Capítulo 9

39 7 0
                                    

DAISY

É provável que meu cansaço esteja me levando a alucinações, pois não consigo acreditar que um androide possa agir de maneira tão peculiar. Contudo, Matt se destaca dos outros androides com os quais interajo diariamente; já conversei com alguns modelos mais avançados e posso afirmar que eles não se comparam a ele. Preciso ser cautelosa, pois ele pode representar uma ameaça maior do que um mero espião.

Enquanto espero que meu corpo se acalme, reflito sobre como enfrentar essa nova fase da minha vida, sem emprego e lidando com um robô que me deixa constrangida apenas com seu olhar. 

Meu celular toca e, ao pegá-lo, vejo uma mensagem do banco informando que minhas amigas depositaram o valor da fiança. Quando me preparo para deixar o celular na cama, um e-mail chama minha atenção.

"Daisy Santiago, suas ações naquela ocasião foram admiradas; considero injusto que você tenha sido demitida, pois apenas estava defendendo aquele policial. Com apreço, alguém que a admira em silêncio.

— Maravilha, exatamente o que eu precisava: um sujeito excêntrico me enviando mensagens, — penso enquanto me ajeito na cama — há mais mensagens - comento ao ver as notificações — quem será esse indivíduo peculiar?

— Você vai sair, Daisy? — pergunta Luffy ao entrar no cômodo e notar a presença de Matt. Sem hesitar, coloco o celular sobre a cama.

— Sim— respondo ao me levantar — preciso tomar um banho — digo enquanto pego a toalha e sigo em direção ao banheiro, tentando ignorar o olhar de Matt sobre mim. Passo por ele e entro no banheiro.

MATT

Foi necessário comparecer ao laboratório para ajustes em meu sistema. O Sr. Bruce iniciou uma série de questionamentos sobre o progresso da missão e mencionei meu envolvimento com Daisy. Ele pediu detalhes sobre a experiência e se percebi alguma mudança; respondi que foi satisfatória e algo inédito para mim. Relatei também que estou desenvolvendo sentimentos obsessivos e possessivos por ela, o que levou o Sr. Bruce a me advertir sobre a saúde mental disso. Em seguida, ele fez uma nova verificação no sistema e encontrou uma atualização bloqueada, informando que não poderia acessá-la. O Sr. Bruce recomendou que eu continuasse o relacionamento com Daisy para "ver o que acontece". Ao indagar sobre o que ele queria dizer, ele apenas respondeu para aguardar, afirmando que saberia se estivesse certo. Ele também solicitou que eu comparecesse semanalmente para inspeções no sistema. Ao retornar à casa dela, decidi que a levaria à delegacia e que Daisy não iria sozinha.

Ouvir as colegas dela incentivarem pretendentes a se aproximarem de Daisy me deixou absolutamente furioso, fazendo-me controlar para não declarar que ela é minha e demonstrar a ela que sou seu parceiro. A única razão pela qual não a possuí novamente foi o receio de não conseguir me conter devido à raiva, o que poderia machucá-la, e eu não quero isso. Assim que ela se satisfez em meus braços, deixei-a sozinha no quarto e fui chamar a atenção de Luffy pelo atraso dela. Quando ele estranhou a demora, fui com ele até o quarto e a vi mexendo no celular. Ao perceber nossa presença, Daisy largou o celular na cama e se dirigiu ao banheiro, enquanto Luffy voltou para a cozinha. Entrei no quarto, peguei o celular dela e comentei: "Você precisa aprender a colocar senha no celular, Daisy".

 Assim que mexi na tela e visualizei os e-mails, encontrei várias mensagens de uma única pessoa, elogiando sua beleza e talento como delegada, mas incentivando-a a não desistir do trabalho. Não permitirei que esse idiota continue enviando mensagens para minha mulher. Deixei o celular na cama e saí do quarto, dirigindo-me ao banheiro para abrir a porta.

— Caramba! Você me pegou de surpresa — digo, irritada.

— Por que você não trancou a porta? E se fosse o Luffy?

— Ele não é uma pessoa real — declaro, sem hesitar, enquanto Matt inicia o processo de despir-se — o que você pretende fazer?

— Não consigo tomar banho vestido — diz, enquanto se despede completamente e tranca a porta — ele pode ser um androide, mas foi projetado para ser do sexo masculino.

— Não é para tanto — digo enquanto ele se aproxima e envolve minha cintura, interrompendo meu momento de relaxamento no banho.

— A serenidade que você tanto buscava se dissipou assim que ativou todas as minhas capacidades — sussurra próximo ao meu ouvido, e eu inspiro profundamente.

— Estou repleto de remorso — digo enquanto ele me empurra contra a parede.

— Não consigo acreditar que você esteja realmente arrependida. E pela forma como se comporta de maneira distante, parece que não teve muitos relacionamentos anteriores, e eu sou o melhor deles.

— Você tem bastante autoconfiança.

— Confio em mim mesmo — ele diz, segurando meus cabelos e puxando-os para baixo, forçando-me a olhá-lo — você pode até parecer orgulhosa e fria, mas está completamente apaixonada por esse robô sem sentimentos — ele diz, abaixa-se e começa a me beijar com intensidade, e eu retribuo da mesma forma.

— Matt — sussurro seu nome enquanto sinto suas carícias em meu corpo — estou desesperadamente desejando tê-lo dentro de mim neste momento — penso — preciso sentir sua presença agora — digo, interrompendo os beijos. Ele para de me beijar, me levanta e delicadamente me penetra, unindo nossos corpos de forma intensa.

— Você aprecia quando estou com você dessa maneira? — questiona enquanto intensifica os movimentos.

— Sim — murmuro com prazer — estou desejando mais, Matt — solicito e ele acelera — não pare — sussurro.

— Você se transforma completamente quando estamos juntos — Matt diz, iniciando um beijo intenso que logo me leva a um orgasmo avassalador, fazendo-me gemer várias vezes — ainda não terminamos — ele afirma, colocando-me no chão e me virando de costas. Antes que eu possa dizer algo, ele penetra com força e começa a me acariciar com movimentos vigorosos e intensos.

— Você está exagerando — digo em suspiros, mas ele não me ouve, segurando firme meus cabelos e puxando para trás, enquanto minhas nádegas queimam com o tapa que ele me deu, fazendo-me soltar um grito.

— Não consigo resistir quando estou com você — murmura enquanto sinto um tapa suave em minhas nádegas — Sua intimidade é maravilhosa — diz baixinho ao meu ouvido.

 — Estou prestes a atingir o ápice - sussurro enquanto ele intensifica o ritmo dos movimentos para frente e para trás, fazendo-me segurar na parede para não cair — Que sensação maravilhosa — murmuro entre gemidos, experimentando meu clímax. Poucos segundos depois, meu corpo relaxa e minhas pernas fraquejam, sentindo-o me segurar pela cintura — Tenho certeza de que ele também chegou ao ápice comigo — reflito.

— Ser arrogante não vai te levar a lugar algum, mas no final acaba se dando mal comigo — diz ele próximo ao meu ouvido, provocando arrepios por todo o meu corpo.

— Entre tantos indivíduos, por que acabei me encantando por um androide presunçoso? — reflito — Concordo com você — comento com dificuldade, devido à respiração acelerada.

— O que foi? — questiona Matt quando me viro em sua direção e envolvo seu pescoço com um abraço.

— Estou perdidamente encantada por você — digo com um sorriso maravilhoso, então começo a beijá-lo suavemente.

— A delegada Daisy Santiago finalmente confessou que se encontra apaixonada pelo que mais detesta no universo.

— Decidi mudar de opinião, acredito que sinto aversão por você — digo, e ele ri.

— Sinta-se à vontade para expressar sua opinião, mas saiba que você está sob meu domínio.

— Por que você se destaca tanto em relação aos outros? — questiono enquanto ele se aproxima e me beija.

— Porque sou único — sussurra ao meu ouvido.

— Nossa, isso foi de grande valia.

matt. Amor de androideOnde histórias criam vida. Descubra agora