DAISY
Nulo nos convida a aguardar a chegada do Saramyr no interior da residência, e assim, adentramos juntos, acomodando-nos na sala. Contudo, tanto eu quanto as meninas sentimos um desconforto crescente com a presença dos homens que nos observam de maneira hostil. Para tentar amenizar a tensão no ar, inicio uma conversa com Renata sobre suas leituras, o que acaba atraindo a atenção das minhas amigas. Pouco depois, o homem que havia chegado mais cedo entra na companhia de Matt.
— Qual é o propósito da presença dele aqui? — indago, revelando minha irritação.
— Ele precisa estar aqui para ouvir o que tenho a dizer; estou certo de que sua opinião mudará ao conhecer a verdade — declarou Samuel ao se aproximar. — Meus homens foram educados com você? — questionou, mas ao tentar me tocar, seu braço foi prontamente segurado. — Não sabia que você era tão ciumento, irmãozinho — observou, lançando um olhar para Matt.
— Não aprecio quando mexem nas minhas coisas.
— Não sou propriedade de ninguém — afirmo ao me levantar, e ele direciona seu olhar para mim — nem homem, nem máquina terão domínio sobre mim. Sou completamente independente.
— Você sabe que não gosto de ser contrariado — disse Matt, com irritação.
— Que se dane — respondo, cruzando os braços — é melhor você explicar por que estou aqui e por que os robôs invadiram minha casa para me capturar.
— Por favor, sente-se — pediu Samuel, e me acomodei novamente — e mantenha a calma — advertiu Matt, que ignorou e continuou a me encarar — antes de tudo, deixe-me explicar como esta situação se originou. Chamo-me Saramyr, e eu e minha equipe viemos de um planeta distante.
— Eu mencionei que eles são de outro planeta — Renata se corrige — peço desculpas. Pode prosseguir.
— Nossa missão era encontrar um mundo adequado para nós, e foi assim que descobrimos a Terra. Ao chegarmos aqui, constatamos o caos que imperava, e oferecemos nossa ajuda para resolver seus problemas, em troca do direito de estabelecer nossa comunidade neste local. Desenvolvemos a cura para uma doença que afetava milhões de habitantes. Acreditávamos que os humanos, criados pelo mesmo Deus que criou meu povo e com fé no Criador, poderiam ser dignos de confiança. Infelizmente, fomos traídos; nossa tecnologia foi roubada e meu irmão foi capturado e transformado em uma máquina — diz, apontando para Matt. — Eu e meus companheiros conseguimos escapar graças à ajuda de um humano. Durante três anos, acreditei que meu irmão estava morto, até que vi um vídeo em que você estava em um mercado, e um homem coberto de tatuagens no corpo, o que nos une, já que tanto eu quanto meu irmão gostamos de adornar nossos corpos com desenhos. Era necessário verificar.
— Não consigo acreditar, Matt é um ser de outro planeta — digo, incrédulo.
— Sim, mas eles se apoderaram da nossa tecnologia e causaram essa transformação.
— O que te levou a se aproximar de mim?
— Devido à sua conhecida aversão aos robôs, pensei em convidá-la a fazer parte da minha associação contra eles. Muitas pessoas estão ao seu lado e, com a sua colaboração, poderíamos finalmente eliminá-los.
— Por que você demonstra aversão em relação aos robôs? - indaga Malu.
— Porque não foram concebidos por uma divindade. Embora possam se assemelhar a humanos, são entidades desprovidas de alma. Nossa inovação não deveria ter sido utilizada dessa forma.
— Qual era a intenção daqueles androides ao tentarem me deter?
— Por que você está carregando um filho meu? — Matt respondeu em meu lugar — Ambos fomos manipulados pelo humano que me transformou nessa condição. Ele me enganou, fazendo-me acreditar que era um soldado falecido em batalha que ganhou uma nova chance de vida, mas, no fim, era pura ilusão.
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matt. Amor de androide
Science FictionNa companhia das minhas amigas, enquanto tomávamos algo, questionaram-me sobre como seria o meu Android. Para encerrar o assunto, mencionei que pensava ser apenas uma conversa entre amigas e que minhas palavras jamais se tornariam realidade. No dia...