11. Preparativos

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Depois do baile, as palavras de Jimin ecoavam na mente de Taehyung. Ser membro da corte real era uma honra imensa, reservada apenas às famílias mais influentes. Se o príncipe planejava tornar Taehyung um deles, certamente o imaginava em seu futuro.

Naquela noite, Taehyung não conseguia dormir. Suas mentiras o estavam levando por um caminho perigoso, mas a verdade parecia ainda mais arriscada. Pensava sobre a viagem e tentava se convencer que ela seria curta, permitindo-lhe voltar ao mar sem grandes consequências. Ao olhar para Jimin, sentia-se cada vez mais culpado por iludir o príncipe com a ideia de um futuro, enquanto planejava partir em alguns dias.

Ele também refletia sobre o propósito da viagem. A ideia de pertencer ao clã Mangjeol era completamente absurda. Como poderia ser parte de um clã terrestre e, ao mesmo tempo, ser um tritão? A cor do cabelo não passava de uma coincidência infeliz, algo que poderia roubar seus últimos dias ao lado do príncipe em uma viagem sem sentido. Mas, qual era a outra opção? Contar ao príncipe sua verdadeira natureza? Era impensável imaginar que seria aceito. A ideia de manter uma amizade com o príncipe da terra, enquanto continuaria vivendo no mar, era ridícula. Jimin, certamente, o odiaria por todas as mentiras, ou pior, poderia caçá-lo e exibi-lo como uma raridade.

Ao amanhecer, os criados corriam para finalizar as malas e os últimos detalhes para a viagem, pois o clã Mangjeol vivia em uma região afastada. Taehyung estava visivelmente cansado, e a rainha se mantinha mais próxima dos rapazes. Ela parecia angustiada, como se a viagem pudesse representar algum perigo para ambos. Jimin a confortava, dizendo que passaria no palácio para se reportar ao rei sobre a viagem, mas isso apenas parecia aumentar a preocupação da rainha. Assim que Jimin se afastou um pouco, ela se aproximou de Taehyung.

— Pode me fazer um favor sem maiores perguntas? — a rainha perguntou em tom baixo.

Taehyung estranhou, mas concordou com a cabeça.

— Quando passarem no palácio, por favor, fique na carruagem. Deixe o Jimin ir sozinho falar com o rei, tá bom?

Taehyung pensou em perguntar o motivo, mas se conteve e apenas assentiu novamente, curioso com a angústia da rainha.

A primeira parte da viagem começou e Taehyung obedeceu ao pedido da rainha, permanecendo na carruagem quando chegaram ao palácio na região comercial. Ao olhar pela janela, viu a movimentação intensa das ruas, mas sua curiosidade sobre o castelo ficou em segundo plano por conta da advertência da rainha. Para sua surpresa, Jimin não insistiu para que ele entrasse. Na verdade, parecia até um pouco aliviado que Taehyung decidira esperar do lado de fora.

Jimin estava desconfortável. Ele sabia que o estado do palácio não seria o ideal para apresentar Taehyung. O lugar onde o rei residia, na verdade, era uma espécie de refúgio que ele mantinha longe dos deveres reais, onde as concubinas residiam. Havia muitas delas, embora apenas uma fosse oficial e tivesse um poder que rivalizava o da mãe de Jimin. Essa realidade o irritava profundamente. O príncipe sempre via com desdém o comportamento do rei, que se concentrava mais em seu harém do que nas responsabilidades do reino.

Esse desleixo do rei, deixando grande parte da administração do reino nas mãos da rainha, era uma fonte constante de frustração para Jimin. Ele via sua mãe se desgastando, assumindo um papel que não era exatamente o dela, enquanto o rei vivia em seu pequeno império de prazeres e distrações.

Jimin respirou fundo antes de entrar no palácio, determinado a fazer sua visita o mais rápida possível. Deixando Taehyung na carruagem, ele caminhou pelas grandes portas com passos decididos, mas em seu peito havia uma irritação crescente.

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