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20 de Maio, sexta-feira.
13:22pm.
P.O.V Richard.

São Paulo | Hospital.

Chegamos na frente do hospital em que seu Zé estava internado, conforme orientação da dona Eliza.

Emily parecia estar em estado de choque, ela estava em silêncio, apreensiva.

Eu respeitei totalmente seu espaço, afinal, eu também estava nervoso por estar indo ver o pai dela em um hospital.

O horário de visita era as 14h, então entraríamos nós dois, assim que dona Eliza liberasse nossa entrada.

Pelo que a mãe dela tinha me dito ao telefone, seu Zé tinha tido uma parada cardíaca e nesse momento estava respirando por aparelhos.

Ainda não havia dito a Emily o real estado do seu pai, pois sei que ela ficaria ainda mais nervosa do que já estava.

Mas eu também sabia que precisava estar ao lado dela na hora que ela visse seu pai desacordado.

Seu quadro de saúde era uma situação muito delicada.

Desço do carro e dou a volta, abrindo a porta pra Emily. Ver seu rosto tão abatido cortava meu coração. Não queria que ela tivesse que passar por uma situação dessa, e muito menos com seu pai.

Andamos devagar até a entrada do grande hospital. Avisto dona Eliza esperando a gente já no hall.

Ela se aproxima, e quando Emily vê a mãe, elas se abraçam.

Eu fico um pouco pra trás, dando espaço para as duas. Só elas realmente sabiam a dor e apreensão que estavam sentindo.

- O que aconteceu, mãe? - Emily se afasta, com os olhos cheios de lágrimas. Dona Eliza olha pra mim, tomando coragem para contar a sua filha o que ela tinha me falado pela ligação.

- Seu pai teve uma parada cardíaca, minha filha. - Dona Eliza fala baixo, tentando manter a emoção controlada. - Mas ele está melhor. - Ela tenta tranquilizar a Emily. - Ele ainda está respirando por aparelhos, mas seu quadro já está estável. E como ele está fora de perigo, pode ter um acompanhante. Então fique calma. - Ela fala enquanto abraça Emily.

- Ele está desacordado, filha. Preciso que seja forte. - Dona Eliza fala, segurando nos ombros da filha.

Eu desvio um pouco o olhar das duas, sentindo lágrimas se formarem em meus olhos também.

Seu Zé era uma pessoa tão incrível para estar passando por isso.

Queria ter o poder de fazer nenhum deles sofrerem. Mas, infelizmente a única coisa que estava ao meu alcance era estar ao lado deles agora, dando forças.

Emily e dona Eliza conversam mais um pouco, e então uma enfermeira vem nos chamar, avisando que está liberado o horário de visita.

Emily olha pra mim e entrelaça nossas mãos.

- Obrigada por estar aqui. - Ela fala baixinho, triste.

Eu dou um beijo no topo da sua cabeça.

- Estarei aqui para o que precisar. - Falo sincero.

Enquanto andamos por alguns corredores, vejo que algumas pessoas apontam pra mim, me reconhecendo.

Sei que isso poderia acontecer quando decidi vir ver seu José, só esperava que isso não atrapalhasse toda a situação que estávamos passando.

A única coisa que eu queria no momento, era gerar tumulto.

Enfim chegamos na frente do quarto aonde seu Zé estava. Dona Eliza pede que nós dois entremos, enquanto ela aguarda do lado de fora.

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora