Se não fosse aquela noite

Um punhado de promessas e outro tanto de negação

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Na maioria das vezes eu presto atenção no que o Gustavo diz, por mais que seja algo absurdo, como o tamanho do órgão sexual de algum cara com quem ele ficou, ou narrar os fetiches que realizou, mas hoje eu estava no piloto automático, eu nem sabia se o que ele estava dizendo era relevante. Me limitei a segurar o meu colar e brincar com ele, enquanto minha mente me mostrava flashes da noite de ontem.

Valentina colocou sua boca em mim e me provou como se eu fosse a última fruta da estação. Seus lábios e língua se deliciaram com cada parte da minha intimidade e eu só tentava me segurar em algum lugar onde pudesse apertar firme. Meus pés se contorcendo, meu corpo pulsando de puro prazer, enquanto ela sorria confiante. Ela sabe que me tem em suas mãos, sabe que me deixa louca quando sua boca alcança partes específicas do meu corpo.

Ela aumentou a velocidade e eu fechei os olhos, minhas unhas arranhando a poltrona mais próxima, enquanto eu gemia sem pudor. Valentina lambia e chupava cada vez mais rápido, até que sua língua se tornou como um vibrador e meu quadril se ergueu em puro êxtase. Eu pensei que ela me deixaria descansar, ledo engano.

_Então amiga, o que você acha?

_Acho do que?

_Meu Deus Meila, eu nunca te vi tão distraída como hoje_ ele analisou meu rosto por algum tempo _ Você está corada? Espera você está suando, tá passando mal?

Levantei da cadeira e dei alguns passos pela sala.

_Claro que não Gustavo! Eu só...estou um pouco distraída hoje. Você pode repetir a pergunta?

Gustavo me olhou desconfiado, mas não insistiu e eu agradeci a qualquer entidade que o tenha feito desistir de prolongar o assunto.

_Algumas alunas me pediram pra termos uma aula sobre pronomes neutros e eu achei bastante interessante, ainda não temos alunas declaradamente trans ou não binário, mas precisamos nos abrir pra diversidade não é mesmo.

Respirei fundo e massageei a testa.

_Olha, o que você acha de levarmos essa palta pra o conselho de classe, fazemos uma votação com os pais...

_Então eu já posso desistir. Aquele bando de velhos e velhas nunca vão aprovar algo assim.

_Bom, talvez as filhas influenciem na decisão deles, você pode montar um projeto com panfletos, explicando o que é, tentando clarear a mente deles. Isso pode dar certo.

_Não custa tentar não é.

_Gustavo, eu juro que aprovaria sem pensar duas vezes, mas você sabe que esse internato não se mantém sem o dinheiro desses velhos e velhas.

Ele sorriu e veio em minha direção.

_Eu sei sim. Bom, vou preparar o material e as alunas podem levar pra casa durante o recesso de verão.

_Nossa! Eu não estava lembrando do recesso. Tenho que adiantar algumas tarefas, temos que ter pelo menos mais uma reunião entre os professores e eu e a Valentina temos que nos preparar para ficarmos em Abadia.

_Ai amiga, eu tô enjoado de ir pra Abadia, não poderíamos conhecer a Itália ou algo assim?

_ O máximo que eu posso te oferecer de diferente é ir ver o mar. Eu tenho uma casa na praia.