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13 de Abril, quarta-feira.
22;10pm.
P.O.V. Richard.

Allianz Parque. | Dia de jogo.

Últimos 3 minutos de acréscimo.

O jogo continuava na mesma, no empate.

O infeliz do argentino tinha sido substituído depois da treta comigo. Eu agradeci mentalmente, se não a chance de eu já ter sido expulso desse jogo era enorme.

Estou na cobrança de uma falta. Eu não era batedor, sempre era Veiga que assumia essa posição em nosso time, mas ele tinha sido substituído por estar sentindo dor no joelho e muita câimbra.

O que resultava o motivo de eu estar agora posicionado para bater nosso último lance da partida.

Coloco as mãos na cintura e abaixo a cabeça, encarando a bola em meus pés.

Aguardo o apito do árbitro.

Me sinto nervoso. Eu não era tão bom quanto o Veiga nesses chutes.

Estávamos em vantagem por conta de onde a falta tinha sido cometida, era próximo ao gol, mas ainda sim era difícil.

Tinha a barreira, e o goleiro do Botafogo estava com o olhar cravado em qualquer movimento meu, atento.

O estadio parece ficar em silêncio. Todos ansiosos para a cobrança.

Sinto que minhas mãos estão soadas, não só pelo alto esforço físico, mas também pela tensão do momento.

O apito chega aos meus ouvidos.

Eu peço a Deus que consiga, preciso desse gol para dar a vitória mais uma vez para meu time.

Então eu me preparo, conto até três e chuto.

Preciso, forte e decidido.

Levanto meu olhar para a direção da bola. Meu coração acelerado.

Gol.

Ela passa com perfeição pela barreira, e mesmo que o goleiro tenha tentando dar um toque nela para impedir que entrasse, tinha sido rede.

Os rapazes vem até mim, pulando, me abraçando, comemorando.

Eu ainda estou um pouco em transe, mas logo me recupero.

Saio correndo em campo, indo para nossa torcida com mais de 30 mil pessoas enlouquecidas.

A arquibancada cantava em uníssono "Richard, eu vim aqui só pra te ver!"

Eu nunca me acostumaria com essa sensação, com essa felicidade.

Isso aqui pra mim era tudo que um dia eu podia ter sonhado. Quando vim jogar aqui no Brasil, lá no Flamengo, não conseguia imaginar a intensidade do que eu ainda viveria com o futebol.

Eu sorria de orelha a orelha, enquanto fazia meu passo de comemoração que já era minha marca registrada.

Sorrindo, vou até o banco e abraço Carlos, Abel e Emily.

Demoro alguns segundos a mais no abraço com ela.

Emily está emocionada, não conseguindo segurar a emoção e deixando algumas lágrimas caírem.

Aquela cena me pega de jeito, desprevenido. Sinto que meu sentimento com ela da uma balançada, e realmente começo a me questionar se o que eu estava começando a sentir por ela era muito mais forte do que eu queria admitir pra mim mesmo.

- Obrigada, preparadora. - Digo em um sussurro enquanto a abraço.

Nosso contato é meio desajeitado, já que ela está sentada no banco por conta do pé, mas eu deposito um beijo em seu cabelo e me afasto, ainda olhando pra ela e sorrindo.

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora