Entre o antes e o agora

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Nessa história vão haver alguns flashbacks onde eu mostrarei o passado das duas, essas memórias estarão em itálico.

Votem no capítulo, adicionem a história na biblioteca e se puderem divulguem para os amigos.

Quando eu conheci a Meila ela já se cobrava muito, não que eu também não me empenhasse, mas ela queria ser perfeita, e isso é compreensível, estudar num internato fundado pelos seus avós e administrado pelos seus pais era um grande fardo, ela devia dar o exemplo e seus pais não a deixavam esquecer disso. Por precisar ser o exemplo Meila não se divertia como as outras, que "traficavam" bebida escondido, cigarros e até maconha e por não se enturmar ela muitas vezes sofria bullying.

Quando cheguei ao Monsenhor Olegaries eu estava com muita raiva dos meus pais por não saberem o que fazer comigo e terem me mandado para um internato. Eu tentei fugir duas vezes sem sucesso, então colocaram a Meila no meu encalço, meu pai pagava bem, eles deveriam me deixar segura. Ela se mudou para o mesmo quarto que eu para me vigiar e impedir uma nova possível fuga.

Uma noite eu estava tentando escapar pela janela quando ela acordou e me surpreendeu ligando as luzes do quarto.

_ Aonde pensa que vai?

_ Só ia pegar um copo de água? _ Disse me fazendo de desentendida.

_ Pensa que eu sou burra? Tem uma jarra bem ali no aparador, além disso, se fosse pegar água você sairia pela porta e não pela janela.

_ Olha Keila, você não se mete na minha vida e eu não me meto na sua, fechado?

_ Primeiro é Meila, segundo meu trabalho é "se meter na sua vida" como você disse, tenho que te vigiar.

_ Então eu ganhei uma babá_ disse frustrada.

_ É mais como uma colega seriamente preocupada.

_ Puxa saco! _ Disse voltando pra minha cama.

_ Vadia!

Ela disse apagando a luz, eu logo liguei o abajur do lado da minha cama e sentei.

_ Do que me chamou?

_ Todo mundo sabe que essas suas saídas noturnas é para copular com os rapazes.

_ Copular? _ Meila adorava esse linguajar rebuscado.

_ Fazer sexo_ ela disse impaciente.

_ Prefiro morrer a transar com um cara, fique você sabendo.

_ Então o que ia fazer?

_ Beijar apenas...algumas garotas.

_ Garotas!? Você é...

_ Lésbica, sapatão, chame como quiser, eu gosto de meninas. Algum problema?

_ Nenhum, eu só não posso te deixar fugir do quarto ou do internato, quem você beija não é problema meu.

Desliguei a luz e fiquei pensando no que ela disse, normalmente as pessoas olhavam torto ou me julgavam quando eu falava sobre a minha sexualidade, mas Meila não, ela só se importava em fazer um bom trabalho.

Ela era tão certinha que as meninas insistiam em incomodá-la, exigiam anotações, que ela fizesse trabalhos por elas e até brincadeiras mais pesadas, certa vez roubaram suas roupas no vestiário. Eu entrei lá e escutei um choro alto que depois foi ficando contido, talvez porque a pessoa ouviu meus passos.

_ Você está com problemas?

_ Vá embora!

_ Ei! Eu só quero ajudar.

Se não fosse aquela noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora