DAISY
É irônico como a vida pode ser cruel. Justo no dia em que eu esperava um merecido descanso, o universo decidiu fazer uma piada de mau gosto: trabalho. A semana havia sido um marasmo, um tédio sem fim, e, claro, hoje, quando finalmente poderia relaxar, o caos resolveu fazer sua aparição triunfal.
Dirigi até o centro da cidade, e ao chegar, me deparei com uma multidão agitada. Estacionei minha motocicleta, retirei o capacete e me aproximei do tumulto. No meio da confusão, avistei um homem segurando uma mulher grávida, e uma arma apontada para a cabeça dela. A cena era de cortar o coração.
— Quem acionou a TV? — perguntei aos androides policiais que estavam por perto.
— O humano que solicitou, senhora delegada — respondeu um dos autômatos, movendo-se em direção ao homem e à mulher.
— Queria um polícia de carne e osso, e aqui estou eu, Daisy Santiago, delegada da polícia civil — declarei, encarando o homem. — O que você pretende fazer agora?
— Uma mulher! — ele exclamou, rindo de forma desdenhosa.
— E isso é um problema? — indaguei com seriedade. Ele permaneceu em silêncio. — Você pediu minha presença, então libere a mulher.
— De forma alguma!
— Sério? Você acha que essa multidão se importa com você? Eles estão aqui para ver você se dar mal, mas, honestamente, não quero isso. Que tal soltá-la e conversarmos civilizadamente?
— Não serei persuadido por você — gritou, elevando a voz. — Silêncio, porra! — ele bradou ao notar a refém entrando em pânico.
— Mantenha a calma! Qual é o seu nome? — indaguei, dando um passo à frente. — Vamos conversar, amigo! O que está te levando a agir assim?
— Eu costumava ser um oficial da lei, sempre seguindo as normas. Mas minha vida virou de ponta cabeça, quando esses robôs começaram a patrulhar as ruas, e eu perdi meu emprego.
— Entendo sua frustração.
— Ah, você entende? Você ainda tem seu trabalho, e sua família não está passando por dificuldades financeiras — ele disparou, furioso.
— Eu perdi todos os membros da minha família antes da cura. Não tenho ideia de como é — afirmei com firmeza, vendo seus olhos se arregalarem. — Libere a mulher e prometo que vou te ajudar — declarei, e, para minha surpresa, ele começou a rir. — Estou falando sério.
— Você é apenas um fantoche nas mãos do governo — ele disse, ainda rindo — Se eu soltar essa mulher, serei condenado à morte.
— Não vai acontecer! Os autômatos têm ordens de não ferir seres humanos, e eu sou a única agente de polícia aqui, então, por favor, libere a mulher — pedi, tocando em seu braço. — Não deixe que eles vencem, somos seres humanos, não máquinas — sussurrei, enquanto ele baixava a arma. Mas, de repente, ouvi um assobio seguido de um tiro. — O que diabos... — murmurei ao ver o homem cair, baleado na cabeça. — QUEM DISPAROU? — gritei, agachando-me para verificar a mulher ferida. — TUDO ESTAVA SOB CONTROLE! — exclamei, levantando-me e encarando os androides antes de voltar minha atenção para a mulher. — Aguente firme – disse, colocando a mão no local do ferimento. — ELA PRECISA DE SOCORRO! — gritei, enquanto uma mulher se aproximava para ajudar.
— Sou enfermeira, não se preocupe — disse a mulher, enquanto eu me levantava e encarava os androides ao meu lado.
— QUEM DISPAROU O TIRO?
— Testemunhei um perigo iminente. Por isso, disparei para proteger sua vida — um dos androides respondeu. Instintivamente, avancei em sua direção e desferi um soco em seu rosto. A dor na minha mão foi instantânea.
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matt. Amor de androide
Science FictionNa companhia das minhas amigas, enquanto tomávamos algo, questionaram-me sobre como seria o meu Android. Para encerrar o assunto, mencionei que pensava ser apenas uma conversa entre amigas e que minhas palavras jamais se tornariam realidade. No dia...