Se não fosse aquela noite

Todos temos nossas cicatrizes

Eu e a Meila terminamos a noite no quarto dela. Deitamos uma de frente para outra, eu posso olha-la por horas e nunca me cansar. Aprendi muitas coisas só a observando. Sei quando algo a estressa porque as linhas de expressão entre os seus olhos formam uma dobra, sei quando ela está insegura, pois seus olhos vacilam e ela desvia o foco da pessoa com quem estiver conversando, conheço seu olhar de apaixonada, pois seu rosto fica em paz, os lábios formam um leve sorriso e seus olhos curiosos exploram o meu rosto, é exatamente assim que ela me olha agora. Seu sorriso muda de algo inocente, para pura malícia. Ela engatinha pela cama e fica sobre mim.

Meila com certeza é a mulher mais cheirosa do mundo, seu cheiro afeta meus sentidos, o calor do seu corpo me faz desejar tê-la de uma forma tão voraz como na noite anterior, mas entendi que o momento pedia calma.

 Ela me beija, um beijo lento, sua língua explora minha boca aos poucos, seus dedos passeiam pelo meu cabelo e uma das suas pernas se encaixa entre as minhas. Entre um beijo e outro, nossos suspiros e gemidos quebram o silêncio da noite.

Observo atentamente enquanto ela deixa uma trilha de beijos que começam dos meus seios e vão até o meu abdômen. Percebo quando algo chama sua atenção. Ela olha atentamente para a minha perna, percebe as cicatrizes logo abaixo do joelho, passa os dedos pela primeira e desce mais um pouco contornando a segunda cicatriz. Eu pareço bem resolvida com tudo, como se as cicatrizes não importassem, como se eu estivesse acostumada, mas me pego derramando lágrimas discretas quando ela põe os lábios sobre elas e as beija, não tem nada tão reconfortante como ser aceita pela pessoa amada.

 Meila se encaixa entre as minhas pernas e sua língua faz mágica, ela suga meu clitóris lentamente, enquanto meu corpo se contorce na cama, entre lambidas e chupadas, eu posso sentir que estou quase tendo um orgasmo, é quando ela para e levanta da cama.

_Não, por favor continua_ digo manhosa.

Ela tira a sua roupa enquanto sorri pra mim com cara de safada, eu não sei seus planos, mas com certeza iria gostar.

Depois que ela tira a roupa, encaixa as pernas nas minhas e começa a esfregar o sexo no meu. Eu tentei me segurar, mas não consigo e tenho um orgasmo forte, ela continua a se movimentar sobre mim, busca a minha mão e entrelaça com a sua, segurando mais firme a cada cavalgada sobre mim.

Essa é a melhor visão do mundo, vê-la se movendo enquanto geme palavras sem sentido, seu corpo moreno e suado se movimentando, buscando prazer...

_Meila eu não vou aguentar...vou chegar lá de novo.

Ela me olha sorrindo.

_Vamos juntas dessa vez.

Ela se esfrega mais uma vez no meu sexo e deixo escapar um pequeno grito, enquanto minha cabeça e abdômen é projetado para cima. Meila cai do meu lado, alguns fios de cabelos grudados na testa e o sorriso mais lindo do mundo nos lábios.

_Eu não sei se você sabe, mas eu me sinto a mulher mais feliz do mundo nesse momento_ Toco o seu rosto, seus olhos me olham atentamente _ Quando dormimos juntas eu sempre acordo e toco o seu rosto, meu medo é que tudo isso não seja real, eu me pergunto se mereço tudo isso.

_É claro que você merece Valentina, ambas merecemos. Esse é o nosso momento.

Beijo sua boca de forma apaixonada, vestimos nossas lingeries e deitamos na cama.

Acabamos adormecendo e no meio da noite a porta bate e um terceiro corpo se junta a nós na cama. Meila acende o abajur e senta na cama, ainda sonolenta.

_É impressão minha ou sua amiga acabou de entrar debaixo dos lençóis?

Eu sento na cama e vejo um volume, todo coberto no meio da cama.