Capítulo 4

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DAISY

"Eu não sou humano, mas isso não quer dizer que não sinto emoções." O que será que se esconde por trás dessa afirmação intrigante?

Um robô, por mais avançado que seja, não deveria ser capaz de sentir. Algo deve estar errado com esse modelo. Preciso urgentemente corrigir esse erro de programação e devolvê-lo ao remetente. Com determinação, pego meu celular e busco o manual do robô. Encontro um número de contato e, com um toque nervoso, ligo.

— Olá, boa tarde! Com quem estou falando? — indaga uma voz feminina, clara e profissional.

— Daisy Santiago.

— Em que posso ajudar a senhorita Daisy?

— Recebi um vx500, mas não realizei nenhuma compra. Acredito que houve um mal-entendido.

— Um momento enquanto verifico... — diz a atendente, e a linha cai em um silêncio tenso. — Não houve falha. O vx500 está cadastrado em seu nome.

— Como assim?

— Segundo nossos registros, você foi uma das contempladas com o novo design.

— O quê?!

— O presidente realizou um sorteio entre os proprietários de modelos antigos de robôs, e você foi uma das vencedoras.

— Por que não fui avisada sobre isso?

— Ele decidiu não fazer anúncios para a imprensa, visando evitar confusões. Já ajustou as configurações do seu novo robô?

— Sim.

— Espero ter esclarecido suas dúvidas. Tenha uma excelente tarde! — finaliza, antes de desligar.

— Não deu tempo nem de eu explicar que quero devolver o robô — respiro fundo, exausta.

DAISY

Meus dias de destaque têm sido intensos, com a mídia e as redes sociais fervilhando a respeito dos acontecimentos envolvendo minha vida. Enquanto os jornalistas me criticam, os influenciadores digitais me apoiam. Há um clima de resistência em relação à presença dos robôs, uma preocupação legítima, na minha opinião. Se essa tendência continuar, o impacto no mercado de trabalho pode ser devastador. Mas, por enquanto, não posso fazer nada; o presidente acredita que os robôs são mais eficientes que nós, seres humanos.

Acordo com um chamado e vejo Malu, Renata, a e Geovana à minha porta. Sento-me na cama, admirando-as.

— O que aconteceu? — pergunto, ainda confusa.

— Você não vai nos contar que ganhou um robô de alta tecnologia? — Renata questiona, acomodando-se ao meu lado.

— Não comprei nada. Fui selecionada aleatoriamente e recebi como prêmio.

— Um sorteio sem aviso? — Malu parece decepcionada.

— Também não sabia! Assim que você desligou, entrei em contato com a empresa. O atendente me informou que fui escolhida em um sorteio secreto do presidente.

— Que oportunidade incrível! — Renata exclama, com os olhos brilhando. — Ele é maravilhoso, quase não parece um robô. Onde posso encontrar alguém assim?

— Imbecil! — retruco, rindo.

— Você definiu a aparência dele? Ele se parece com o que você descreveu no bar ontem?

— Não fiz essa escolha, achei a situação peculiar.

— É bem curioso — comenta Malu, e eu me perco em pensamentos. — Você pensa em utilizá-lo? — pergunta, com um sorriso malicioso.

matt. Amor de androideOnde histórias criam vida. Descubra agora