Capítulo 19

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(...)

DAISY

É imperativo que eu mantenha a gente serenidade, Matt virá ao meu encontro e nos libertará desse homem insano.

Ao desembarcar do helicóptero, Bruce me sinaliza para que eu saia. Aceito e o sigo enquanto nos dirigimos a uma casa branca que se revela à nossa frente. "Curioso, uma moradia no meio da floresta", refleti.

Logo, ele entra na casa e avisto outras pessoas trajando jalecos.

— Senhor! O extraterrestre não suportará — afirma um homem ao se aproximar — essa é a mulher que carrega um bebê?

— Sim — ele responde, segurando meu braço. — Quero te apresentar alguém, minha querida — prossegue enquanto acelera o passo. Sigo-o em silêncio e, momentos depois, ele adentra uma sala. Ali, percebo uma câmara no centro. — Qual é a condição dele?

— Na manhã de hoje, ele teve um colapso cardíaco e conseguimos estabilizá-lo. Porém, temo que não sobreviva a esta semana.

— Gostaria de apresentar o pai do seu filho — diz ele ao abrir a porta e me deparar com Liel.

— Ele continua vivo? — pergunto enquanto me aproximo da câmara e toco seu rosto com a mão — Estou confusa. Matt é o Liel. — ele ri. — Como é possível?

— Extraímos os fluidos orgânicos e os inserimos no seu sistema Android. Se tentarmos explicar de forma técnica, provavelmente será difícil de entender.

— Matt não é o pai da minha criança.

— Você ainda acredita que uma máquina pode ter descendentes? Você está se dedicando demais à leitura — disse ironicamente — ter um cérebro e um coração não o torna humano. Mesmo os sentimentos que ele demonstra por você não são autênticos.

— Mentira. Matt me ama.

— A humanidade prefere crer em coisas impossíveis. É por isso que os Androides são tão superiores, pois não têm emoções e não podem ser corrompidos.

— Qual será o destino dele?

— Eu necessito dos corações deles. Notei que os corações dos seres extraterrestres apresentam maior resistência e são compatíveis com os meus Androides.

— Você está louco. Liel ainda respira.

— Neste instante — diz ele, segurando meu braço e iniciando a marcha — vamos verificar a condição desse bebê — ele declara enquanto deixamos o quarto e seguimos para outra sala — Sente-se — ele indica uma cadeira e eu obedeço — Quantos meses já se passaram desde o início?

— Oito meses — ele diz enquanto aplica gel na região do meu abdômen — quais são seus planos para nosso futuro juntos?

— Que intrigante! — desvia o foco da minha pergunta — tal como o pai, seu filho possui três corações.

— É um menino?

— Você não sabia disso? — questiona, balançando a cabeça negativamente — ele está se desenvolvendo bem, em breve surgirá uma nova linhagem — comenta ao se levantar da cadeira — venha comigo — pede ao segurar meu braço e me puxar.

— Ele tem a intenção de acabar com sua vida.

— O seu dispositivo Android — comenta e ri — estou aguardando ele vir atrás de você. O X407 precisa de algumas atualizações em seu sistema, está muito fora de controle.

— Ele não se submeterá a ser manipulado por sua vontade — digo indignada, enquanto por alguns instantes me vejo encurralada contra a parede.

— Compreenda isto, o X407 é uma criação minha, não é seu companheiro ou algo humano. Os supostos sentimentos que você imagina que ele tenha são apenas uma reação secundária do cérebro humano, mas assim que estiver sob meu controle novamente, irei corrigir isso e veremos se o amor supera tudo — diz, soltando-me e retomando sua caminhada.

(...)

MATT

Daisy foi sequestrada e me sinto impotente, de que adianta ser eficiente se falhei em proteger minha amada? Bruce pagará por tirar a mulher que amo.

Estive no laboratório de Bruce e não encontrei ninguém, então decidi ir até a empresa Umbrelas. Ao tentar entrar, os seguranças me impediram, então neutralizei todos e segui em direção à sala do presidente.

— Era necessário eliminar meus empregados, X407? — Pergunta James ao ver Matt entrar em seu escritório.

— Onde está Bruce? — inquiri Matt ao se aproximar — ele está com da minha esposa.

— Você agora tem uma companheira, Android?

— RESPONDA — exclamou Matt enquanto bate as mãos na mesa.

— Avisei a Bruce sobre os perigos de se comportar como uma divindade — James comenta, respirando fundo — ele possui um laboratório na Amazônia. Mais precisamente na floresta; se ele deseja se manter isolado, é lá que provavelmente ele estará.

— Poderia me indicar onde isso se localiza?

— É a delegada? — Matt não responde. — Ela deve ser muito atraente para um Android estar apaixonado — seu comentário deixa Matt irritado. — Peço desculpa, qual é o motivo de Bruce estar com ela?

— Daisy está esperando um bebê e eu sou o pai.

— Impossível.

— Confesso que tive a mesma impressão, porém Bruce está enfrentando problemas de saúde e acredita ser uma divindade.

— Caso alguém descubra, será um problema. O que passa pela mente de Bruce?

— Um cérebro extremamente doentio. As pessoas não precisam saber que minha esposa está esperando um filho de um dispositivo.

— É preciso pôr fim às loucuras dele.

— Não se preocupe, isso acabará assim que eu retirar o coração dele — informa Matt, iniciando a marcha — preciso de um avião.

— Vou enviar uma pessoa para te acompanhar até o laboratório — disse James enquanto Matt se vira — Precisa parar com as loucuras de Bruce, X407.

— Meu nome é Matt.

— Desejo sucesso, Matt.

matt. Amor de androideOnde histórias criam vida. Descubra agora