Capítulo 20

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(...)

DAISY

Bruce me conduziu a um quarto que se limita a uma cama e nada mais, assemelhando-se a uma cela de prisão. Sento-me na cama, abraço os joelhos e deixo as lágrimas escorrerem. Bruce enganou a todos, Saramyr acredita que seu irmão está morto, e Matt pensa que ele é Liel. Mas a única coisa que pertence a Liel é o coração; Matt não ficará satisfeito ao descobrir que nosso bebê não possui seu DNA. Não sei como reagir a essa revelação, minha mente está a mil.

Continuo a chorar por um longo período, até que a exaustão me consome, permitindo que a escuridão me envolva. Após algum tempo, acordo ao som de um alarme, abro os olhos e percebo que as luzes estão vermelhas, meu coração acelera ao imaginar a possibilidade de Matt estar presente para me salvar.

— Pensei que ele levaria mais tempo para nos encontrar — comenta Bruce ao entrar no cômodo.

— Matt vai acabar com você, criatura desprezível — exclamo indignada, enquanto ele aperta meu braço com força.

— É mais vantajoso ser submissa, pois eu só quero o seu bebê, meu amor — ele diz, começando a se afastar, enquanto eu permaneço em silêncio — é assim que prefiro.

MATT

Ao chegar ao laboratório, não prestei atenção aos guardas e invadi o local, iniciando uma luta contra todos que se interpuseram no meu caminho. Estou disposto a enfrentar o inferno por Daisy; acredito que isso é necessário. Além dos soldados humanos, encontro uma abundância de Androides aprimorados por Bruce. Em um momento de distração, um dos Androides arranca um dos meus braços, mas consigo me livrar dele. Poucos minutos depois, vejo Bruce segurando minha esposa com uma arma apontada para sua cabeça.

— Você é a obra-prima mais perfeita que já criei.

— Meu Deus, seu braço, Matt — diz Daisy, enquanto as lágrimas escorrem.

— Estou bem, meu amor — respondo com um sorriso — solte-a, Bruce.

— Não será viável, X407 — ele diz, começando a se afastar — eu só preciso desse bebê, então se você avançar mais um passo, vou explodir a cabeça dela — ele fala, interrompendo seu movimento.

— Você deseja se tornar um criminoso, Bruce?

— Confio na ciência — afirmou Bruce, me deixando furioso. — Ao contrário de você, humano ou máquina, o ato de matar é a sua especialidade.

— Sobre o que esta falando?

— Você não é um militar falecido, tampouco o caçula do Samuel. Para os estudos que realizei, precisei de um cérebro humano, mas não poderia usar um ser vivo, e um cadáver já não serviria. Portanto, um condenado no corredor da morte se revelou a escolha ideal para tal experimento.

— Mentira.

— Você concordou em participar desse estudo. Confirmou sua aceitação dos regulamentos.

— O FBI capturou um terrorista do tráfico nos EUA — disse Daisy, surpresa ao notar seus olhos se arregalarem — não consigo acreditar nisso.

— Qual foi a sensação ao perceber que seu dispositivo Android estava envolvido em atividades terroristas, causando mortes de mulheres e crianças em diversos ataques? — Bruce pergunta, rindo. — As mortes te assombravam, e por isso você concordou em participar da minha pesquisa e até pediu para que sua memória fosse apagada. Você não é um herói, X407".

— Cale-se — Daisy exclama com raiva.

— Você me rotula como um ser horrível, mas o verdadeiro monstro é ele — Bruce diz, soltando uma risada.

matt. Amor de androideOnde histórias criam vida. Descubra agora