74

354 39 20
                                    

24 de Junho, sexta-feira.
08:15am.
P.O.V Richard.

Uruguai.| Hotel.

Estou a mais de uma hora acordado. Mas, não consigo me levantar. Não quando se tem a Emily dormindo tão lindamente em meu peito.

Ontem pedimos uma pizza no quarto e passamos a noite assistindo alguns filmes bobos de comédia romântica.

Claro que a escolha tinha sido dela. Mas, como eu iria recusar se ela estava tão feliz assistindo?

Só quando ela chorou, com uma das cenas, que eu não gostei. Mas, ela alegou que não era por mim, e sim, pelos personagens do filme. Eu não acreditei muito.

Pegamos no sono de madrugada, não faço ideia da hora. Mas, agora, já fazia um bom tempo que eu estava acordado, apenas a observando.

Volto a me lembrar das coisas que conversamos ontem, sobre nós dóis.

Eu queria que alguma coisa que ela tivesse me falado, soasse familiar pra mim, mas, sem sucesso.

Mas eu estava esperançoso e decidido a dar meu melhor para que as memórias voltassem, nem que fosse aos poucos.

Emily já se tornava uma pessoa muito especial pra mim, eu tinha nutrido um carinho por ela desde os dias no hospital, quando ela ficou ao meu lado mesmo com as dificuldades.

Mas sei que, isso não era suficiente. Claro que não. Emily merecia mais de mim. Emily merecia amor, muito amor.

Fico toda hora pensando se tem algo, em nossa história, que possa ser o gatilho para as minhas lembranças. Talvez, quando eu voltar o CT, será que aquele lugar será possível trazer minha memória de volta?

Ou, quando eu ver seus pais pessoalmente?

Ou, algum lugar que eu e Emily costumávamos visitar?

São incógnitas que ficam rondando minha mente.

Será que vou me lembrar na hora, quando as lembranças retornarem? Ou será que eu terei a impressão de que já vivi aquilo?

Tantas perguntas. Nenhuma resposta.

Um certo medo também me rondava. Será que Emily ficaria ao meu lado mesmo eu demorando muito para lembrar de nós?

Se ela decidisse não ficar mais comigo, eu também não poderia a obrigar. Era de direito dela. Ela passou tanta coisa comigo, se ela desistisse, eu não a culparia.

Mas, uma parte de mim, bem grande por sinal, não queria de jeito nenhum que ela ficasse longe.

Seja pelo vínculo, que com certeza, era muito forte. Seja pelo sentimento, seja pelo carinho. Eu não sabia dizer ao certo o que era, mas só de pensar na hipótese de não te-la mais comigo, mesmo sem minhas memórias, eu começava a me sentir ansioso.

Me desperto dos meus pensamentos, quando Emily começa a se mexer em meu peito, acordando.

Até tento fechar os olhos, mas acabo soltando uma risada.

- Mas é bobo. - Ela diz, com a voz rouca, rindo também. Como era bom ter ela aqui, tão linda.

Eu abro os olhos, a observando, ambos estamos sorrindo.

- Você acorda sempre linda assim, ou hoje é exceção? - Eu brinco, ela desvia o olhar, sorrindo.

- Bom dia pra você também, Richard. - Ela muda de assunto, envergonhada.

- Bom dia, Emily. Dormiu bem? - Pergunto, acariciando seu cabelo.

- Sim. E você?

- Estando com você, com certeza. - Falo ainda sorrindo.

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora