Capítulo 25

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(...)

DAISY

Desperto e percebo que estou deitada em uma maca. Sento-me, observando ao redor e noto que estou em um laboratório. Levanto-me, sinto uma leve tontura e me apoio para não cair. "Retornei às mãos desse cientista insano", preciso encontrar uma saída. Pense, Daisy!!!

Começo a caminhar em direção a um dos armários, abro a porta e procuro algo que possa me ajudar. Encontro um bisturi em uma gaveta, guardo-o no bolso e retorno à maca.

— Gostou do seu novo lar? — diz uma voz masculina. Olho e vejo Bruce, cruzando os braços. — Não me olhe assim.

— Você é um monstro.

— Sou um cientista, minha querida — responde, aproximando-se de mim. — Continue com essa raiva por seu androide.

— Você matou o Matt!

— Não se preocupe, posso criar outro para você — diz ele, sorrindo.

— Não quero um substituto para o Matt.

— Ele terá um novo corpo, mas será o mesmo.

— Mentira. Não há como o Matt voltar, ele teve morte cerebral.

— Posso trazê-lo de volta para você — afirma, enquanto eu rio. — Mas pensei que você preferisse um ser de carne e osso, já que escolheu devolver o coração ao alienígena. Aparentemente, o Matt não era tão importante para você, afinal.

— Cale a boca — respondo, furiosa. — Você nos enganou e ainda o usou.

— Você deveria me agradecer.

— Agradecê-lo? Você destruiu minha vida.

— Tornei sua vida mais interessante.

— Não vejo dessa forma.

— Não importa, você voltou ao seu lugar.

— Aqui não é meu lugar.

— É, sim, minha querida — diz ele, tocando meu rosto. — Com você aqui, provarei ao mundo que não é necessário ser um deus para dar vida. Seu bebê é a evolução da humanidade.

— Você é doente.

— Sou um cientista. Faço isso pela ciência.

— O que acontecerá comigo?

— Preciso de mais corações e tenho certeza de que Samuel virá atrás de você. Assim, você será a isca perfeita e poderei continuar meu trabalho.

— Ele não é burro.

— Não, mas um homem desesperado não pensa com clareza. Sabia que as mulheres deles morrem?

— Ele me contou.

— Então você sabe que ele te quer. Agora que seu Android está morto, fará de tudo para tê-la, e esse será o momento ideal para capturar o coração dele.

— Você não respondeu o que fará comigo — digo, enquanto ele me puxa para mais perto.

— Não tenho tempo para raptar mulheres, então você terá uma tarefa muito importante — diz, tocando minha barriga. — Você gerará bebês das minhas criações — fala, e fico paralisada. — E seu bebê será um assassino tão bom quanto o pai dele um dia foi.

— Isso não vai acontecer — penso e retiro o bisturi do bolso, cravando-o em seu pescoço. — Não sou uma cobaia, nem meu bebê — afirmo, me afastando.

— Maldita — ele murmura com dificuldade.

— Sua maldade termina aqui — digo, aproximando-me dele e cortando sua garganta. Em poucos segundos, ele cai ao chão, morto. — Esta foi por você, Matt — falo, soltando o bisturi e sentindo dor em minha barriga. — Merda — murmuro, segurando-a.

matt. Amor de androideOnde histórias criam vida. Descubra agora