DAISY
Quem é esse sujeito e por que ele me pediu para realizar um teste de gravidez? Espera um pouco! Já faz três dias que estou me sentindo mal e, ao refletir, minha menstruação está atrasada. Isso não pode ser real, afinal, Matt é um androide.
Entro no carro, acelerando e fazendo barulho, e sigo para uma farmácia 24 horas. Ao chegar, estaciono de qualquer jeito, deixo o carro ligado e adentro a farmácia, onde solicito o teste mais caro. Após alguns segundos, o farmacêutico me entrega o produto, pago e vou embora. Ao chegar em casa, estaciono o carro sem me importar e entro, destranco a porta e sigo direto para o banheiro, onde tranco a porta, me sento na privada, abro o teste e começo a ler as instruções. Após concluí-las, realizo o teste e fico aguardando o resultado.
— Por que a porta está fechada? — pergunta Matt, ignorando minha ação. — Por favor, abra essa porta, Daisy. — Ele fala, começando a bater na porta. Levanto-me e destranco. — O que aconteceu?
— Não consigo mais urinar — murmuro, irritada, enquanto ele me observa em silêncio. — O que foi?
— Não quero discutir isso — respondo, virando as costas, pego o teste e sinto meu coração congelar ao ver o resultado positivo.
— Não consigo acreditar nisso — digo incrédula enquanto Matt me encara. — Você pode me esclarecer isso? — pergunto, entregando o teste a ele. — Estou esperando um bebê!
— Deve haver um erro. Pois isso não parece ser possível.
— Pode me explicar os enjoos e a dor no estômago? Além disso, minha menstruação está atrasada — comento antes de deixar o banheiro e ir para meu quarto. — Isso é muito estranho para mim — menciono ao me acomodar na cama. — Parece até que estou sendo punida de alguma forma. Eles sabem que detesto robôs e enviaram você para me enganar, até me deixando grávida.
— Jamais pensaria em agir dessa forma com você, Daisy.
— Não consigo acreditar. Você não age como um ser artificial — digo levantando-me, e ele tira rapidamente a camisa, revelando seu peito transparente.
— Veja, não tenho órgãos. Não há nada dentro de mim — diz ele, deixando-me sem palavras ao perceber que há apenas um coração.
— Ele é humano — afirmo, tocando seu peito. — Seu coração é genuinamente humano.
— Quando eu disse que era único, era porque possuo um cérebro e um coração humanos, mas meu corpo é totalmente mecânico — explica enquanto veste a camisa. — Fui programado para cumprir missões e consigo facilmente passar por um humano. Porém, nunca imaginei que pudesse engravidar alguém.
— Qual o motivo da sua aproximação?
— Para determinar sua inclusão na coalizão contra os robôs — replicou, afastando-se. — Daisy!
— Você não foi honesto comigo e se aproveitou da minha fragilidade — digo com a voz embargada enquanto ele tenta se aproximar. — Não ouse me tocar — afirmo entre lágrimas. — Desejo que vá embora imediatamente.
— Não pretendo abandonar você.
— Eu não faço parte desse grupo, portanto você não tem mais nada a fazer aqui. Saia, Matt — digo, empurrando-o. — Não desejo mais ver seu rosto.
— Não queria que isso chegasse a esse desfecho.
— Se ao menos tivesse pensado antes de aceitar essa responsabilidade — digo, observando-o se afastar e sair do cômodo. Em seguida, pego meu telefone e envio uma mensagem para Malu.
— Olá, amiga.
— Preciso da presença de vocês — digo, com lágrimas nos olhos.
— Estamos a caminho — diz ela antes de desligar. Então, me deito na cama e permito que meus sentimentos revisitem.
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matt. Amor de androide
Science FictionNa companhia das minhas amigas, enquanto tomávamos algo, questionaram-me sobre como seria o meu Android. Para encerrar o assunto, mencionei que pensava ser apenas uma conversa entre amigas e que minhas palavras jamais se tornariam realidade. No dia...