5. Descobertas

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Taehyung acorda com o sol fraco da manhã atravessando as janelas do quarto. O silêncio no castelo ainda era profundo, o que facilitava sua saída discreta. Ele caminhava pela praia com os pés descalços, sentindo a areia fria e úmida sob os pés, o som do mar batendo levemente nas pedras ao longe. Era a primeira vez que via a superfície de verdade, e não através das histórias de sua tia.

Quando avistou os cavalos selvagens, seu coração acelerou. "Tia sempre falou deles", pensou, sorrindo para si mesmo. As criaturas, majestosas e solenes, se aproximaram com curiosidade, e como geralmente só acontecia com criaturas do mar, havia conexão entre ele e aqueles animais. Um dos cavalos, levou-o pelas trilhas até o movimentado mercado da região.

No centro comercial, a agitação era intensa. Taehyung, encantado com a variedade de produtos e a multidão de pessoas, observava tudo com fascinação. Sem entender como as coisas funcionavam ali, pegou uma maçã e a mordeu, pensando ser algo comum. Em segundos, um vendedor furioso o derrubou no chão.

- O que pensa que está fazendo?! - gritou o homem, chamando atenção ao redor.

As pessoas se aglomeraram, e os cochichos começaram:

- Ele deve ser do clã Mangjeol - alguém murmura, e outros concordam.

A situação se complicava até que os guardas reais chegaram para intervir, colocando fim à confusão. Irritado, Taehyung foi escoltado de volta ao castelo. Ele não gostava de ser forçado a ir, mas não ofereceu resistência.

Quando chegaram ao castelo, Jimin já estava na entrada. Ao ver Tae sendo trazido pelos guardas, o príncipe reprimiu um sorriso divertido. Irritado, Tae faz alguns sinais de mão um tanto rudes para o príncipe, desabafando. Jimin, observando, sorri ao reconhecer os sinais e responde com um gesto igualmente atravessado na mesma linguagem.

Tae, envergonhado, sinaliza: [Me desculpa, não era para você entender.]

Jimin, divertido: - Eu sou um príncipe, fui bem-educado. Claro que sei a língua de sinais do reino! Mas por que você fugiu?

Tae, agora impaciente, sinaliza: [Eu não fugi, só saí. Sou livre para ir e vir.]

Miguel, que passava por ali, percebeu o estado deplorável das roupas de Taehyung e soltou um suspiro exasperado:

- Como conseguiu destruir suas roupas em uma única manhã? - perguntou, em tom ácido.

Tae tenta explicar usando sinais, mas Miguel, irritado, revirou os olhos e Jimin, ao lado, observava o sinais de mão com uma expressão divertida.

- Por Deus! Eu sou só um criado, não sei a língua de sinais. Apenas venha comigo para trocar essas roupas. Só o que faltava... - resmunga, indo à frente.

Taehyung lançou um último olhar em direção a Jimin, hesitando por um momento. O príncipe parecia tentar conter o riso, claramente achando graça de tudo o que estava acontecendo. Ainda que relutante, Tae decidiu seguir o Miguel com o rosto um pouco fechado em silencio, suas emoções misturadas entre irritação e curiosidade. Ambos chegaram em uma ala mais discreta do castelo, onde tinha uma pequena sala de banho. O criado foi eficiente e direto, dispensando palavras desnecessárias enquanto trazia roupas limpas. Taehyung percebeu que Miguel estava claramente aborrecido, e isso o fez ficar em silêncio, sem tentar argumentar ou se explicar mais.

Após um banho rápido e já vestido com roupas novas, Taehyung se viu sozinho no grande corredor. Miguel, sem muita cerimônia, deu-lhe um olhar rápido e disse apenas:

- Pronto. Agora, você está arrumado. Pode seguir seu caminho, tenho outras coisas para fazer.

Sem esperar resposta, o criado saiu apressado, desaparecendo pelos corredores do castelo.

Taehyung olhou ao redor, um pouco perdido. Ele não fazia ideia de para onde ir. Tudo ao seu redor era novo e confuso; os corredores de pedra, os adornos nas paredes, os sons distantes de vozes e passos ecoando de diferentes direções. Decidiu, então, que a melhor opção era encontrar Jimin. Afinal, o príncipe era o único que conseguia se comunicar com ele através da língua de sinais.

Porém, quanto mais caminhava, mais ele percebia que o castelo era muito maior do que esperava. A cada esquina, parecia haver um novo corredor que se estendia em outra direção. Ele passava por criados apressados, que apenas lançavam olhares curiosos ou confusos, mas não ofereciam ajuda. Tae tentou seguir os sons mais distantes, imaginando que o levariam até Jimin, mas depois de vários minutos andando em círculos, ele teve que admitir que estava completamente perdido.


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