Capítulo 5

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DAISY

É bastante desafiador interagir com os seres humanos, e, além disso, tenho que lidar com esse robô que não reconhece quem realmente manda, "não é uma solicitação". Que audácia é essa de se dirigir a mim assim? Sou a sua proprietária! As mulheres têm razão: é necessário ter cautela, pois esse robô não é comum e talvez esteja aqui para me vigiar, o que me faz desconfiar cada vez mais dele.

Fomos ao mercado e percebo que ele consegue, com facilidade, passar por um ser humano comum, devido às suas tatuagens que ocultam sua verdadeira natureza como máquina, o que é um alívio para mim. Imagino as consequências se as pessoas soubessem que a delegada está fazendo compras acompanhada de um Androide, especialmente após o incidente que me fez perder o emprego. Estou enfrentando críticas de aqueles que apoiam os Androides, o que pode ser arriscado. Matt está chamando atenção desnecessária, "as mulheres nunca viram um homem atraente antes?"

— Do que precisa? — indaga Matt enquanto eu retiro a lista da minha bolsa e ele a pega de mim — Vamos nessa — diz, segurando minha mão e iniciando a caminhada. Fico refletindo sobre a razão de sua atitude — Sua lista é cheia de lixos, Luffy conhece os alimentos adequados para os humanos e, mesmo assim, você faz uma lista dessas.

— Não são lixos.

— Onde estão os vegetais e os alimentos naturais? É crucial que você se alimente de maneira saudável, mas nada do que está escrito nessa lista é saudável.

— Você se tornou nutricionista?

— Sou um robô avançado, possuo todo o conhecimento sobre medicina armazenado em meu sistema e, para ser sincero, sou mais eficiente do que um médico humano.

— Que arrogante — comento enquanto ele rasga o papel — qual a razão para essa atitude?

— A partir de agora, você se alimentará apenas de alimentos saudáveis.

— Que maravilha. Consegui um tutor — expresso, suspirando de frustração e iniciando minha caminhada.

— Estou apenas zelando pelo que me pertence — pronuncio, interrompendo meus passos e encarando-o, e então ele abre um sorriso lateral que me causa arrepios.

— Parece que ouvi algo errado. O estresse está me causando alucinações auditivas — refleti.

— Isso não pode ser real — diz uma mulher, enquanto percebo um grupo de mulheres me encarando — você é famosa, a policial excêntrica dos programas de televisão?

— A irresponsável que te deu à luz é uma doida — digo, irritada.

— Você teve realmente a audácia de aparecer após aquela encenação — digo, cruzando os braços — uma delegada que deveria estar a favor da lei se mostrou completamente nervosa diante de um criminoso.

— O sujeito em questão era um antigo integrante das forças policiais que foi demitido devido a um robô — declaro, exasperada — esse homem tinha entes queridos e enfrentava dificuldades financeiras, estava em desespero — comento ao me aproximar dela — por que tanto ódio? Esses dispositivos não possuem emoções.

— Elas estão sempre ao nosso lado — diz e sorri.

— Elas também tiraram o emprego de muitas pessoas. Você diz isso porque sempre teve tudo graças ao papai abastado.

— Você não possui conhecimento suficiente sobre minha pessoa para proferir tais palavras.

— Não é necessário que eu te conheça para perceber que você é uma pessoa arrogante e pretensiosa — comento, vendo-a fechar a expressão — antes de vir me julgar pelo que ocorreu, olhe para si mesma no espelho. Querida — digo, virando as costas e indo em direção ao Matt — detesto lidar com indivíduos desse tipo.

matt. Amor de androideOnde histórias criam vida. Descubra agora