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8 de Abril, sexta-feira.
23:00pm.
P.O.V. Richard.

Casa do seu Zé e dona Eliza.

- Richard... Eu...- Os passos subindo a escada nos assusta.

Emily me olha com os olhos arregalados.

- Se esconde! - Ela diz exasperada e me empurra pro banheiro que tinha no seu quarto.

Eu tranco a porta.

O coração acelerado, mas um sorriso estampado no rosto.

- Cadê o Richard? - Escuto a voz do pai da Emily. Seguro a risada.

- Eu entrei aqui e ele já estava no meu banheiro. - Ela inventa a mentira. Desgraçada, nem para pensar em algo melhor.

- Ele me falou que está com dor de barriga. - Emily diz.

Não era possível, essa garota tinha que usar qualquer oportunidade pra me zoar.

Escuto alguns passos próximos a porta.

- Richard? Tudo bem aí cara? - Seu Zé grita.

- Tudo bem, seu Zé. Só acho que comi demais... - Forço um pouco a voz, para fazer a mentira parecer ainda mais real.

Ele da uma risada atrás da porta.

- Tranquilo, rapaz. Sem pressa... - Escuto os passos se afastar.

- Assim que ele sair pede pra ele descer lá embaixo, eu e a tua mãe estamos esperando vocês. - Seu Zé fala com Emily.

Eu respiro aliviado. Nossa mentira tinha dado certo, ou melhor, a mentira que a Emily foi inventar.

Espero alguns minutos, até que Emily bate na porta.

- Pode sair. - Ela fala e eu destranco a porta, abrindo a mesma e encontrando uma Emily segurando o riso.

- Nossa, que engraçada ela. - Digo de forma séria.

Emily desanda a rir, colocando a mão na barriga.

Eu acabo não me segurando e começo a rir junto.

- A cara do meu pai foi impagável... Ele acreditou de verdade, tadinho. - Ela fala entre risos.

- Você me paga, Emily. - A ameaço em tom de brincadeira.

Após alguns minutos, quando nos recuperamos da mentira, eu respiro fundo e encaro Emily.

Mil coisas surgem na minha cabeça pra falar sobre o momento antes do seu Zé aparecer, mas não tenho coragem para nenhuma delas.

- Então... - Emily percebe a tensão do momento, e tenta falar algo, mas também falha.

Não éramos bom com palavras, mas talvez com outra coisa a gente se dava muito bem.

- Acho que está na hora de você ir... Eu também vou pra casa. - Emily diz tentando amenizar a situação constrangedora.

Eu concordo, coçando a cabeça.

- Se você não vai dormir aqui, eu te dou carona pra sua casa então. - Ofereço. - Por conta do pé... - Tento justificar minha carona.

- Tudo bem. - Ela diz sem relutar, o que era novidade.

Então saímos do seu quarto e descemos a escada, encontrando com seu Zé e dona Eliza na sala, assistido um filme.

- Tá melhor, meu filho? - Dona Eliza me pergunta. Eu entro na encenação de novo.

Coloco a mão na barriga e finjo uma cara de dor.

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora