra mim. Meus pais estavam em casa no momento que eu abri a porta, juntos com a tia Bia. Eu paralisei, olhando para eles e querendo que as lágrimas voltassem para os meus olhos porque eu não queria dar satisfação à eles.

Mas era impossível. Eu já estava desmoronando por dentro, e segurar as lágrimas parecia uma batalha perdida. Senti o olhar pesado dos três sobre mim, mas tudo o que eu queria era desaparecer naquele momento. Os olhos da minha mãe, sempre tão críticos, pousaram em mim com uma mistura de preocupação e suspeita. Meu pai, como de costume, tentou suavizar a situação, mas ele era péssimo em ler as emoções no ar. Já a tia Bia, sempre atenta a cada detalhe, foi a primeira a se aproximar, como se pudesse sentir que algo estava fora do lugar.

— Tudo bem, querida? — Ela perguntou com aquele tom suave que sempre me desarmava.

Eu queria mentir. Queria dizer que sim, que estava tudo perfeitamente bem, que eu só estava cansada. Mas a verdade era uma correnteza violenta que já tinha me arrastado, e eu não tinha forças para nadar contra.

— Não. — Sussurrei, quase inaudível, sentindo o peso de cada palavra.

Meu pai se levantou, preocupado.

— O que aconteceu, filha?

Era a última pergunta que eu queria ouvir. Porque, na verdade, eu não sabia como responder sem me afogar ainda mais na dor. O que eu poderia dizer? Que Nicholas, mais uma vez, conseguiu arrancar um pedaço de mim? Que eu me permiti ser ferida por ele tantas vezes que agora eu já não conseguia distinguir quem eu era sem o peso dessas feridas?

Eu sentia o ar faltando. Minha cabeça rodava, e tudo o que eu queria era estar sozinha, longe de todos. Mas, naquele momento, a tia Bia se aproximou mais um passo e me envolveu em um abraço apertado. E foi aí que desabei de vez.

— Não precisa falar agora. — Ela sussurrou no meu ouvido, enquanto eu chorava no ombro dela. — Só deixa sair... Tudo.

E eu chorei. Chorei porque Nicholas, mais uma vez, havia me deixado quebrada. Chorei porque eu odiava o fato de ainda me importar. Chorei porque, por mais que eu tentasse ser forte, eu sempre acabava no mesmo lugar: destroçada, sozinha, e me perguntando por que eu continuava permitindo isso.

solárium || nick & solOnde histórias criam vida. Descubra agora