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17 de Junho, sexta-feira.
01:45am.
P.O.V Emily.

Uruguai.| Hospital.

Tinha passado um pouco mais de duas horas. Richard ainda continuava desacordado.

Piquerez estava aqui, ele veio direto assim que conseguiu.

Endrick e Veiga também me ligaram, avisando que pegaram o primeiro vôo para o Uruguai, e logo chegariam aqui.

Recebi dezenas de mensagens e emails da imprensa, querendo uma nota sobre o oficial estado de Richard, eu neguei todos.

Não daria a ninguém entrevista sobre como ele estava, esse era um momento muito delicado para tal.

Estou sentada no sofá, ainda no quarto que Richard está.

Piquerez bate na porta, colocando a cabeça pra dentro e me olhando.

- Quíeres un café? - Ele me pergunta simpático.

Eu respiro fundo, não queria sair daquele quarto, queria estar ao lado de Richard quando ele acordasse. Mas, eu precisava de um café para me dar um pouco mais de energia. Eu estava acabada.

Meus olhos estavam inchados de tanto chorar.

- Aceito. - Digo sorrindo fraco e me levantando.

Ando junto de Piquerez pelos corredores, até o refeitório que tinha ali no hospital.

- Fique calma, tengo certeza que Richard vai ficar bien. - Piquerez fala, esperançoso.

Eu tinha contado a ele sobre o que o médico tinha me dito, a possível chance das sequelas da queda.

- Eu espero. - Falo triste. Meu coração estava muito apertado. Eu estava com muito medo.

Pego um copo de café e nos sentamos em uma das mesas vazias. Como já era de madrugada, poucas pessoas estavam aqui. Ou era algum acompanhante, ou funcionários.

- Tenho medo que ele não se lembre de mim. - Confesso, falando baixo.

Piquerez me olha com um olhar acolhedor.

- Isto no vai acontecer, Emily.

- Mas e se acontecer, Piquerez? O que eu vou fazer? - Eu falo, deixando transparecer o quanto estava afetada com aquela hipótese.

- Tens que pensar positivo, Emily. - Piquerez diz, pegando em minha mão de cima da mesa. - Se algo acontecer, o amor de vocês saberá o caminho de volta. - Suas palavras me afetam.

Eu não queria que o nosso amor precisasse encontar o caminho do nosso coração de volta.

Eu não queria ter que passar pela dor do esquecimento, sozinha.

Somos interrompidos por uma enfermeira que aparece na porta do refeitório.

- Acompanhante de Richard? - Ela pergunta. Eu me levanto rápido. Meu coração acelera. - Ele acordou. - Ela diz.

Meus olhos se enchem de lágrima, minhas mãos tremem.

- Vou contigo. - Piquerez também se levanta, enquanto caminhamos a passos rápidos até o quarto onde Richard estava.

O caminho até seu quarto parece triplicar de distância, mas talvez seja só o meu nervosismo que faz me causar essa ilusão.

Estou tão nervosa, ansiosa, com medo.

Quando chegamos na frente da porta, eu travo.

Piquerez me olha sem entender.

- Não consigo... Tô com medo. - Falo em um susurro, olhando desesperada para Piquerez.

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora