Se não fosse aquela noite

Helena de Tróia

Oi gente, olha eu aqui de novo. Demorei porque sempre quero entregar o melhor para vocês e para ter uma frequência de postagens é necessário deixar alguns capítulos prontos. Agora vamos aos pontos importantes:

* Antes de iniciar a leitura, votem no capítulo.

*Deixem comentários para eu saber o que vocês gostaram no capítulo.

*Sugiro vocês relerem o capítulo "Entre o antes e o agora", pelo menos o começo, porque isso irá ajudar a ativar as memórias de vocês, para entender um acontecimento do final desse capítulo.

No mais, boa leitura.

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POV: Meila

Eu não podia acreditar que estava em uma festa do pijama, onde as amigas da Valentina simplesmente estavam expondo os nossos podres, para o Gustavo, Guilherme e a Glória. Eu realmente não podia acreditar, só posso pensar que o arrebatamento já aconteceu e eu simplesmente fui deixada para trás.

Eu sei que é difícil de acreditar que eu terminaria á noite assim, porque eu tinha planejado algo bem mais quente e bem menos constrangedor, com a Valentina, mas muita coisa aconteceu desde então. Precisamos voltar um pouco no tempo, para que vocês possam entender como eu fui convencida, ou melhor manipulada a aceitar essa situação.

Algumas horas atrás...

Estava tudo indo bem na peça, assim como foi no último ensaio que assisti. Nesse mesmo ensaio deixamos claro que a Laura não precisava dar um beijo cinematográfico na Carmilla, um selinho seria o suficiente. Então porque diabos eu estava vendo a Laura colocar a língua na garganta da outra atriz? Procurei Glória com o olhar e a vi desviar, logo que eu a encarei. Voltei a assistir à peça e qual foi a minha surpresa, ao me deparar com a Carmilla lambendo o pescoço da Laura, e pior, um dos maiores patrocinadores do internato levantou nesse momento, ameaçando se retirar do teatro. Eu acompanhei seus paços, tentei explica-lo que se tratava de uma peça com vampiras, todo mundo sabe que vampiras são sedutoras certo? Todo mundo menos essa besta quadrada, cheio de dinheiro. Ele saiu do prédio furioso e ainda por cima sugeriu que iria convencer outros pais a retirarem suas filhas do internato. Isso realmente era tudo que eu precisava.

Valentina veio até mim, sempre preocupada e atenciosa, mas bem fora da realidade. E a realidade é que sem o dinheiro daquele homem teríamos um ano apertado, o internato não chegaria a entrar no vermelho, mas poderia se eu não cortasse algumas atividades. Eu já imaginava as várias ligações que receberia no dia seguinte, essa peça iria gerar uma repercussão enorme. Eu poderia prever isso, devido aos críticos cercarem Glória e cobri-la de elogios. Elogiaram seu trabalho e o da Valentina, falaram com as alunas e alguns recrutadores prometeram bolsa em uma faculdade de artes cênicas.

Me aproximei para as fotos. Coloquei o meu sorriso mais falso. Não que eu não estivesse feliz pelas alunas, a Glória e a Valentina, eu estava, mas eu também sentia aquele nó no estômago e o frio na espinha, que me diziam que algo ruim estava para acontecer. Eu só não sabia que o desgosto viria tão rápido. Agnes vinha em minha direção, desfilando com seu salto alto e ar de superioridade.

_ Querida_ ela me cumprimentou com dois beijos no rosto_ tenho que te dar os parabéns, a feira de ciências foi tudo.

_Obrigada Agnes_ me forcei a dizer e tentei dar um jeito de sair dali.

_O internato está diferente, mais moderno, mais aberto ao diferente, percebo uma liberdade sexual aqui _ um sorriso se fez presente no canto dos seus lábios.

_ Liberdade sexual? Do que está falando? Acho que se enganou nos termos "querida". Deve estar falando sobre as alunas terem liberdade pra se expressar, para entender suas sexualidades e suas identidades.