15. Segredos

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Taehyung é levado para um quarto, a matriarca, convencida de que as recentes revelações haviam provocado uma forte reação emocional e mental em Taehyung, insistiu em permanecer ao seu lado. Para ela, era apenas uma questão de tempo até que ele recuperasse suas memórias. Ela cuidaria pessoalmente do "neto" desacordado, acreditando que sua presença seria crucial nesse momento delicado, enquanto o restante da família observava a situação à distância, respeitando seu desejo de controle.

Enquanto isso, Joon conduzia Jimin pelos corredores da casa, tentando distraí-lo com conversas leves. Ele compartilhava histórias sobre o clã e sobre sua irmã, Yuna, como se buscasse preencher o silêncio incômodo com detalhes do passado.

— Talvez você já tenha ouvido que, no nosso clã, só nascem meninos — começou Joon, a voz suave, mas cheia de significado. — Minha irmã Yuna foi a primeira menina em cinco gerações. Quando ela nasceu, minha avó ficou profundamente apegada a ela. Sempre sonhou em ter uma filha, e ter uma neta foi como realizar esse desejo.

Jimin, intrigado, inclinou a cabeça, absorvendo as informações.

— E por que vocês se isolam tanto? — perguntou. — Nunca os vi nos bailes ou eventos da corte.

Joon sorriu de forma tímida, uma expressão que não escondia o desconforto ao falar do assunto.

— Nossa família está apenas na primeira geração com títulos de nobreza — explicou ele. — Meu pai recebeu o título há cerca de vinte anos. Meu irmão mais velho será o próximo duque e está sendo preparado para o papel. Mas a verdade é que ele, assim como a maioria de nós, nunca se adaptou ao estilo de vida da nobreza. Bailes e eventos sociais... nunca fizeram parte da nossa realidade.

Jimin franziu o cenho, seu olhar focado em Joon, curioso com essa revelação.

— É interessante — comentou, pensativo. — Embora os nobres conheçam sua existência, vocês têm uma reputação... distinta, mesmo sem frequentar os eventos.

Joon hesitou antes de continuar. Seu desconforto era palpável, e ele escolheu cuidadosamente as palavras.

— Isso... é culpa minha — admitiu, com um sorriso nervoso. — Passei alguns anos no palácio com minha irmã, Yuna. Ela era amiga próxima da futura rainha e estava sendo preparada para ser dama de companhia da sua mãe. Eu, por outro lado... chamava muita atenção. Meu comportamento destoava dos outros rapazes e isso acabou gerando alguns problemas. As moças da nobreza se interessavam muito por mim e como eu não escolhia nenhuma para matrimonio isso colocou nossa posição em risco, com fofocas sobre mim começaram a circular. No fim, para proteger o título recém-conquistado, entrei para o sacerdócio.

Jimin o olhou, surpreso.

— Sua irmã era amiga da minha mãe? — perguntou, processando a informação.

Joon assentiu, um sorriso formando em seus lábios.

— Sim, elas eram inseparáveis na infância. Naquela época, nossa família ainda não tinha títulos de nobreza. Minha mãe trabalhava para a sua avó, e foi ali que elas se aproximaram. Quando sua mãe chamou a atenção do futuro rei, ela pediu que Yuna fosse sua dama de companhia. Eu acabei indo junto, porque, de alguma forma, acreditava-se que seria auspicioso ter gêmeos no palácio.

Jimin sorriu ao ouvir isso, lembrando-se das crenças de sua avó paterna. Ela sempre fora apegada a presságios, augúrios e sinais do destino. Era algo que ele conhecia bem.

— Isso soa exatamente como algo que minha avó faria — disse Jimin, rindo levemente. — Ela sempre se deixou guiar por essas ideias de sinais auspiciosos e presságios.

Destiny - VminOnde histórias criam vida. Descubra agora