No fundo do mar, Taehyung olhava para cima, fascinado pelas luzes dos raios que rasgavam o céu. Sua curiosidade era despertada, mas o medo da superfície o impedia de emergir. Com o tempo, pedaços do navio naufragado começaram a afundar, e ele decidiu explorar os destroços. Embora isso aliviasse um pouco sua curiosidade, as luzes dos raios continuavam a chamar sua atenção, e seus olhos frequentemente se voltavam para cima.
Entre os pedaços de madeira e velas partidas, algo chamou sua atenção. Não era um pedaço qualquer de destroço, mas algo que afundava de maneira estranha, quase como se estivesse vivo. Taehyung, com o coração acelerado, subiu, não conseguindo conter a necessidade de investigar mais de perto.
Ao se aproximar, seu estômago se apertou. Não era um destroço, era um homem, o rapaz que ele havia observado tantas vezes na praia anos atrás. Desesperado, Taehyung o agarrou com firmeza, seus dedos envoltos em torno do corpo quase sem vida. Ele sentiu a vida se esvaindo dele. Não podia deixar que ele morresse ali. Sem hesitar, ele o levou à superfície e o deixou na areia da praia, antes de mergulhar de volta ao mar com pressa. Seu coração estava apertado. O medo de que o rapaz não sobrevivesse era insuportável.
Nos dias seguintes, Taehyung foi atormentado pela possibilidade de o rapaz ter morrido. Cada vez mais instável e sensível, ele passou a visitar sua tia Úrsula com mais frequência que o normal. Úrsula, o acalmava. Ela conhecia a linguagem de sinais humana e havia ensinado Taehyung, permitindo que tivessem uma boa comunicação. Em uma dessas visitas, enquanto Úrsula ensinava feitiços e falava sobre o mundo terreno, percebeu que algo estava incomodando seu sobrinho.
— E só falta isso para finalizar — disse Úrsula com um sorriso astuto. — Agora, rapazinho, pode me contar o que tanto lhe aflige?
Taehyung sinalizou [nada], mas sua expressão denunciava seu desconforto.
— Você parece perturbado desde a tempestade. Aconteceu algo naquele dia? — indagou Úrsula, estreitando os olhos.
Taehyung desviou o olhar, mas Úrsula percebeu que estava se aproximando da verdade.
— Conta para titia — sorriu maliciosa —, encontrou algo estranho nos destroços? Eu sei que um navio afundou naquele dia.
Taehyung negou com a cabeça, mas estava visivelmente afetado. Úrsula mexeu em alguns frascos, pensativa.
— Quando eu era jovem, um navio afundou perto daqui. Seu pai foi investigar e encontrou um cadáver. Ele ficou atormentado por dias... — comentou ela casualmente.
Taehyung olhou para ela, se aproximando. Ele sinalizou [humano] e depois [morto]. Úrsula confirmou com um aceno.
— É algo assim que está te incomodando? Viu um cadáver e ficou assustado? — perguntou Úrsula.
Taehyung suspirou, antes de sinalizar: [Resgatei um rapaz, estou com medo dele ter morrido. Queria poder vê-lo só mais uma vez.]
Úrsula arqueou as sobrancelhas, mas sorriu. — Você pode fazer isso! — exclamou animadamente enquanto mexia em seus frascos. — Tenho um feitiço para te transformar em humano. Mas, se passar de uma semana, haverá consequências. Você perderá algo essencial.
Taehyung franziu o cenho e, com as sobrancelhas levantadas e os olhos fixos na tia, sinalizou: [Como assim?]
— É um feitiço poderoso — explicou Úrsula, enquanto continuava a mexer nos frascos. — Ele pode mudar o destino de alguém, ou pelo menos tentar. Mas o destino não gosta de ser desafiado. Então, ele tira algo importante. Então ele tira algo importane para o sirênio ou humano, eles também podem virar sirênios com esse feitiço, para que eles voltarem à sua forma original e vivam o seu destino.
Taehyung, agora com o rosto confiante, sinalizou: [Uma semana? Acho que consigo achá-lo em uma semana e voltar. Você pode fazer esse feitiço?]
Úrsula sorriu de orelha a orelha e começou os preparativos.
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Destiny - Vmin
FanfictionCriado em uma mundo onde a música é a linguagem do amor, Taehyung, um príncipe órfão de mãe, vive isolado e infeliz por não conseguir falar. Sua condição o condenou a viver em silêncio, em um mundo onde expressar emoções através da música é essencia...