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2 de Abril, sábado.
17:33
P.O.V Richard.

Hotel em Curitiba.

Meu sangue ferve. Mas, pior que a raiva que sinto dentro de mim, por conta do tapa que acabei de levar da Emily, é o perfume dela que me invade agora que estamos tão próximos um do outro.

Seu corpo colado ao meu me deixa embriagado.

Minha mente parece não funcionar.

Estou nervoso. Nervoso pela situação, mas ainda mais por ter seu rosto tão próximo a mim.

Eu tento controlar minha respiração. Tento pensar nas palavras certas para usar.

Mas parece que estou em um transe. Sei que devo estar apertando seu pulso com tamanha força que estou usando, mas não consigo ter controle do meu próprio corpo.

Estou inebriado.

- Emily, você está brincando com fogo. - Eu ameaço, falando baixo. Sei que minha voz e o jeito que eu falo com ela não é o certo.

Mas, nesse momento, meus sentimentos estão a flor da pele.

- A próxima vez que algo desse tipo se repetir, você irá se arrepender. - digo sério.

Emily parece estar desnorteada também, ela apenas me olha, sem conseguir responder ou debater comigo.

- Vamos deixar algumas coisas bem claras por aqui... - Começo a falar. - Você não aponta o dedo na minha cara. Você não ergue a voz pra mim... - Eu pontuo.

- Quer que eu sente e role pra você também? - Ela solta, quase em um sussurro.

Eu dou um sorriso, desacreditado com sua ousadia.

Ela estava querendo se queimar.

-... E você controla essa maldita língua afiada também. - Olho pra ela, desviando um pouco o olhar para seus lábios.

A parte racional da minha consciência emite um alerta para meu corpo, eu desvio instantaneamente o olhar.

Nada que não envolvesse afastar Emily o mais longe de mim possível, estava nos planos.

Foco novamente em seu olhar.

- Você não vai trocar de quarto. - Falo como se fosse uma ordem, e antes mesmo que ela possa questionar, eu a corto.

- Quieta. Eu não terminei de falar. - falo ríspido.

- Você nunca mais, Emily. Nunca mais, toque em mim.

Nossos olhares não desviam nem um segundo. Emily também não abaixa a cabeça em nenhum momento.

- Isso serve pra você também. - Ela fala um pouco mais alto, e se solta do meu aperto.

- A única coisa que eu quero é distância de você. - Falo com ignorância.

- Pois não parece. - Ela rebate. - Pelo contrário, está muito no meu pé para quem quer me ver longe. - Ela diz me olhando com ironia.

Eu me controlo mais uma vez.

- Emily, eu juro por Deus... Que se eu perder a paciência com você... - Olho pra ela.

Ela ergue a sobrancelha, me desafiando.

Eu balanço a cabeça.

- Vou te fazer engolir essa sua língua maldita. - Falo.

Ela fica em silêncio, me olhando. Nossos olhares travam uma batalha.

Como se o olhar pudesse expressar tudo que não conseguimos em palavras.

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora