Capítulo 25 - Jungwon

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NÃO OS MATE!

Pedido By: Amayamyer

Era um daqueles dias em que eu sabia que o tempo ia correr contra mim. O despertador tocou mais tarde do que deveria, e eu já estava quase uma hora atrasada para começar a me arrumar. A agenda estava lotada, e eu precisava estar pronta rápido, mas meu cabelo tinha outros planos.

As ondas, que normalmente eu deixava soltas e naturais, hoje estavam terríveis! Cada mecha parecia ter sua própria personalidade, e nenhuma delas queria cooperar.

Suspirei, olhando para o espelho e, sem pensar muito, puxei a prancha de alisar do armário. Jungwon provavelmente ficaria bravo, mas hoje não dava. Eu precisava de praticidade, e isso significava cabelos lisos, sem rebeldia, sem cachinhos.

Liguei a prancha e esperei que esquentasse. Enquanto isso, penteava os fios, pensando em quanto tempo estava desperdiçando. Cada segundo contava, e eu já estava atrasada.

Quando a prancha finalmente ficou quente, comecei a passar pelas mechas, uma por uma, vendo as ondas desaparecerem e o cabelo ficar mais liso. Era um alívio temporário, mas funcionava.

Estava no meio do caminho quando ouvi a porta do banheiro se abrir. Pelo espelho, vi Jungwon encostado no batente, com os braços cruzados e aquele sorrisinho divertido, mas que eu sabia esconder uma desaprovação velada. Ele inclinou a cabeça de lado, me analisando enquanto eu passava a prancha por mais uma mecha.

— Você não tá fazendo isso de novo, né? — ele perguntou, já sabendo a resposta.

Eu ri, sem nem me virar para ele.

— Tenho uma crise pra resolver, não dá pra deixar os cachinhos livres hoje. Tô sem tempo.

Jungwon se aproximou lentamente, ainda com aquele olhar de quem estava prestes a dar uma bronca leve. Ele parou ao meu lado e pegou uma mecha de cabelo que ainda estava ondulada, segurando-a como se fosse um tesouro.

— Não pode matar os cachinhos assim — disse, meio sério, meio brincando.

Soltei um suspiro dramático, tentando explicar de novo.

— Não é que eu não goste dos meus cachos, amor. É só que, às vezes, eles me atrasam, entende? Eu precisava de uma solução rápida.

Ele não parecia convencido. Seus dedos deslizavam pela mecha ondulada, como se estivesse lamentando o destino dela. Em seguida, ele me olhou nos olhos pelo reflexo no espelho.

— Seu cabelo é incrível do jeito que ele é. Não precisa mudar nada. — Sua voz era cheia de carinho.
— Cada vez que você alisa, parece que tá escondendo uma parte sua. E eu gosto de todas as partes de você, até as bagunçadas.

Eu ri de novo. Jungwon sempre sabia o que dizer para me fazer repensar tudo.

— Você fala como se o cabelo fosse uma coisa super fácil de resolver pra minha vida toda — provoquei, desligando a prancha e colocando-a de lado. — Eu só queria um pouquinho de controle hoje.

— Talvez seja — ele disse, dando um sorriso torto, o tipo de sorriso que derrete qualquer defesa. — E você não precisa de controle sobre tudo. Às vezes, a beleza tá no que é natural, no que foge do padrão. E, honestamente, essas ondas bagunçadas são uma das coisas que mais amo em você.

Ele puxou uma cadeira do quarto e se sentou nela, de frente para mim, com os cotovelos apoiados nos joelhos e os olhos fixos em mim. Seu olhar tinha aquela mistura de diversão e ternura que sempre me fazia baixar a guarda.

— Tá bom, eu entendo — eu disse, rindo. — Não vou matar os cachinhos. Prometo.

Jungwon sorriu, satisfeito. Ele se levantou da cadeira e veio até mim, deslizando os dedos pelo meu cabelo agora meio liso, meio ondulado. Seu toque era leve, quase como uma carícia.

— Vem cá — ele disse suavemente, puxando-me pela cintura até eu ficar de frente para ele. Suas mãos seguraram meu rosto com cuidado, e, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele se inclinou para me beijar.

O beijo foi suave no começo, seus lábios tocando os meus como se ele estivesse provando a doçura do momento. Mas logo senti a intensidade aumentar, seu corpo pressionando o meu contra a pia do banheiro, como se ele quisesse me envolver por completo naquele instante. Seus dedos continuavam a acariciar meu cabelo, mas agora havia mais urgência no toque, mais intensidade no beijo.

Quando ele finalmente se afastou, seus olhos estavam fixos nos meus, e o sorriso nos seus lábios era puro contentamento.

— Viu só? — ele disse. — Nada pode competir com o jeito que você é naturalmente.

Eu respirei fundo, tentando me recompor, mas o calor do momento ainda pulsava no meu corpo.

— Você é realmente impossível — murmurei, rindo e dando um leve empurrão em seu peito.

Ele riu também, segurando minha mão e trazendo-a até os lábios para beijá-la de forma suave.

— Só sou assim com você. Gosto de te lembrar que você não precisa mudar nada pra ser perfeita.

Balancei a cabeça, meio incrédula, meio apaixonada.

— Tá bom, senhor romântico. Mas agora deixa eu terminar de me arrumar, ou vamos nos atrasar de verdade.

Ele deu de ombros, ainda sorrindo.

— Tudo bem, mas eu vou ficar aqui. Vou garantir que os cachinhos sobrevivam hoje.

E assim ele ficou, sentado na cadeira, me observando enquanto eu tentava ajeitar o resto do cabelo sem alisar mais nada. E, por incrível que pareça, naquele momento, comecei a ver as ondas de um jeito diferente, talvez elas não eram um real problema.

CECILINDAAA

Enhypen Imagines - OT7Onde histórias criam vida. Descubra agora